sábado, 4 de maio de 2019

MEC contraria discurso e tira verba da educação básica, além de faculdades

O presidente Jair Bolsonaro havia dito que dinheiro economizado com as universidades seria gasto no ensino básico, mas 2,4 milhões de reais foram bloqueados (Adriano Machado/Reuters).

Por Por Isabela Palhares, do Estadão Conteúdo (colaborou Fabio Grellet) - EXAME

Ministério da Educação (MEC) congelou mais recursos da educação básica do que das universidades federais. Apesar do discurso do governo federal de dar prioridade à base do ensino público, ao menos R$ 2,4 bilhões que estavam previstos para investimentos em programas da educação infantil ao ensino médio foram bloqueados. As universidades federais estão sem R$ 2,2 bilhões.

O contingenciamento vai na contramão do que defende o presidente Jair Bolsonaro (PSL) desde a campanha eleitoral: o aumento de investimento para a educação básica em detrimento do ensino superior. Anteontem, o presidente, em entrevista ao SBT, reafirmou a prioridade de seu governo: “A gente não vai cortar recurso por cortar. A ideia é pegar e investir na educação básica”. Dois dias antes, o ministro Abraham Weintraub publicou um vídeo no Twitter também defendendo a mudança de prioridades. “Para cada aluno de graduação que eu coloco na faculdade eu poderia trazer mais dez crianças para uma creche.”

Levantamento feito a pedido do jornal O Estado de S. Paulo pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), com dados públicos do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Ministério da Economia, mostra que os bloqueios na pasta não pouparam nenhuma das etapas da educação. O MEC bloqueou, por exemplo, R$ 146 milhões, dos R$ 265 milhões previstos inicialmente, para construção ou obra em unidades do ensino básico. O valor poderia, por exemplo, ser destinado aos municípios para construírem creches.

Foram retidos recursos até mesmo para modalidades defendidas pelo presidente e pela equipe que comanda o ministério, como o ensino técnico e a educação a distância. Todo o recurso previsto para o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (Pronatec), R$ 100,45 milhões, está bloqueado. O Mediotec, ação para que alunos façam ao mesmo tempo o ensino médio e técnico, tem retidos R$ 144 milhões dos R$ 148 milhões previstos inicialmente.

Foram bloqueados ainda recursos para a compra de mobiliário e equipamentos para as escolas, capacitação de servidores, educação de jovens e adultos (EJA) e ensino em período integral. Também houve pequena contenção em programas importantes de permanência das crianças de baixa renda nas escolas, como merenda (corte de R$ 150,7 mil) e transporte escolar (R$ 19,7 milhões).
Mônica Gardelli, superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação e Cultura (Cenpec), diz que a “fragmentação” criada pelo ministro entre o ensino básico e superior é ruim para a educação pública.

“Nossa maior defesa é por mais recursos para a educação básica, mas não queremos que sejam retirados das universidades. A educação tem de ser pensada de maneira integrada. Para onde vai esse menino do ensino médio de hoje, se não houver universidade nos próximos anos? Ou onde vamos encontrar bons professores sem o investimento nas graduações?”

O contingenciamento atingiu a mais antiga instituição federal de ensino básico do País, o Colégio Pedro II, no Rio. Os diretores divulgaram uma nota, apontando para o risco de “implicações devastadoras” à instituição, a partir do congelamento de 36,37% do orçamento de custeio. A escola, uma das mais tradicionais do Brasil, teve o bloqueio de R$ 18,57 milhões.

Questionado sobre a educação básica, o MEC disse que está cumprindo com o contingenciamento estabelecido pelo governo federal. Para garantir que cumprirá a meta fiscal, a equipe econômica estabeleceu que cerca de R$ 30 bilhões dos gastos previstos ficarão congelados. Desse total, determinou inicialmente que R$ 5,8 bilhões viriam do MEC – anteontem aumentou em R$ 1,6 bilhão o bloqueio da pasta. “O ministério estuda a melhor forma de cumprir a determinação”, informou a pasta.

