sábado, 25 de março de 2017

Extrato promete transformar carne de porco em carne de vaca em apenas 90 minutos


de Merelyn Cerqueira – Jornal ciência

um aditivo de “extrato de carne”, utilizado em pequenos restaurantes ao redor da região de Hefei, que transforma carne de porco em bovina
A habilidade da China em fazer réplicas é lendária, porém isso não quer dizer que eles sejam incapazes de criar algo, por assim dizer, original. Dessa vez, eles conseguiram criar um aditivo que é capaz de “gerar” carne de vaca, em apenas uma hora e meia. Aparentemente, o produto se tornou muito popular em restaurantes das regiões de Hefei, Fujian, Jianxi e outras, especialmente porque ali a carne bovina é mais cara do que a suína.


Após ouvir rumores de que o aditivo estava se espalhando por todo o país, um repórter conseguiu adquirir um frasco para testá-lo e documentar o resultado. Ele descobriu que o material realmente funciona. Após aplicá-lo em um pedaço de carne de porco, em apenas 90 minutos ele já começava a cheirar como carne de vaca cozida.


Em imagens, pode-se ver que a carne muda de cor, ficando mais escura. O repórter afirmou que não há diferença de textura entra a versão real e a “falsificada”. Contudo, enquanto os comerciantes economizam com o processo, os médicos afirmam que o consumo de aditivos, a longo prazo, pode trazer consequências graves para a saúde, incluindo deformidades e câncer.
Oddity Central ] [ Fotos: Reprodução / Oddity Central ]

MBL ataca Dilma e defende terceirização


Da Rede Brasil Atual no Blog do Miro

MBL (Movimento Brasil Livre, que apoiou o golpe contra Dilma Rousseff e se pauta pelo antipetismo), utiliza tuítes publicados pela ex-presidenta em 2015, numa tentativa de convencer a população de que ela seria favorável à terceirização generalizada e irrestrita da terceirização de trabalhadores pelas empresas, conforme o Projeto de Lei (PL) 4302/1998, aprovado quarta-feira (22) pela Câmara dos Deputados.


Dois anos atrás, em sua página no Twitter, Dilma publicou dois posts consecutivos sobre o tema. No primeiro deles, afirmou: "Sobre o PL da Terceirização, é urgente regulamentar o trabalho terceirizado no Brasil para que tenham proteção e garantia de salário digno." Logo em seguida, ela alertou que a modalidade não poderia ser liberada sem restrições: "No entanto, a regulamentação precisa manter a diferenciação entre atividades fim e atividades meio", complementa.

As alegações finais da defesa de Dilma no TSE


Aí vai a íntegra da defesa de DIlma Rousseff no TSE.

Ajudem o GGN a identificar os pontos principais.

Temer pede separação das contas de Dilma em alegações finais ao TSE


Do Jornal GGN

A defesa de Michel Temer entregou ao Tribunal Superior Eleitoral as alegações finais referentes ao processo movido pelo PSDB que pede a cassação da chapa eleita em 2014. A peça, com 55 páginas, pede, entre outras coisas, a separação das contas de Temer e Dilma.

"(...) reitera-se a apreciação das condutas individualmente, por não haver rigorosamente nenhum apontamento em relação ao Presidente MICHEL TEMER, devendo a demanda ser julgada improcedente no que toca ao REPRESENTADO e mantido o seu mandato na Presidência da República."

Além da separação, Temer pede que as delações da Odebrecht usadas no processo sejam anuladas por pelo menos dois motivos: primeiro, porque foram requisitados pelo relator, ministro Herman Benjamin, motivado por reportagens de jornais, e não a pedido do Ministério Público. Segundo, porque as delações foram vazadas à imprensa.

O terceiro pedido de Temer é que as demandas do PSDB sejam julgadas improcedentes e que o peemedebista mantenha-se no cargo.


É possível ler o documento na íntegra aqui.

Lei Rouanet: de transparência a limites de incentivo; veja o que muda


da Agência Brasil

Concentradas em um pacote de mudanças, que vão desde a participação coletiva nos processos de fiscalização de projetos culturais até a regionalização de investimentos, novas regras divulgadas pelo Ministério da Cultura alteram a Lei Rouanet (Lei 8.313/91). Além de definir limites de incentivo e prestação de contas em tempo real para empresas, artistas e produtores culturais, as alterações influenciam até o público. O valor médio de ingressos, catálogos ou livros passa a ser R$ 150.

Após denúncias de fraudes, investigadas pela Operação Boca Livre, em outubro de 2016, em projetos aprovados pela Lei Rouanet (Lei 8.313/91), o Ministério anunciou as mudanças na legislação, reunidas em uma nova instrução normativa (1/2017). De acordo com o Ministério da Cultura, cerca de R$ 16 bilhões foram captados por meio da Lei Rouanet. Nos últimos 20 anos, cresceu quase 100 vezes a captação de recursos, de R$ 111 milhões, em 1996, para R$ 1,13 bilhão, em 2016.

Veja os principais pontos da lei e o que mudou:

O que é a Lei Rouanet?

Criada em 1991, a Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) é conhecida por sua política de incentivos fiscais para projetos e ações culturais: por meio dela, cidadãos (pessoas físicas) e empresas (pessoas jurídicas) podem destinar para esses fins parte do Imposto de Renda devido.

