Um
grupo de manifestantes invadem o Congresso em Assunção
Do Portal Vermelho
A
Frente Guasu, coalizão política progressista do ex-presidente do Paraguai,
Fernando Lugo, emitiu nesta sexta-feira (31) uma nota comentando a invasão do
Parlamento Nacional e a onda de violência política que atinge o Paraguai desde
que o Senado aprovou a realização de um referendo popular, que pode permitir ao
atual presidente, Horacio Cartes, e também a Fernando Lugo, concorrer às
próximas eleições presidenciais.
A
aprovação da proposta teve o acordo da Frente Guasu, que votou nesta matéria ao
lado do Partido Colorado, situacionista. A decisão do parlamento despertou a
fúria do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), neoliberal e direitista, que
contava com Cartes e Lugo fora da disputa e já dava como certa sua vitória por
ausência de concorrentes viáveis.
Segundo
a Frente Guasu, o ataque ao congresso é obra de “barras bravas (torcidas organizadas)
contratadas pela extrema direita”.
A
nota da coalizão progressista tem como título “Oligopólio midiáticos e a
oligarquia se aliançam contra a vontade popular”.
A
Frente Guasu denuncia que a extrema direita e o oligopólio midiático já
ameaçavam há meses provocar “rios de sangue se aprovada a convocação de um
referendo e se expresse assim a vontade popular sobre a possibilidade de que
Fernando Lugo, assim como outros ex-presidentes, ou até mesmo o atual
presidente, possa ser candidato a presidente da República”.
Uma
pesquisa realizada em março indicou que 56% da população apoia a reeleição de
Fernando Lugo.
Segue
a nota da Frente Guasu: “Assim, após a aprovação pelo Senado (25 senadores de
45) na tarde de 31 de março, de se convocar A AUTORIDADE NACIONAL MÁXIMA
EXPRESSA PELO VOTO, A VONTADE POPULAR, para aceitar ou não a possibilidade de
Fernando Lugo vir a ser candidato a Presidência da República (e outros
ex-presidentes, ou o atual presidente), eles (a extrema-direita) organizaram
uma manifestação violenta, com não mais de 1.000 pessoas. Os mesmos meios de
comunicação que os apoiam confirmam estes números; seria na verdade um pouco
menos. Os manifestantes são claramente Barras Bravas (torcidas organizadas),
como revelam testemunhas oculares, contratados para provocar distúrbios
semelhantes aos ocorridos na praça Maidan, na Ucrânia”.
A
nota registra ainda o “desespero da super-reacionária oligarquia paraguaia se o
setor progressista paraguaio (intitulado de ‘bolivarianismo castro-marxista’
pela mídia) ganha não só o governo mas também o Congresso, como é perfeitamente
possível segundo as pesquisas, pois no primeiro governo de Lugo (2008-2012),
tivemos que governar em minoria”.
A
Frente Guasu afirma que foi a oligarquia atrasada, que controla 90% dos meios
de comunicação, com o apoio do golpista de ultra direita Federico Franco e do
neoliberal – “peão permanente da Embaixada dos EUA” – Efraín Alegre, ambos do
PLRA, assim como da facção Stronista (seguidores de Alfredo Stroessner, ditador
do Paraguai entre 1954 e 1989) do Partido Colorado, que contratou os “barra
bravas”.
A
nota termina com a Frente Guasu expressando seu apoio a decisão da Câmara dos
Deputados de suspender temporariamente os trabalhos “a fim de se evitar
pretextos para a violência organizada da oligarquia” afim de se garantir um
clima de tranquilidade, “livre das pressões do vandalismo”, para que a Câmara
decida pela realização ou não do Referendo, “para que a vontade popular decida
se Fernando Lugo pode ser, ou não, indiscutivelmente candidato a presidência da
República, como quer a maioria do povo paraguaio”.
Fonte: Resistência