Acusação

Nesta segunda, Weintraub disse ao jornal O Estado de S. Paulo que iria penalizar com bloqueio de recursos especificamente universidades que haviam promovido “balbúrdia” em seus câmpus. Ele disse que iria cortar a verba de três instituições. No entanto, no mesmo dia, segundo o levantamento da Andifes, já havia feito parte do bloqueio para outras universidades e institutos federais, hospitais universitários, para o programa de Financiamento Estudantil (Fies) e para diversas ações da educação básica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

Petrobras reajusta gás de cozinha em 3,43% a partir de domingo

Sindigás informou que as empresas distribuidoras associadas à entidade foram comunicadas nesta sexta (Marcello Casal/Agência Brasil)
A Petrobras vai reajustar em 3,43%, em média, a partir do próximo domingo (5), o preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP Residencial), o gás de cozinha, para botijão de 13 quilos (kg) às distribuidoras sem a cobrança de tributos. O preço do botijão de 13kg vai custar R$ 26,20.

O último reajuste ocorreu no dia 5 de fevereiro, exatamente há três meses, quando o valor do gás de cozinha subiu para R$ 25,33 para as distribuidoras.

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) informou que as empresas distribuidoras associadas à entidade foram comunicadas na tarde desta sexta-feira (3) pela Petrobras que o GLP residencial para embalagens de até de 13kg ficará mais caro a partir do próximo domingo. De acordo com o Sindigás, o reajuste oscilará entre 3,3% e 3,6%, de acordo com o polo de suprimento.

dom total - Agência Brasil

Empresas de congressistas devem R$ 320 milhões à Previdência

45 deputados e 3 senadores aparecem como donos ou sócios de companhias que devem mais de R$ 40 mi
ao INSS. Parte do débito está em pagamento
Consulte a lista dos devedores Lima/Poder360


TIAGO MALI – PODER360

Ao menos 48 dos votos que serão dados no Congresso durante a reforma da Previdência virão de políticos que devem ao INSS. Companhias nas quais 45 deputados e 3 senadores aparecem como donos, sócios ou presidentes somam R$ 320 milhões de dívidas previdenciárias com a União. Os dados são de levantamento do Drive/Poder360 a partir de informações obtidas por meio de pedido pela Lei de Acesso à Informação à PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional).

É possível consultar os congressistas cujas empresas possuem dívidas neste link. A reportagem entrou em contato com todos os gabinetes dos 48 políticos citados, por email e telefone. Nem todos enviaram manifestações. As respostas de quem se posicionou explicando os débitos podem ser acessadas aqui. Este texto será atualizado caso outro congressista citado decida enviar seu posicionamento.

Parte inferior do formulário
DÍVIDA REGULAR E IRREGULAR

Dessa cifra, R$ 191 milhões são classificados como dívida irregular, e estão em processo de cobrança. As companhias nesta situação não podem tirar Certidão Negativa de Débitos, o que as impede de pegar empréstimos em bancos públicos, de participar de licitações e de obter uma série de licenças, entre outras restrições.

O restante (R$ 129 milhões) é classificado como dívida regular. Isso significa que a empresa do congressista foi reconhecida como devedora, mas teve o débito parcelado/garantido, entrou em processo de negociação ou obteve decisão judicial suspendendo temporariamente a cobrança.

MAIORES DEVEDORES 

Eis uma lista com os congressistas cujas empresas mais devem à Previdência:


10 congressistas cujas empresas mais devem à Previdência
nome
cargo
dívida irregular (R$)
dívida regular (R$)
dívida total (R$)
Fernando Collor (PTB-AL)
Senador
136.238.222
3.790.774
140.028.995
Elcione Barbalho (MDB-PA)
Deputada Federal
23.900.321
23.098.248
46.998.569
Pedro Westphalen (PP-RS)
Deputado Federal
3.898.398
40.236.569
44.134.966
Professor Alcides (PP-GO)
Deputado Federal
9.770.755
34.081.199
43.851.953
Newton Cardoso Júnior (MDB-MG)
Deputado Federal
3.612.421
14.316.232
17.928.653
Haroldo Cathedral (PSD-RR)
Deputado Federal
2.420.937
7.789.481
10.210.418
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Senador
4.195.737
885.060
5.080.797
Celso Russomanno (PRB-SP)
Deputado Federal
658.842
1.592.462
2.251.304
Gonzaga Patriota (PSB-PE)
Deputado Federal
403.878
1.344.121
1.747.999
João Henrique Caldas (PSB-AL)
Deputado Federal
1.209.532
0
1.209.532
fonte: PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) - dados enviados em 25/04/2019;
- dívida irregular: em processo de cobrança
- dívida regular: parcelada, garantida, em negociação ou suspensa temporariamente 


