Segundo o
Sindicato dos Bancários e Financiários de Criciúma e Região a Federação
Nacional dos Bancos (Fenaban) comunicou, na noite desta terça-feira (4), o
Comando Nacional dos Bancários sobre uma nova rodada de negociações. A reunião
acontecerá nesta quarta-feira (5), em São Paulo, às 17h.
Banco do Brasil - Após
rodada com a Fenaban, está agendada negociação com o Banco do Brasil.
Caixa -
Rodada de negociação com a Caixa acontecerá às 19h.
Greve dos
bancários completa 30 dias; mais de 50% das agências estão fechadas
Segundo a
Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), 13.104
agências e 44 centros administrativos estavam com as atividades paralisadas até
ontem (4). “O número representa 55% do total de agências de todo o Brasil”, diz
nota da entidade.
Os
trabalhadores reivindicam reajuste de 14,78%, sendo 5% de aumento real,
considerando inflação de 9,31%; participação nos lucros e resultados (PLR) de
três salários acrescidos de R$ 8.317,90; piso no valor do salário-mínimo do
Dieese (R$ 3.940,24), e vales alimentação, refeição, e auxílio-creche no valor
do salário-mínimo nacional (R$ 880). Também é pedido décimo-quarto salário, fim
das metas abusivas e do assédio moral.
Atualmente,
os bancários recebem piso de R$ 1.976,10 (R$ 2.669,45 no caso dos funcionários
que trabalham no caixa ou tesouraria). A regra básica da participação nos
lucros e resultados é 90% do salário acrescido de R$ 2.021,79 e parcela
adicional de 2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores,
podendo chegar a até R$ 4. 043,58. O auxílio-refeição é de R$ 29,64 por dia.
A proposta
mais recente apresentada pela Federação Nacional de Bancos (Fenaban) foi no dia
28 de setembro, quando foi apresentado reajuste de 7% e um abono de R$ 3,5 mil,
com aumento real de 0,5% para 2017.
A última
assembleia realizada pela categoria em São Paulo, na segunda-feira (3), decidiu
pela continuação da greve.
“Os
banqueiros ganharam R$ 30 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre, é a
maior taxa de juros do mundo, cheque especial é 350% de juros anual, cartão de
crédito é 470% de juros anual, e eles se recusam a dar um reajuste para a
categoria que sequer repõe a inflação”, disse Juvandia Moreira, presidente do
sindicato de São Paulo, que afirmou que “os bancos não estão em crise”.
“Se eles não
tivessem dinheiro, se o setor estivesse em crise, tudo bem, nós concordaríamos
em fazer uma negociação diferente, mas não está em crise o setor. Eles têm, no
mínimo, que aumentar esse reajuste, o que eles não estão fazendo”, disse.
Segundo a presidente, os bancos cortaram mais de 8 mil postos de trabalho no
primeiro semestre e ass demissões ocorreram sem nenhuma necessidade.
A
expectativa, de acordo com Juvandia, é que os bancos chamem para a negociação e
mudem as propostas.
Roberto von
der Osten, presidente da Contraf-CUT,
disse que “em algumas regiões os bancos colocaram a polícia para
pressionar e obrigar os bancários a trabalhar. Tem bancos produzindo documentos
com ameaças e informações falsas. Isso é mentira e a categoria está ciente”.
A Fenaban,
em nota, informou que apresentou três propostas aos representantes dos
sindicatos. “A mais recente foi apresentada na última quarta-feira (28), na
qual a entidade ofereceu aumento no abono para R$ 3.500,00, mais 7% de reajuste
salarial, extensivo aos benefícios. Propôs ainda que a Convenção tenha duração
de dois anos, com a garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e
mais 0,5% de aumento real”.
Segundo a
federação, o total apresentado na proposta para 2016 “garante aumento real para
os rendimentos da grande maioria dos bancários e é apresentada como uma fórmula
de transição, de um período de inflação alta para patamares bem mais baixos”. A
Fenaban disse ainda não há data para a próxima reunião e que não faz
levantamento das agências paradas.
Atendimentos
Apesar de os
serviços de internet banking e caixas eletrônicos funcionarem durante a greve
dos bancários, alguns atendimentos ficam mais complicados como sacar o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) ou receber benefício social na Caixa
Econômica Federal, sem o Cartão Cidadão. Mesmo com a paralisação dos bancos, as
datas de vencimento de contas não são alteradas. Em caso de atrasos, o cliente
será e pode até mesmo ter seu nome enviado aos serviços de proteção ao crédito,
dependendo do atraso.
Para fazer o
pagamento de contas, os bancos orientam que os usuários procurem caixas
eletrônicos, lotéricas e correspondentes bancários. Nesses locais, é possível
fazer normalmente o pagamento de contas de água, luz, tributos, boletos de
cobrança, prestação de habitação e saques de conta-corrente.
De acordo
com a Caixa, é possível fazer saques de até R$ 1,5 mil do FGTS em lotéricas,
correspondentes do Caixa Aqui, com o Cartão Cidadão. Pelos terminais
eletrônicos (caixas automáticos e salas de autoatendimento), é possível fazer
os saques com o cartão magnético. No caso de benefícios sociais, pode ser feito
o saque de todo o valor disponível com o Cartão Cidadão ou o cartão do
benefício. O mesmo procedimento se aplica à retirada da aposentadoria.
Na internet
ou com ajuda do celular, clientes da Caixa Econômica Federal podem realizar
transações bancárias, como transferência entre contas, TED e DOC, pagamento de
faturas, de boletos, de prestação habitacional e de contas de água, luz,
telefone e tributos, além de ser possível a contratação de CDC, Cheque
Especial, Cartão de Crédito, título de capitalização para clientes pessoa
física com limites aprovados.
Clientes
pessoas jurídicas da Caixa podem contratar empréstimos para capital de giro por
meio da internet, desde que tenham limites pré aprovados. Nesse canal, também
podem fazer pagamentos, transferências, DOC, TED e pagamento de faturas,
antecipar recebíveis, pagar folha de pagamentos, entre outros.
Brasília
Em Brasília,
clientes reclamam da falta de dinheiro em alguns caixas eletrônicos, das filas
e da ausência de funcionário para resolver problemas, como falta de envelope
para fazer depósitos.
A autônoma
Ivonete Lemos contou que “a rotina mudou só para depósito no Banco do Brasil,
porque nós temos que buscar a conveniência e que nem sempre está disponível”.
Ivonete não utiliza apenas o Banco do Brasil para resolver seus problemas. Para
se livrar das filas formadas nos pontos de conveniência, ela usa as casas
lotéricas.
Com as
lotéricas cheias, outros clientes optaram pelos aplicativos que os bancos
oferecem ou pelas plataformas na internet. O motorista Vitor dos Santos utiliza
esses meios para pagar as contas vencidas. “Eu uso o bankline ou o internet
banking, isso me ajuda bastante”.
Já o
jornalista José Carlos Gonçalves apoia a greve dos bancários. “Um mês de greve
já, os trabalhadores merecem revindicar, eles têm o direito de reivindicar”.
Fontes - Sindicato
dos Bancários e Financiários de Criciúma e Região/ Agência Nacional