Fim do prontuário em papel - 76%
das unidades básicas de saúde registram o histórico do paciente em papel
Municípios
de todo o país têm 60 dias para adotar o prontuário eletrônico em unidades
básicas de saúde. O prazo vence no dia 10 de dezembro. Uma nova versão da
plataforma, lançada hoje (6) pelo governo federal, permite que todos os
serviços de saúde da cidade possam acompanhar o histórico, os dados e o
resultado de exames dos pacientes.
Também será
possível, de acordo com o Ministério da Saúde, verificar em tempo real a
disponibilidade de medicamentos em farmácias e registrar visitas de agentes de
saúde. A expectativa é que a transmissão digital dos dados da rede municipal à
base nacional permita ainda a verificação online dos gastos feitos via Sistema
Único de Saúde (SUS).
“Todos os
procedimentos feitos serão lançados na ficha e ela estará permanentemente
atualizada”, disse o ministro da Saúde, Ricardo Barros, ao citar que este será
mais um meio de fiscalização dos procedimentos pelo próprio cidadão. “A partir
de agora, essa é a forma que queremos receber as informações”, completou.
A plataforma
digital será oferecida gratuitamente pelo ministério, mas o envio de dados
poderá ser feito pelos municípios por meio de sistema próprio. A previsão dos
ministério é de uma economia de R$ 84 milhões ao ano com tecnologias para
informação.
Bloqueio de recursos
Após o
período previsto para adaptação, o pagamento do Piso da Atenção Básica (PAB)
variável para as prefeituras – equivalente a R$ 10 bilhões ao ano – ficará
condicionado à implantação do prontuário eletrônico. O recurso é aplicado no
custeio de atendimentos de pediatria e de programas como Saúde da Família e
Brasil Sorridente.
Os
municípios que não se adequarem à proposta, segundo o ministro, terão os
repasses bloqueados. Em entrevista à imprensa, Barros lembrou que já há uma
legislação vigente que vincula o repasse do PAB variável à devolução de
informações. “Tudo o que é pago variável está sujeito à retenção no caso do não
envio de informações”.
A pasta
informou, entretanto, que vai apoiar cidades que apresentem dificuldades para
implantar a nova versão da plataforma, conforme necessidades encaminhadas pelos
gestores e que serão analisadas caso a caso. “Sem dúvida, alguns municípios vão
reportar dificuldades de conectividade e infraestrutura”, disse Barros.
Fim do prontuário em papel
Dados do
ministério revelam que, atualmente, 76% das unidades básicas de saúde registram
o histórico do paciente em papel – apesar de informações do Ministério das
Cidades darem conta de que todas essas cidades dispõem de ponto de internet
banda larga.
Os números
mostram que, das 41.688 unidades básicas de saúde em funcionamento em um total
de 5.506 municípios, 10.134 já têm prontuário eletrônico, sendo que 2.902
utilizam versões oferecidas pelo ministério e 7.232 usam softwares próprios e
privados. Ao todo, 106,98 milhões de pessoas já têm a plataforma à disposição.
Fonte EBC
Fonte EBC
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