Em março deste ano, o governo apresentou o Projeto de Lei nº 1.646/2019, para combater o devedor contumaz e fortalecer a cobrança da dívida ativa. A proposta estabelece que pessoas físicas ou jurídicas com débitos acima de R$ 15 milhões por mais de um ano e que praticam fraudes fiscais poderão ser consideradas devedores contumazes após procedimento administrativo com direito a se defenderem. O devedor poderá o CNPJ da empresa cancelado e ser impedido de obter qualquer benefício fiscal por 10 anos.

Entre os congressistas, aqueles cujas empresas têm dívidas somadas acima de R$ 15 milhões são:

1. COLLOR (PTB-AL)
Os débitos previdenciários de companhias onde o senador licenciado e ex-presidente aparece como sócio somam R$ 140 milhões. Referem-se a empresas do grupo de mídia da família que deixaram de pagar o INSS: Gazeta de Alagoas (R$ 74 milhões), Gráfica Gazeta de Alagoas Ltda (R$ 380 mil), Rádio Clube de Alagoas (R$ 3,7 milhões), Rádio Gazeta de Alagoas (R$ 3 milhões), TV Gazeta de Alagoas (R$ 59 milhões) e TV Mar (R$ 100 mil).
Contatada pela reportagem, a assessoria de Collor diz que ele não participa diretamente da administração das empresas. Informa, contudo, que as empresas aderiram a programas de parcelamento para regularizar a situação. No entanto, dos R$ 140 milhões devidos, R$ 136 milhões são classificados pela PGFN como dívida em situação irregular.

2. ELCIONE BARBALHO (MDB-PA)
Depois de Collor, a congressista cujas empresas acumulam as maiores dívidas é Elcione Barbalho (MDB-PA): são R$ 47 milhões, mais da metade em situação irregular. Como no caso de Collor, os débitos se referem a empresas de mídia da família. A deputada é sócia dos Diários do Pará (devem R$ 23 milhões) e da Rede Brasil Amazônia de Televisão (R$ 24 milhões). A deputada diz que os débitos estão parcelados no PERT (Programa Especial de Regularização Tributária).

3. PEDRO WESTPHALEN (PP-RS)
A terceira maior dívida envolve duas empresas relacionadas ao deputado: o Hospital Santa Lúcia (R$ 44 milhões) e ao Esporte Clube Guarani de Cruz Alta (R$ 120 mil). Assim como Elcione Barbalho, Pedro diz ter parcelado as dívidas de seu hospital pelo PERT. O congressista acrescenta que o débito está em discussão judicial. Ele também diz que não tem mais relação com Esporte Clube Guarani de Cruz Alta, e enviou à reportagem documento de leilão do clube que não faz citação ao deputado, embora seu nome ainda apareça em consultas na Receita como presidente da instituição.
Quase toda a dívida de R$ 44 milhões relacionada ao deputado é referente à Associação Aparecidense de Educação, na qual ele consta como presidente. Dessa cifra, apenas R$ 1,4 milhão se referem a Faculdade Alfredo Nasser e a Ribeiro Alves Produtos Alimentícios. Até o fechamento desta reportagem, ele não se manifestou sobre o assunto.

5. NEWTON CARDOSO JR. (MDB-MG)
As dívidas de R$ 18 milhões com a Previdência estão relacionadas a 4 empresas do conglomerado da  família do deputado: Companhia Siderúrgica Pitangui (R$ 13 milhões), Godoy Indústria de Alimentos (4 milhões), NC participações e consultoria (R$ 200 mil) e Rio Rancho Agropecuária (R$ 900 mil).

OUTRAS GRANDES DÍVIDAS
O deputado Haroldo Cathedral (PSD-RR) tem 3 empresas de ensino e uma de construção que devem juntas R$ 10 milhões. Ele afirma que os débitos foram negociados, parcelados e estão em processo de quitação.

A maior parte da dívida de R$ 5 milhões das empresas do Senador Acir Gurgacz (PDT-RO) está ligada à empresa Coexp Comércio e Construção. Ele afirma que não participa da administração da empresa, que ela sofreu com a crise econômica, que havia participado de um Refis posteriormente cancelado e que tem buscado regularizar a situação.