O mecanismo de incentivos fiscais da Lei Rouanet é apenas uma forma de estimular o apoio da iniciativa privada ao setor cultural. Ou seja, o governo abre mão de parte dos impostos para que esses valores sejam investidos na Cultura.

Para que setores vale a Lei Rouanet?

A lei define o enquadramento com base em segmentos culturais, que são: artes cênicas; livros de valor artístico, literário ou humanístico; música erudita ou instrumental; exposições de artes visuais; doações de acervos para bibliotecas públicas, museus, arquivos públicos e cinematecas, bem como treinamento de pessoal e aquisição de equipamentos para a manutenção desses acervos; produção de obras cinematográficas e videofonográficas de curta e média metragem e preservação e difusão do acervo audiovisual. Também estão na lista a preservação do patrimônio cultural material e imaterial e a construção e manutenção de salas de cinema e teatro – que poderão funcionar também como centros culturais comunitários, em municípios com menos de 100 mil habitantes.

Teto de valor do ingresso e cotas

O valor médio máximo dos ingressos será R$ 150, o que equivale a três vezes o benefício do vale-cultura, R$ 50. A cota de 30% de ingressos distribuídos gratuitamente e a de 20% das entradas com preço limitado ao valor do vale-cultura não foram alteradas.

Regras para propor projetos

O proponente deve comprovar ter realizado, nos dois anos anteriores, projeto em área cultural conexa à proposta apresentada. Assim, se o produtor não tiver realizado projeto na área de música nos últimos dois anos, ele não poderá inscrever um novo projeto nesta área utilizando sua pessoa jurídica, e terá de buscar empresa que tenha atuado na área específica nos últimos 24 meses.

Serão liberados da exigência produtores que estejam se inscrevendo pela primeira vez; nesse caso, o ministério delimita um teto de R$ 200 mil por projeto. Antes, o proponente devia comprovar apenas sua atuação na área cultural nos dois anos anteriores, mas sem especificação da área.

Limites dos proponentes

Para distribuir a renúncia fiscal do governo, o ministério estabeleceu novos limites que variam de acordo com o proponente, ou seja, microempresários e pessoas físicas poderão pedir até R$ 700 mil com até quatro projetos por ano. Na outra ponta, sociedades limitadas e outras pessoas jurídicas poderão propor até R$ 40 milhões, com no máximo 10 projetos.

Custo dos projetos

Cada projeto poderá custar até R$ 10 milhões, e a receita bruta com produtos culturais não poderá ser maior do que o custo total do projeto aprovado pela pasta da Cultura. No máximo 20% poderão ser gastos com divulgação.

Além disso, o produto cultural, seja espetáculo, show, teatro, deverá custar no máximo o equivalente a R$ 250 por pessoa do público. Ou seja, um produto com o custo máximo de R$ 10 milhões deverá ter público de 40 mil pessoas para estar dentro da legislação. O objetivo é evitar que projetos muito onerosos atendam a um público restrito.

Valor máximo de captação

Foi estabelecido o valor máximo de captação de R$ 10 milhões por projeto, com limite de R$ 40 milhões a projetos simultâneos de um mesmo proponente. A exceção ao limite (R$ 10 milhões) são projetos de temática de patrimônio, da área museológica e Planos Anuais, que não terão limite do valor.

Teto para projeto audiovisual

Com relação a projetos de audiovisual, serão fixados tetos para projetos de diferentes formatos: R$ 800 mil para média-metragem; R$ 600 mil para mostras e festivais, e R$ 50 a R$ 300 mil para sites e séries na web.

Limite de lucro por projeto

De acordo com a nova instrução, o valor total da receita bruta de cada produto cultural incentivado não pode ser superior ao incentivo fiscal previsto para o projeto.

Incentivos regionais

A pasta também instituiu incentivos regionais. Atualmente, menos de 10% dos projetos apoiados por incentivo fiscal estão nas regiões Norte (0,8%), Nordeste (5,5%) ou Centro-Oeste (2,6%). Os projetos nas três regiões terão limite máximo de R$ 15 milhões, sendo que a divulgação poderá chegar a 30% desse valor. Nessas regiões, o limite de projetos por proponente será flexibilizado. Será possível captar 50% a mais do que o limite estabelecido para cada proponente. A maior parte dos incentivos está no Sudeste (80%) e Sul (11%).

Prestação de contas

Pelas novas regras, quando um projeto é aprovado, uma conta no Banco do Brasil é aberta, e a movimentação dos recursos poderá ser acompanhada em tempo real. A movimentação desses recursos poderá ser visualizada online, e os dados serão disponibilizados no Portal da Transparência. Não será mais necessário o envio de notas fiscais. O pagamento em cheque não será mais utilizado. Os recursos passam a ser movimentados por cartão magnético, e os proponentes passam a ter direito de fazer saques de até R$ 1 mil por dia.

Antes disso, o limite de saque era de R$ 100 por dia e não eram utilizados cartões para movimentar o dinheiro. Além disso, a prestação de contas era manual.

Teto para cachês artísticos

A norma determina que os valores dos cachês sejam no máximo R$ 30 mil para artista ou modelo solo (moda) e R$ 60 mil para grupos artísticos ou de modelos. No caso de orquestras, R$ 1,5 mil por músico e até R$ 30 mil ao maestro. Custos relacionados a direitos autorais e conexos continuam limitados a 10% do total do projeto. Com isso, o Ministério oficializa uma exigência prévia da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) de 2013. Valores maiores dependerão de aprovação da CNIC – órgão colegiado que subsidia as decisões do Ministério da Cultura na aprovação dos projetos submetidos à Lei Rouanet.