Já o deputado Celso Russomano (PRB-SP) esclarece que a dívida com previdência de R$ 2 milhões se refere ao Bar do Alemão, no qual é sócio com uma participação de 20%. Ele afirma que os débitos foram parcelados e estão sendo pagos.

Gonzaga Patriota (PSB-PE) e João Henrique Caldas (PSB-AL) não se manifestaram sobre suas dívidas acima de R$ 1 milhão.

PSB nacional destitui diretório de SC e acusa lideranças locais de fraudar desfiliações

Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, acusa dirigentes locais de fraude. Foto: PSB, Divulgação

Por Upiara Boschi - NSC

O PSB de Santa Catarina está sob intervenção. Acusando dirigentes estaduais de fraudarem os registros de filiação para que os deputados estaduais Bruno Souza e Nazareno Martins pudessem deixar a sigla sem perder os mandatos, PSB decidiu suspender liminarmente o diretório estadual da sigla. A decisão é assinada pelo presidente nacional Carlos Siqueira. O gesto encerra de vez a saída por acordo do grupo ligado ao ex-deputado federal Paulo Bornhausen, desfiliado no início de abril.

Na época, Bornhausen e Siqueira haviam acertado que o diretório estadual do PSB, sob a presidência de Ronaldo Freire, faria sua própria dissolução até o final de abril. A questão dos mandatos dos deputados estaduais Bruno Souza, Nazareno Martins e Laércio Schuster e do deputado federal Rodrigo Coelho seria discutida pontualmente. Na segunda-feira, 29 de abril, o PSB nacional apresentou pedido no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) requisitado os mandatos de Bruno e Nazareno, que estariam já desfiliados da sigla sem justa causa ou comunicação prévia.

No texto que embasa a suspensão do diretório estadual, Siqueira alega que o período de transição do comando da sigla estaria sendo usado para “fraudar o período de desfiliação dos dois deputados estaduais” e com isso “impedir o partido de buscar os mandatos (que pertencem ao partido) na Justiça Eleitoral”. No TRE-SC havia registro de desfiliação de Bruno no dia 5 de fevereiro e de Nazareno no dia 11 de fevereiro.

Com a suspensão, a direção nacional deve definir nos próximos dias uma comissão provisória para tocar o partido no Estado. O nome mais cotado é do do ex-vereador florianopolitano e ex-suplente de senador Adir Gentil, ligado ao empresário e ex-prefeito de Palmas (TO) Carlos Amashta. A comissão deve contar com nomes do PSB-SC que não querer seguir o novo destino partidário do grupo de Paulo Bornhausen.

Gentil reforça as palavras de Siqueira e diz que nunca houve acordo para que os deputados eleitos pela sigla pudesse sair sem perda de mandato. Acrescenta que o PSB não mudou e nem criou constrangimentos ao deputados.
- Eles estão saindo por conveniência política, não porque o partido está indo para a esquerda ou para a direita. O partido não mudou absolutamente nada. Não mudou estatuto, não mudou diretrizes, não mudou nada.

Procurado pela coluna, Ronaldo Freire disse que ainda não havia sido notificado da decisão nacional e que aguarda por ela para avaliar os próximos passos.

- É o estilo do Siqueira. Não ouve ninguém. Foi assim com o Buligon - disse, lembrando a expulsão sumária do prefeito chapecoense Luciano Buligon em setembro do ano passado após declaração de apoio a Jair Bolsonaro (PSL.

Leia também

quinta-feira, 2 de maio de 2019

Institutos Federais (IFSC) podem fechar pelo bloqueio de recursos do MEC, entre eles Garopaba e Tubarão

O corte será desatroso para alunos, familiares, professores, servidores e o desenvolvimento da região

Leia a nota oficial do IFSC sobre bloqueio de recursos

O Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), divulgou na última terça-feira (30) o bloqueio de aproximadamente 30% no orçamento de universidades e institutos federais. Diante desse cenário, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) vem a público esclarecer que a medida surpreendeu a todos da área educacional, já que o bloqueio de recursos no IFSC soma R$ 23,5 milhões fazendo com que a instituição, a partir do segundo semestre, paralise algumas atividades fundamentais à formação. 