Regionalização


Segundo o ministério, 80% dos projetos incentivados pela Rouanet estão na Região Sudeste. Para propostas a serem realizadas integralmente no Nordeste, Norte e Centro-Oeste, o teto de captação por projeto é 50% maior, ou seja, de R$ 15 milhões. Produtores que atingirem o limite de R$ 40 milhões poderão apresentar novos projetos de até R$ 20 milhões se eles se destinarem a essas regiões. Para tais projetos, os custos de divulgação também podem ultrapassar os 20% do valor do projeto e chegar a 30%.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Revista Piauí “tira onda” com a terceirização de Temer


da Revista Piauí

Terceirização: Ministros de Temer serão demitidos e recontratados como frilas

SERRA PELADA – A fim de amainar as críticas motivadas pela aprovação do projeto de lei que autoriza a terceirização para todas as atividades, o Planalto anunciou mudanças no regime de trabalho do seu primeiro escalão. A partir de 31 de março, todos os ministros serão demitidos e passarão a prestar serviços como MEI (microespoliador individual), sendo convocados apenas para realizar tarefas pontuais.

“Pau que bate em Francenildo bate em Eliseu”, afirmou o presidente Michel Temer, em cerimônia de lançamento da iniciativa. “Com esse novo regime vamos poder acelerar tudo o que não fomos eleitos para fazer. Podemos convocar Geddel, por exemplo, para viabilizar a construção de edifícios à beira mar; Padilha para despachar envelopes; Grace Mendonça para fiscalizar flutuações nos preços, mas não precisamos deles em tempo integral.”


O evento foi concluído com a apresentação de uma escola de samba carioca, que aproveitou a ocasião para divulgar o seu novo nome: G.R.E.S. Estação Terceira de Mangueira.

Terceirizando

Jarbas - Diário de Pernambuco 

Furnas, a praia do políticos mineiros


por Lauro Jardim

Furnas pode ser acusada de tudo, menos uma estatal que não prestigia os políticos mineiros.

Lá, eles têm vez. Somente na gestão atual ganharam uma vaga (e um salário de R$ 32,9 mil):

*Hélio Pacheco Júnior (irmão do deputado federal Rodrigo Pacheco, do PMDB)

*Lucio Souza Cruz (irmão do deputado estadual Sávio Souza Cruz, do PMDB)

*Pablo Gontijo Resende (filho do deputado federal Domingos Sávio, do PSDB)

*Claudio Soares Donato (advogado do ex-governador Newton Cardoso);

*Paulo Henrique Campos de Paiva Vieira (assessor do deputado federal Leonardo Quintão, do PMDB)

*José Alexandre Resende (filho do ex-governador Eliseu Resende).

Todos contratados entre setembro e fevereiro, exceto Lucio Souza Cruz.

 O único apadrinhado que tem salário diferente é João Manuel Santos Souza, filho do senador Joao Alberto (PMDB/MA). Recebe R$ 27.588,48 por mês, num flagrante sinal de desprestígio do Maranhão.

De acordo com colegas de trabalho, alguns dos agraciados com a...

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Justiça proíbe de chegar às livrarias o livro de 'Eduardo Cunha'

Livro do ex-deputado preso, Eduardo Cunha (PMDB) (Foto: Editora Record | Divulgação)

blog do Lauro Jardim

Em sua decisão, a juiza Ledir Araújo determina a "identificação imediata do autor desconhecido" e uma multa de R$ 400 mil por dia se o livro chegar a ser distribuído
Os advogados de Eduardo Cunha conseguiram uma liminar na Justiça do Rio de Janeiro que proíbe a circulação do livro "Diário da cadeia" , que a editora Record distribuiria para as livrarias na segunda-feira.

O livro, conforme a reprodução acima, é "assinado" por Eduardo Cunha, embora a capa estampe também "pseudônimo". Ninguém sabe o verdadeiro nome, o livro foi escrito por um autor secreto. A Record, por contrato, não divulgará o seu nome.

A ação de reparação de danos decorrentes de ilícito civil, impetrada por Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Alberto Malta e Rodrigo Vall, é contra a Record, Carlos Andreazza (o editor) e "o autor desconhecido".

Em sua decisão, a juiza Ledir Araújo determina a "identificação imediata do autor desconhecido" e uma multa de R$ 400 mil por dia, se o livro chegar a ser distribuído. A juíza determinou também que a Record retire do seu site qualquer referência ao livro.

E assinala que "não fosse à abusividade de se utilizar do nome do autor e de induzir ter o livro sido escrito por ele, cabe registrar que o Código Defesa do Consumidor veda a publicidade enganosa.  (...)"

A Record vai recorrer da decisão.

Ciro Gomes conta como FHC entregou o Sivam para os EUA

"Fernando Henrique forçou a mão para que o Brasil cancelasse a concorrência do Sistema Sivam e entregasse, sem licitação, à Raytheon"

Do Jornal GGN  

Você acompanha agora a primeira parte da entrevista que o ex-governador Ciro Gomes (PDT-CE) concedeu para o GGN, no programa Na sala de visitas com Luis Nassif. Neste bloco ele conta como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso entregou o Sistema de Vigilância da Amazônia para uma empresa norte-americana.

"No primeiro momento, o Fernando Henrique, entre a eleição e a posse, forçou a mão para que o Brasil cancelasse a concorrência do Sistema Sivam [Sistema de Vigilância da Amazônia] e entregasse, sem licitação, à Raytheon, [em 1995] por pedido explícito do Bill Clinton, na reunião da ALCA (Área de Livre Comércio das Américas), na Flórida. E isso está numa ata do Itamar Franco que me colocou pra assinar", explicou a Nassif.
Além de denunciar a manobra de FHC, Ciro fez uma avaliação da crise política instalada no Brasil:

"Nós estamos em uma tragédia no Brasil. No momento em que te falo, saiu hoje [22/03] dado das Nações Unidas mostrando que é a primeira vez, desde 2010, que o Brasil não avança na desigualdade", completando que esse dado comprova que o país sofre um processo de recessão estrutural decorrente, entre outros fatores, das brigas dos grupos políticos de Lula e FHC.  Entenda seus argumentos a seguir:


Executivo da BRF pediu apoio a deputado do PMDB de SC por exportação em Itajaí, diz PF

Foto Alagoas 24 Horas

do O POVO on line

Grampo da Polícia Federal, na Operação Carne Fraca, capturou uma conversa entre o gerente de Relações Institucionais da empresa BRF, Roney Nogueira dos Santos, e o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC). O alvo da interceptação telefônica era Santos, preso preventivamente na Carne Fraca.
Em relatório, a Polícia Federal afirma que o executivo da BRF "tem feito contatos com políticos para solicitar ajuda para cumprimento/descumprimento de Normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento".

"Não foi possível avaliar o deputado federal Rogério Peninha Mendonça se comprometeu com o pedido de Roney para, como é comum, de um lado, fazer um 'lobby' junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em favor da BRF e, de outro, se iria conversar com e 'exigir' de Luiz Gustavo Balena, fiscal agropecuário do Porto de ltajaí­/PR, que 'cumprisse' ou 'descumprisse' a Instrução Normativa n.º 39, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento", aponta o documento da Federal.

A conversa foi capturada as 11h08 de 26 de fevereiro do ano passado. Segundo a PF, Roney "precisa de apoio (lobby)" sobre a IN 39 - norma estabelecida em 27 de outubro de 2015 pela então ministra Kátia Abreu (PMDB-TO), que regula documentação sobre importaçao e exportação -. Para os investigadores, a BRF não queria cumprir a IN 39.

"Deputado, eu preciso de um apoio seu, já que o deputado teve uma boa participação e a gente também teve um bom contato lá em Santa Catarina, a questão da Portuária. Olha são o Ministério da Agricultura, através do Vigiaro, implantou uma norma 39, uma Instrução Normativa 39 e tá dando o maior rebu em Santa Catarina e em todo o Brasil na verdade, mas como o deputado é de Santa Catarina, a gente precisa do seu apoio em Santa Catarina", pediu Roney Nogueira dos Santos.

O executivo da BRF explicou ao deputado do PMDB. "O que essa norma criou. Ela criou um procedimento eletrônico e no papel e tá gerando um atraso nas nossas exportações e assim… a gente tá correndo risco de .. de travar tudo lá em Santa Catarina. E eu preciso de seu apoio porque o pessoal do Porto, inclusive o Balena, eu queria que o senhor desse uma ligada pra ele, porque ele em vez de ajudar nós (sic) lá a tentar, a conversar com os outros fiscais pra que pare o atendimento da norma, que saiu um documento do Secretário de Defesa Â… ele fica meio que jogando lá contra, muvucando as questões lá. Então Â… teria como o doutor de repente com suas forças políticas aí, ligar pro Secretário de Defesa, pedir pra parar essas (ininteligível) Â…"

Peninha responde, citando o Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro). "Eu vou lá, terça feira eu vou lá visitá-lo, tu me manda, pode ser por WhatsApp … uma coisa bem resumidinha ( … ) eu vou lá no Vigiagro, no diretor do Vigiagro lá."

Roney diz que "precisava de uma ação ou de repente o do deputado ligar hoje". "Ligar( … ) pô o pessoal das empresas de Santa Catarina tão reclamando."

"Mas hoje … meio dia sexta feira( … ) o certo é falar pessoalmente", responde o deputado do PMDB.

"Mas o problema é que eu perdi, vou perder um monte de embarque agora final do ano, final do mês. Não é só nós", insiste Roney.

"Terça feira de manhã eu tô em Brasília, já vou nas primeiras horas, já na primeira hora, eu vou lá no Ministério falar pessoalmente", afirma Peninha.

"Eu vou mandar pelo WhatsApp então aí um resumo aí pro deputado então", avisa o executivo da BRF. "Mas dá uma ligada pro Balena aí, pergunta o que que ele tá muvucando lá."

"Pro Balena eu posso .. eu ligo tá?", diz o parlamentar.

"Fechou então", afirma Roney.

Defesas

o deputado Rogério Peninha Mendonça se manifestou sobre a questão. "Atendi a essa ligação, assim como atendo diariamente prefeitos, entidades de classe, juízes, promotores, jornalistas, empresários e pessoas da sociedade em geral, que solicitam apoio nas mais diversas demandas. Procuro sempre atender a todos, desde que os pedidos sejam justos e dentro da legalidade", disse.