Com 22 câmpus, hoje o IFSC atende mais de 50 mil estudantes no estado de Santa Catarina, atuando desde a formação inicial continuada (cursos de qualificação), educação de jovens e adultos (Proeja), ensino médio técnico, cursos técnicos subsequentes, formação de professores, cursos superiores (graduação), e pós-graduação (especializações e mestrados). 

A Reitoria informa que muitas atividades ligadas aos alunos, tais como ensino, pesquisa e extensão, terão que ser paralisadas, pois com o recurso que será disponibilizado, o Instituto não conseguirá finalizar o ano letivo. Desde 2016 o orçamento que o IFSC tem para a continuidade de suas ações é o mesmo. Ou seja, não houve incremento nenhum. 

Para manter as atividades formativas, o IFSC já vinha priorizando as atividades que impactam diretamente o aluno, de modo que um montante quase 40% inferior inviabiliza a instituição. Com a confirmação do bloqueio, as primeiras consequências serão a não continuidade dos pagamentos de contratos terceirizados de limpeza e segurança, água, luz, insumos para aulas práticas, manutenção para equipamentos laboratoriais, cancelamento de visitas técnicas e assim por diante – prejudicando alunos e a sociedade em geral. 

O IFSC sempre trabalha com enfoque no aluno. A partir desse bloqueio anunciado pelo MEC, a instituição passará a lidar com mais aulas teóricas. Esta precarização não forma na perspectiva do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Com trabalhadores menos qualificados, o mercado de trabalho perde, a economia enfraquece, a cultura desaparece do cotidiano, o desenvolvimento do país estaciona e retrocede. Dessa forma, o IFSC sente esse impacto não só na vida das 50 mil pessoas diretamente atendidas nas salas de aula, além das outras 500 mil indiretamente atendidas pela extensão e centenas de empresas parcerias na pesquisa aplicada. Em última análise, está em jogo o  desenvolvimento do Brasil. 

Sempre defendemos que a educação é fundamental, assim como a democracia e a autonomia das instituições. É preciso trabalhar para o país desenvolver e não aceitamos que  ele retroceda. O entendimento nesse contexto em que a educação tem um corte de R$ 5,8 bi é: educação não deve ter corte algum, na medida que se está tirando a oportunidade das pessoas melhorarem e do País desenvolver. Não só os alunos do IFSC que serão prejudicados; e sim uma cadeia toda de melhoria, de desenvolvimento econômico e social que o país, com os If e instituições públicas têm possibilidade de superar.

Onde tem IFSC?

Araranguá, Canoinhas, Caçador, Chapecó, Criciúma, Florianópolis, Florianópolis – Continente, Garopaba, Gaspar e Itajaí, Jaraguá do Sul-Centro, Jaraguá do Sul -Rau e Joinville, Lages, Palhoça, São Carlos, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, São José, Tubarão, Urupema e Xanxerê.

Por Reitoria do Instituto Federal de Santa Catarina

quarta-feira, 1 de maio de 2019

Homens armados com foice e facão invadem terreiro no DF

Durante ataque, ocorrido no Sol Nascente, em Ceilândia, grupo gritava que local não era lugar de “macumbeiros”

Com ascensão de Bolsonaro ao poder o povo brasileiro está a mercê de preconceitos, intolerâncias e quebra de direitos garantidos inclusive pela constituição de 88.

É um desmanche civilizatório nunca antes visto em nossa história.

Os fatos acontecidos na cidade de Ceilândia – DF é parte integrante deste quadro caótico que o país atravessa.

O povo resiste!

Veja matéria de MIRELLE PINHEIRO no Jornal Metrópoles:

Homens armados com foice e facão invadem terreiro no DF

A Polícia Civil investiga um ataque que ocorreu a um terreiro localizado no assentamento Santarém, no Trecho 3 do Sol Nascente, em Ceilândia. De acordo com as vítimas, o lugar foi invadido por oito homens perto das 7h desta quarta-feira (1ª/05/2019). Eles estavam armados com foice e facão.

Durante a investida, o grupo gritava que o espaço não era lugar de “macumbeiros” e que eles teriam de sair com “as próprias pernas”, contou a advogada dos religiosos, Patrícia Zapponi. 

“Essas pessoas querem a desocupação da terra. Há mais de seis anos estamos lutando contra o preconceito até mesmo de agentes públicos para conseguir a regularização do local. O terreiro foi inaugurado em 2013, antes de as habitações irregulares serem erguidas na região”, destacou a advogada Patrícia Zapponi.