"Como você pode ver, a transcrição do telefonema não me compromete, e eu não me proponho a fazer qualquer ato ilícito ou coaduno com qualquer irregularidade. Condeno veementemente todos aqueles que cometeram as ilicitudes colocadas à luz do dia pela operação Carne Fraca. Crime contra a saúde pública deve ser comparado a crime hediondo. Pessoas que põem em risco a saúde de outras pessoas e, escancaradamente, comprometem um setor tão importante da nossa economia, não podem ter perdão ou qualquer redução de pena. A punição tem que ser exemplar", afirmou

A reportagem procurou a BRF na noite desta quarta-feira, 22. Em comunicado após a deflagração da Operação Carne Fraca, a empresa divulgou comunicado à imprensa.

"A BRF não compactua com práticas ilícitas e refuta categoricamente qualquer insinuação em contrário. Ao ser informada da operação da PF, a companhia tomou imediatamente as medidas necessárias para a apuração dos fatos. Essa apuração será realizada de maneira independente e caso seja verificado qualquer ato incompatível com a legislação vigente, a BRF tomará as medidas cabíveis e com o rigor necessário. A BRF não tolera qualquer desvio de seu manual da transparência e da legislação brasileira e dos países em que atua", diz trecho da nota.

"A BRF reitera que todas as medidas tomadas pela empresa e seus técnicos estão plenamente de acordo com os mais elevados níveis de governança e compliance e de forma nenhuma ferem qualquer preceito ético ou legal do Brasil e dos países para os quais a BRF exporta seus produtos".

Sobre a prisão de Roney Nogueira dos Santos, a empresa afirma o seguinte: "O sr. Roney apresentou-se voluntariamente às autoridades brasileiras na manhã deste Sábado (18), vindo da África do Sul, onde estava a trabalho, para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades. A BRF está acompanhando as investigações e dará todo o suporte às autoridades".

"A BRF vem a público manifestar seu apoio à fiscalização do setor e ao direito de informação da sociedade com base em fatos, sem generalizações que podem prejudicar a reputação de empresas idôneas e gerar alarme desnecessário na população", finaliza a nota.

Capivari de Baixo: vereadores podem ser cassados


do Diário do Sul

Os vereadores de Capivari de Baixo assinaram na última sessão da Câmara um requerimento conjunto que deu encaminhamento à criação de uma Comissão Especial Processante, com o objetivo de solicitar a cassação dos edis investigados na operação Casa da Mãe Joana, deflagrada no ano passado na cidade.

Os vereadores reeleitos Jean Rodrigues, Ismael Martins, Edison Cardoso Duarte e Fernando Oliveira da Silva estão impedidos pela Justiça de tomar posse, pois a investigação contra eles e os ex-vereadores Jonas Machado dos Santos, Arleis Flávio Nunes Ribeiro e Manoel da Silva Guimarães, o Farinheira, segue em curso e todos foram afastados das funções públicas e impedidos de entrar na Câmara de Vereadores.

Um dos problemas alegados para o possível pedido de cassação seria a questão da insegurança jurídica, em função de que frequentemente são feitos pelos ex-vereadores pedidos de liminar para assegurar a posse, todos negados até o momento. Em fevereiro, Jean e Mael chegaram a entrar na Justiça para solicitar que seus subsídios fossem pagos, mesmo durante o afastamento da Câmara.

Caso o pedido de cassação seja realmente aprovado pela Câmara, os quatro vereadores que foram reeleitos antes de a operação ser deflagrada perderiam seus cargos mesmo que não sejam condenados judicialmente ao final do processo.

De acordo com Leonardo Reinaldo Duarte, assessor jurídico da Câmara, na próxima sessão será definida a composição da comissão.


Investigação


O MPSC ainda aguarda o resultado de perícias para oferecer a denúncia criminal e iniciar as ações civis públicas, entre elas por improbidade administrativa. A operação Casa da Mãe Joana, deflagrada pelo Ministério Público com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) de Santa Catarina, teve sete mandados cumpridos. Segundo o Gaeco de Santa Catarina, os vereadores são suspeitos de exigir parte dos salários de assessores que sequer cumpriam expediente na Câmara. Assim, foi constatada também a existência de funcionários fantasmas no Legislativo.

quinta-feira, 23 de março de 2017

Brasil e EUA fecham convênio para desenvolvimento tecnológico em defesa


da Agência Brasil

Após mais de seis anos de negociações e ajustes, o Ministério da Defesa do Brasil e o Departamento de Defesa dos Estados Unidos concluíram ontem (22) a assinatura de um convênio para a troca de informações em pesquisa e desenvolvimento no setor. O acordo permitirá aos dois países desenvolverem projetos tecnológicos em parceria na área da defesa, dinamizando a cooperação bilateral.

Segundo o secretário nacional de Produtos de Defesa, Flávio Augusto Basílio, o convênio é um importante passo para reaproximar Brasil e EUA. “Esse acordo é um marco institucional importante, pois abre a possibilidade dos dois países voltarem a cooperar nas áreas de ciência e tecnologia, de forma a termos um produto binacional. Sem essa formalização, os norte-americanos não trocariam informações ou cooperação técnica. Com o acordo, os Estados Unidos estão afirmando que o Brasil é parceiro estratégico e que a relação Brasil-EUA será de desenvolvimento conjunto, e não só de compra e venda”, afirmou o secretário a Agência Brasil.

Longa negociação

O chamado Acordo Mestre de Troca de Informações (Miea, na sigla em inglês) é fruto de longo período de negociações entre as autoridades militares dos dois países – que já haviam acertado dois acordos bilaterais nas áreas de defesa e de proteção de informações militares sigilosas.

As negociações ficaram travadas em 2013, depois que o ex-analista de sistemas da Agência Nacional de Segurança dos EUA, Edward Snowden, revelar que os Estados Unidos espionavam líderes políticos e empresariais em diversos países, inclusive no Brasil. Onde, segundo ele, até e-mails da ex-presidente Dilma Rousseff teriam sido monitorados.

Em julho de 2015, no entanto, o Congresso brasileiro promulgou o Acordo Bilateral sobre Cooperação em Matéria de Defesa e o Acordo Sobre Proteção de Informações Militares Sigilosas, que o Miea vem chancelar. O primeiro acordo prevê a realização de treinamentos conjuntos, cursos e estágios, além de facilitar as negociações comerciais de equipamentos e armamentos. Já o segundo cria um quadro jurídico para a troca de informações militares sigilosas de maneira segura, evitando o repasse de informações confidenciais para terceiros.

Conforme com o secretário Basílio, o convênio assinado ontem efetiva os dois acordos anteriores e pode resultar no desenvolvimento de equipamentos aeronáuticos, navais e outros, além da parceria para pesquisa básica.

“Guarda-chuva”

“O acordo abre como que um guarda-chuva que nos permite identificar os nichos, os setores e os produtos. Sem este marco institucional, não haveria nenhuma conversa neste sentido”, acrescentou Basílio, explicando que questões como o treinamento de pessoal e o intercâmbio de engenheiros dos dois países ainda serão mais detalhadas em novos acordos que serão assinados em breve.

“Ainda faltam alguns acordos para chegarmos ao objetivo final, que é o desenvolvimento de um produto binacional. Precisamos criar uma base sólida para darmos esse passo. A troca de informações já acordada é um passo significativo para o campo da cooperação científica e tecnológica”, concluiu o secretário, ponderando que o Brasil só tem a ganhar com o estreitamento do contato com os Estados Unidos.


Em outubro de 2016, após se reunir com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante a Conferência dos Ministros da Defesa das Américas, o então secretário de Defesa norte-americano, Ash Carter, manifestou seu apoio às propostas de cooperação entre o Brasil e os EUA. Na ocasião, Carter elogiou as contribuições do Brasil para as operações de manutenção da paz na África e em várias partes do mundo, como o Haiti, e conversou com Jungmann sobre as formas com que os Estados Unidos e o Brasil podem colaborar em questões regionais.

Conheça o projeto de terceirização aprovado pela Câmara e os problemas que podem causar aos trabalhadores


Conheça projeto aprovado pela Câmara que permite terceirização em qualquer atividade das empresas:

Atividade-fim

As empresas poderão contratar trabalhadores terceirizados para exercerem cargos na atividade-fim, que são as principais atividades da empresa.

Atualmente, não existe uma legislação específica sobre a terceirização. Mas decisões da Justiça do Trabalho determinam que a terceirização é permitida apenas para as chamadas atividades-meio, ou seja, funções secundárias que não estão diretamente ligadas ao objetivo principal da empresa, como serviços de limpeza e manutenção.

O projeto prevê que a contratação terceirizada de trabalhadores poderá ocorrer sem restrições em empresas privadas e na administração pública.

Trabalho temporário

O tempo máximo de contratação de um trabalhador temporário passou de três meses para seis meses. Há previsão de prorrogação por mais 90 dias. O limite poderá ser alterado por meio de acordo ou convenção coletiva de trabalho.

O trabalhador que tiver cumprido todo o período (incluindo a prorrogação) só poderá ser admitido novamente pela mesma empresa contratante após 90 dias do fim do contrato.

É permitida a contratação de trabalhadores temporários para substituir empregados de serviços essenciais que estejam em greve ou quando a paralisação for julgada abusiva. Fica proibida a contratação de trabalhadores por empresas de um mesmo grupo econômico, quando a prestadora de serviço e a empresa contratante têm controlador igual.

“Quarteirização”

A empresa de terceirização terá autorização para subcontratar outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho, que é chamado de “quarteirização”.

Condições de trabalho

É facultativo à empresa contratante oferecer ao terceirizado o mesmo atendimento médico e ambulatorial dado aos seus empregados, incluindo acesso ao refeitório. A empresa é obrigada a garantir segurança, higiene e salubridade a todos os terceirizados.

Causas trabalhistas

Em casos de ações trabalhistas, caberá à empresa terceirizada (que contratou o trabalhador) pagar os direitos questionados na Justiça, se houver condenação. Se a terceirizada não tiver dinheiro ou bens para arcar com o pagamento, a empresa contratante (que contratou os serviços terceirizados) será acionada e poderá ter bens penhorados pela Justiça para o pagamento da causa trabalhista.

Previdência

O projeto aprovado segue as regras previstas na Lei 8.212/91. Com isso, a empresa contratante deverá recolher 11% do salário dos terceirizados para a contribuição previdenciária patronal. E a contratante poderá descontar o percentual do valor pago à empresa terceirizada.