A ocorrência foi registrada na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) como esbulho possessório — quando alguém perde a posse de um bem em razão da ação de outra pessoa — e intolerância religiosa. Os criminosos foram identificados e conduzidos à delegacia. No momento da invasão, estavam no templo religioso a zeladora Lindinalva Santiago, seus sete filhos pequenos, Maria dos Santos, de 79 anos, e o pai de santo Willian Francisco. Todos pertencem ao terreiro Ile Axé Ode Ibualama.

“Moro lá há seis anos e esta é a terceira vez que somos atacados. Estava dormindo e acordei com o barulho. Ficamos em pânico. As crianças ficaram apavoradas. Só restou indignação e medo”, relatou Lindinalva da Silva santiago, 35 anos.

As testemunhas contam que os invasores romperam a cerca do lote. “Essas pessoas querem a desocupação da terra. Há mais de seis anos estamos lutando contra o preconceito até mesmo de agentes públicos para conseguir a regularização do local. O terreiro foi inaugurado em 2013, antes de as habitações irregulares serem erguidas na região”, destacou a advogada Patrícia Zapponi Ao Metrópoles, pai Willian Francisco disse que saiu correndo para chamar a Polícia Militar e, quando voltou, os invasores já estavam montando barracas no lote.

“Eu tirei a minha mãe da casa enquanto a Lindinalva ficou trancada no quarto. Foi um terror. Eles nos xingavam, diziam que teríamos que sair de lá com nossas próprias pernas. A nossa casa é uma dos mais antigas do Sol Nascente. Recebemos cerca de 80 pessoas por semana”, disse.

terça-feira, 30 de abril de 2019

Centrais veem 1º de Maio como marco contra ‘retrocesso civilizatório’

Dirigentes das 10 centrais no palco do 1º de Maio: (Roberto Parizotti/CUT).

Dirigente da CUT diz que não há o que negociar na "reforma" da Previdência: "É totalmente perversa". Segundo ele, entidades se uniram contra "o inimigo comum".

Por Jornal GGN

Rede Brasil Atual

As centrais sindicais veem o 1º de Maio, pela primeira vez unitário, como marco na resistência ao retrocesso social e ponto de partida para uma “virada” contra os ataques do governo, tanto nas ruas como no parlamento, palco dos próximos embates. Presentes ao palco do principal evento de amanhã, o Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, eles apostam em uma mobilização crescente, que levará à greve geral em 14 de junho, aumentando as chances de derrotar o projeto de “reforma” da Previdência.

Dirigentes das 10 centrais que organizam o ato foram hoje ao Anhangabaú: CGTB, CSB, CSP-Conlutas, CTB, CUT, Força Sindical, Intersindical (duas), Nova Central e UGT. Uma união inédita, com divergências deixadas à parte, para o enfrentamento ao “inimigo comum”, como define o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. “As centrais sindicais têm concepções diferentes, mas diante das maldades contra o povo brasileiro, não podemos (ficar separadas). Isso recupera, na minha avaliação, o sentido do 1º de Maio, inclusive internacionalmente.” Ele acredita que o dia de amanhã será “histórico” para o movimento sindical. “O momento que o país vive é muito grave. É um retrocesso civilizatório que está acontecendo”, afirma Sérgio Nobre, citando os diversos ataques aos direitos sociais. Por isso, acrescenta, amanhã estarão no Anhangabaú “todos os que têm amor à democracia”.

Sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6, que mexe na Previdência e atinge as aposentadorias, o dirigente da CUT diz que não há o que negociar. “A reforma é totalmente perversa. Não tem negociação. Queremos a retirada.”

O presidente da Força, Miguel Torres, também acredita ser possível derrubar a PEC governista. “Enquanto tivermos força na base, nós derrotamos a proposta”, afirma. “Vai depender de nós.”

Ele destaca o abaixo-assinado que as centrais e os movimentos sociais estão fazendo circular pelo país. “É o instrumento mais importante que temos hoje. Temos a chance de conversar com os eleitores dos 513 deputados, dos 81 senadores, dos governadores”, argumenta.