Os problemas de hoje na terceirização, por Giorgio Xenofonte


Sou servidor de um órgão público federal, trabalho mais precisamente em um setor de Licitações. Quase todos os meses, realizamos pregões para a contratação de mão-de-obra terceirizada: serviços de vigilância, copeiragem, acessorista, auxiliar administrativo...

Já no processo de licitação, encontramos um grande número de empresas completamente aventureiras, formadas de qualquer jeito, com documentação de qualidade duvidosa. Não é raro solicitar comprovação de que a empresa têm experiência no mercado e darmos de cara com atestados de capacidade técnica falsos, produzidos por algum parente do "dono da empresa" (geralmente um administrador que faz papel de tudo). Cheguei a fazer uma diligência para verificar um documento e, onde deveria existir uma fábrica com mais de 200 empregados, havia uma oficina mecânica que mal se aguentava com 3 pessoas.
Ainda na licitação, por se tratar de Pregão, as empresas têm que oferecer o menor preço possível para a prestação dos serviços. Grandes empresas, com sólida reputação, ficam longe das licitações deste tipo, pois sabem que os aventureiros vão baixar os valores a limites impraticáveis pelo mercado, na ânsia de ganhar o contrato.

E GANHAM!

Por mais que nós, responsáveis pela licitação, tentemos amarrar as questões para impedir os picaretas, há limites legais que devemos respeitar. Se o licitante apresenta os documentos, preenche as planilhas e diz que vai prestar o serviço por aquele preço, ficamos de mãos atadas... inclusive por decisões dos Tribunais de Conta.

Declaramos o vencedor, assinamos o contrato, a nova empresa chega, contrata os terceirizados que já estavam no órgão (pela empresa anterior) e tudo, aparentemente, está ótimo.

Na maioria das vezes, antes de 3 meses, começam os problemas.

Detalhe importante: não estamos, ou não estávamos mais nos anos 90. O serviço público, principalmente o órgão em que eu trabalho, é duro da fiscalização dos serviços, mas paga religiosamente em dia. Em 20 anos de serviço público, tanto na esfera estadual de Pernambuco, quanto na federal, não houve qualquer atraso de salário de servidores ou de terceirizados causado pelo órgão.

Infelizmente, o órgão público pagar em dia a empresa não é garantia que o repasse seja feito integralmente para os trabalhadores tercerizados.

Temos vários, muitos casos de benefícios sociais incluídos no pagamento que, pelos mais variados motivos, as empresas de terceirização escondem, não repassam, dificultam o quanto possível para o trabalhador.

Testemunhei casos em que os terceirizados tinha que pagar a condução do próprio bolso , pois a empresa não repassava os valores para eles. E mais, se alegassem isto como motivo de falta, teriam o salário do dia descontado.

Um colega (chamo de colega porque é importante lembrar que são pessoas que trabalham ao nosso lado) teve um problema CARDÍACO, constatado tanto pelos médicos do órgão quanto pelo SUS... a empresa simplesmente desconsiderou, deixando claro que, se ele faltasse, seria demitido! E que procurasse seus direitos na Justiça...

E aí entramos no outro grande problema envolvendo as terceirizações: as empresas fantasmas.

Por que estas empresas não ligam de ter seu nome sujo no mercado, de ter processos da Justiça Trabalhista, de ter contratos rescindidos com o serviço público - com as respectivas penalidades?

Como são praticamente "virtuais", com 2 ou 3 pessoas gerenciando, podem simplesmente SUMIR. Sim, algumas SOMEM, deixam de pagar os terceirizados e somem com o dinheiro.

Pior, o órgão público, mesmo querendo pagar o devido aos terceirizados, não pode... pois a relação de trabalho, de contrato, não é com eles, mas com a empresa.

Tivemos casos de dinheiro retido em caixa por meses, com terceirizados passando fome, mas a justiça, a Lei, o contrato, não permitia que o órgão repassasse o dinheiro diretamente para eles.

Poucos meses depois, esta mesma empresa que sumiu, reaparecesse com outro nome, prestando serviço em outro local, desta vez tendo como sócios outras pessoas... mas é a MESMA.

Estes são casos extremos mas existem os problemas também nas empresas que prestam os serviços "corretamente".

Os terceirizados vivem em clima de ameaça, algumas vezes velada, mas na maioria é aberta: se abrir a boca, se reclamar, vai para rua.

No órgão em que trabalho, há uma intensa fiscalização das condições de trabalho, dos repasses legais que devem ser feitos aos terceirizados. Mesmo assim, voltando à questão inicial, os preços contratados foram tão justos, tão baixos, que as empresas tentam de todo jeito levar vantagem... como não podem atingir o órgão público, pela própria característica dos contratos administrativos, sobra para os trabalhadores. É comum cobrarem que eles cumpram horas-extra sem o ressarcimento devido, que façam deslocamentos para outras unidades sem qualquer adicional pelo serviço, deixam de cumprir obrigações das convenções coletivas alegando que estão vinculados a outras convenções (não há qualquer controle por parte do MTE), fora as questões de assédio moral, que estas pessoas já tomam como parte da vida, visto que estão na parte de baixo da pirâmide desde que nasceram :/

O mundo é desigual, vivemos em uma sociedade capitalista e maníaca, mas é horrível conviver com pessoas que suam muito, trabalham corretamente, mas não têm seus direitos mais básicos respeitados.

Se a sociedade não se posicionar LOGO, a precarização dos serviços, dos direitos, dos trabalhadores, vai se acentuar mais ainda.

Como alguém disse ontem no twitter, parece que toda vez que gritamos "não passarão", um direito do trabalhador cai no congresso golpista!

Fonte GGN

CNBB critica terceirização e reforma da Previdência em nota pública


da Agência Brasil

Após se reunirem por três dias, os dirigentes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) posicionaram-se nesta quinta-feira (23) contra a reforma da Previdência proposta pelo governo federal e a favor da redução do número de autoridades que têm direito ao foro privilegiado. De acordo com a entidade, a proposta de emenda à Constituição (PEC), em debate no Congresso, tem reduzido a Previdência a uma questão econômica e “escolhe o caminho da exclusão social”.

Em entrevista convocada para comentar o posicionamento da entidade sobre os temas em debate no país, o presidente do órgão, cardeal Sérgio da Rocha, também criticou o projeto que libera a terceirização em todas as atividades das empresas, aprovado ontem (22) pela Câmara dos Deputados. Segundo ele, o “risco de precarização das relações de trabalho” e de “perda de direitos é muito grande”.

Por meio de uma nota pública, a entidade católica manifesta “apreensão” com o debate das mudanças na aposentadoria e pede que as contas da Previdência sejam mais transparentes. “Os números do governo federal que apresentam um déficit previdenciário são diversos dos números apresentados por outras instituições, inclusive ligadas ao próprio governo. Não é possível encaminhar solução de assunto tão complexo com informações inseguras, desencontradas e contraditórias. É preciso conhecer a real situação da Previdência Social no Brasil. Iniciativas que visem ao conhecimento dessa realidade devem ser valorizadas e adotadas, particularmente pelo Congresso Nacional, com o total envolvimento da sociedade”, dizem os bispos, no comunicado.

Os representantes da entidade se reuniram na última segunda-feira (20) com o presidente Michel Temer e, depois, com Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados. “Fomos para dialogar. Manifestamos a nossa preocupação com os projetos que tramitam no Congresso, sobre a reforma da Previdência e as matérias que tratam dos direitos indígenas”, afirmou o secretário-geral do CNBB, Leonardo Steiner. As notas públicas foram aprovadas após reunião do Conselho Permanente da CNBB, ocorrida desde a última terça-feira (21) até hoje.

Apesar de convocarem os cristãos a se mobilizarem sobre o tema, os bispos não sugerem uma ação direta nas comunidades. Para o cardeal, atitudes como, por exemplo, divulgar críticas à reforma durante as missas, vão depender de cada padre. “Queremos que esse tema seja debatido de alguma maneira nas nossas comunidades, seja objeto de reflexão e de estudo. Mas nós não entramos em detalhe sobre as iniciativas concretas, que deverão ficar a cargo dos bispos diocesanos e, particularmente, das comunidades”, afirmou o presidente.

De acordo com o comunicado, a CNBB defende que o sistema da Previdência Social continue tendo uma matriz ética que proteja as pessoas da vulnerabilidade social, de valores ético-sociais e solidários. “Na justificativa da PEC 287/2016 [que trata da reforma] não existe nenhuma referência a esses valores, reduzindo a Previdência a uma questão econômica”, diz o texto. A entidade afirma que, na proposta, o problema do déficit é solucionado “excluindo da proteção social os que têm direito a benefícios”.

O governo defende que a reforma da Previdência é necessária em razão do atual déficit do sistema. De acordo com o governo, caso as mudanças não sejam feitas, o país corre o risco de não conseguir pagar o benefício às futuras gerações.

Como alternativa, os representantes da Igreja Católica no Brasil defendem a auditoria da dívida pública, a taxação das rendas de instituições financeiras e a revisão dos incentivos fiscais para exportadores de commodities. Eles pedem ainda que sejam identificados e cobrados os devedores da Previdência.

Foro Privilegiado

Embora na nota pública cobrem um “número restrito de autoridades” com direito ao foro privilegiado, os bispos não quiseram responder a quais cargos se referiam. “Queremos oferecer a nossa contribuição questionando a atual situação do foro privilegiado. Nossa postura é que se restrinja ao máximo, mantendo, é claro, a proteção necessária no conjunto de uma sociedade democrática, e não criando uma espécie de aristocracia privilegiada”, avaliou o presidente da CNBB.

Os dirigentes da entidade justificam que o debate é necessário diante do número crescente de autoridades envolvidas em casos de corrupção. “Calcula-se um universo de 22 mil autoridades que estariam beneficiadas pelo foro privilegiado. Aos olhos da população, esse procedimento jurídico parece garantia de impunidade numa afronta imperdoável ao princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei”, diz o comunicado.

Para o vice-presidente da CNBB, Murilo Krieger, mais uma vez a intenção nesse tema é incentivar a participação da sociedade. “Não vamos dizer nem o número, nem uma lista, porque não caberia a nós. O que a gente percebe é isso: esse número é realmente algo que deixa todo mundo surpreso. É impossível a Justiça, os dois Supremos Tribunais [STJ e STF], darem conta de tudo aquilo que chega a eles”, defendeu.