Distribuição de renda

Para o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, a população já está se dando conta das consequências da propostas do governo. “O sentimento que a gente tem é que está crescendo a consciência do povo com o que o Bolsonaro está fazendo com o país. O povo começa a pegar no breu”, diz Bira, que pela manhã participou de atividade na região de Itaquera, zona leste da capital paulista. “Ele (Bolsonaro) está destruindo o maior programa de distribuição de renda do país, que é a Previdência pública.”

Também para ele, não há acordo possível em relação ao projeto. “A gente vai barrar. Nessa reforma não tem nada que preste para negociar. Não é fácil, mas sinto que a gente vai ser vitorioso.”

Integrante da direção da CSP-Conlutas, Luiz Carlos Prates, o Mancha, acredita que o 1º de Maio seja o início de um movimento mais forte dos trabalhadores, após quatro meses de ataques. “Até agora, tivemos mobilizações parciais. É possível dar a virada. O pessoal está começando a enxergar a situação.”

Para Mancha, cabe exatamente ao movimento sindical intensificar a campanha de esclarecimento sobre o que significa a “reforma” da Previdência. “Existe uma campanha monstruosa (da imprensa tradicional), e é necessário se contrapor, desmascarar esse projeto.”

O presidente da CTB, Adilson Araújo, avalia que “prevaleceu a mentira” durante o processo eleitoral. “Depois de tudo que se vendeu, fruto da materialidade do golpe, o que se está assistindo é um desastre social. O desemprego continua alto, do ponto de vista econômico o PIB está cambaleando. E o governo advoga a ‘reforma’ da Previdência como se fosse resolver os problemas do país”, diz.

Adilson cita a “reforma” trabalhista, com o princípio do negociado sobre o legislado. “Eles não querem negociar nem o que está na lei. É a degradação do trabalho”, afirma. Um ponto importante, para ele, é a defesa de uma reforma tributária progressiva, aumentando o limite de isenção do Imposto de Renda.

O evento de amanhã começará com falas de movimentos sociais, partidos políticos e centrais sindicais, até o início da tarde. Depois, haverá uma sequência de apresentações musicais, com previsão de término às 20h30.

Veja vídeo da confederação dos bancários (Contraf-CUT)



“Infelizmente, até o presidente Jair Bolsonaro compartilha em suas redes sociais notícias falsas”, afirma OAB em nota


É mentirosa a informação divulgada nas redes sociais de que a OAB teria ido ao Congresso Nacional fazer campanha contra o pacote anticorrupção. A OAB é a favor do Brasil. Infelizmente, até o presidente Jair Bolsonaro compartilha em suas redes sociais notícias falsas. A Ordem dos Advogados do Brasil vai ao Congresso buscar aprimorar alguns pontos do pacote anticrime proposto pelo governo. Mais uma vez a Ordem é alvo das fakenews.

A OAB ressalta que é a favor de parte das propostas, porém entende que são necessárias modificações para que a Constituição não seja ferida e o devido processo legal seja respeitado.

Pontos a favor

1) a criminalização do caixa dois; 

2) criação do banco de perfil genético de condenados; 

3) regulamentação da conexão de crimes da competência da Justiça Eleitoral; 

4) criação do informante do bem; 

5) alteração do regime jurídico dos presídios federais; 

6) interrogatório e audiências por videoconferências; 

7) aperfeiçoamento do conceito de organizações criminosas; 

8) regulamentação das escutas ambientais; e 

9) modificação do sistema de cobrança das multas penais.

Pontos que devem ser aprimorados

1) execução antecipada da pena; 

2) execução antecipada de decisões do Tribunal do Júri; 

3) modificações nos embargos infringentes; 

4) mudanças no instituto da legítima defesa, em especial aos agentes de segurança pública; 

5) alterações no regime de prescrição; 

6) mudanças no regime de cumprimento da pena; 

7) mudanças em relação ao crime de resistência; 

8) criação do confisco alargado; 

9) interceptação de advogados em parlatório; 

10) acordos penais.

A OAB sempre atuou e atuará na defesa da sociedade e do estado de direito. Tem obrigação legal de defender a constituição da república prevista no Art. 44 da Lei 8.906/1994. Debater leis e aprimorar a sociedade é obrigação de todos sempre com argumentos e não com ataques. A OAB está a disposição para debater juridicamente todos os pontos apontados de forma transparente, técnica e republicana.