sexta-feira, 19 de julho de 2019

MP de Bolsonaro quer trabalho aos sábados, domingos e feriados, sem direitos

MP 881, que pode se tornar lei, propõe cortar direitos de quem trabalha em dias especiais, como horas extras e auxílio alimentação e coloca em risco segurança e saúde no trabalho ao flexibilizar fiscalização.

MP 881, que pode se tornar lei, propõe cortar direitos de quem trabalha em dias especiais, como horas extras e auxílio alimentação e coloca em risco segurança e saúde no trabalho ao flexibilizar fiscalização

Conhecida como minirreforma trabalhista, a Medida Provisória (MP) nº 881 pode se tornar lei e trazer ainda mais retrocessos para a legislação trabalhista brasileira.

Como o governo de Jair Bolsonaro (PSL) havia anunciado em sua campanha, a intenção é afrouxar regras para favorecer a classe empresarial brasileira.

A proposta original da MP, que tramita no Congresso Nacional em caráter de Projeto de Conversão de Lei (45/2019), era para mudar onze itens. Ao passar pela comissão mista da câmara, a MP foi alterada pelo relator Jerônimo Georgen (PP-RS), que propôs mudar mais de 50 itens da lei.

Um dos principais ataques apontados por especialistas é a liberação do trabalho aos domingos e feriados para mais categorias. Atualmente, a legislação prevê que os trabalhadores que exercem atividade nos fins de semana e feriados tenham remuneração diferenciada pelas horas trabalhadas, além de escala especial de folgas. Com a alteração proposta por Georgen, as empresas ficariam isentas de arcar com esses direitos.

O secretário de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, explica que a MP passa a tratar os dias especiais como dias normais de trabalho e, com isso, os direitos adquiridos serão perdidos.

“Algumas categorias têm regras específicas garantindo valores para alimentação, horas extras, escalas de folgas diferenciadas, mas a medida provisória pode acabar com tudo isso”, pontua o dirigente.

“Vai ficar a critério da empresa decidir quando o trabalhador vai ter que trabalhar e quando terminar a vigência de acordos coletivos que preveem regras especiais, os patrões, embasados na lei, não vão querer negociar benefícios para os trabalhadores”.

O advogado trabalhista, José Eymard Loguércio, acredita que em um curto prazo as consequências da MP 881 serão mais precarização, menores remunerações e impacto negativo na economia brasileira.

“Nenhum país que adotou regras semelhantes apresentou melhores índices de geração de emprego. Pelo contrário, as jornadas aumentaram para quem já trabalhava”.

Eymard lembra que em um país com alto índice de rotatividade como o Brasil a substituição da mão de obra é fácil para os empresários. A reforma Trabalhista, um exemplo de flexibilização dos direitos, não gerou postos de trabalho, afirma.

“O que está acontecendo é o aumento do desemprego e da rotatividade. Um grande contingente de pessoas que estavam empregadas, com um padrão de rendimento foram demitidas e contratadas por valores menores”, diz o advogado.

Direito Civil

Outro ponto crítico da Medida Provisória 881 é a sobreposição das regras do Direito do Trabalho pelas regras do Direito Civil.

Na prática, significa que contratos firmados com valores acima de 30 salários mínimos (R$ 29.940,00) não teriam a mesma proteção das leis trabalhistas. “Seriam uma espécie de acordo comum firmado entre as partes, sem base em regras trabalhistas”, explica a presidente da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra), juíza Noêmia Garcia Porto.

Ela afirma que nesse ponto a medida não tem nenhum ‘respaldo’ constitucional, porque segrega os trabalhadores, dividindo-os em ‘castas’. “A Constituição proíbe qualquer discriminação entre tipos de trabalhadores”, diz Noêmia.

Para a juíza, fica claro que a lógica da MP é de que trabalhadores nessa faixa salarial não devem ter proteção social, o que, ela diz, não é verdade.

Impunidade

A MP 881 também dificulta o acesso da justiça a bens de proprietários e sócios de empresas julgadas como devedoras em ações trabalhistas. Atualmente, após a condenação há um recurso chamado Desconsideração da Pessoa Jurídica (DPJ) que determina que os sócios respondam com seu patrimônio, caso a empresa não tenha bens para quitar a dívida.

Para a presidente da Anamatra, isso poderá criar um ambiente de impunidade, uma vez que o trabalhador ganhará a ação e não conseguirá receber os valores.

Empresários beneficiados

O secretário de Assuntos Jurídicos da CUT, Valeir Ertle, afirma que a vida do trabalhador, na prática, muda, tanto do ponto de vista social como do ponto de vista econômico, já que ele vai ser submetido a horários incomuns de trabalho e com menor remuneração.

Para o dirigente, a chamada ‘liberdade econômica’ pregada por Bolsonaro, na verdade, é mais uma ação deste governo de extrema direita para retirar direitos dos trabalhadores.

“E no que diz respeito à economia”, prossegue o dirigente, “não dá para saber onde eles querem chegar com medidas como essa, já que a remuneração vai ser menor, os empregos serão precários e a reforma Trabalhista já provou que isso não é solução para crise”.

Valeir cita ainda um exemplo clássico da história para ilustrar o que tira um país da crise. “Henry Ford, em 1914, dobrou o salário dos trabalhadores de sua linha de produção e reduziu a jornada para oito horas diárias. Assim foi preciso criar um terceiro turno para manter a produção”.

O resultado dessa estratégia, comprovado pela história, foi que os próprios trabalhadores, com poder de compra maior, passaram a adquirir os automóveis que produziam, o que já dizia Henry Ford, era “bom para a economia”.

A presidente da Anamatra, Noêmia Garcia Porto, concorda e complementa “parece que essa ideia de afrouxamento está baseada no senso comum, construído pela mídia, de que reduzindo proteção, se consegue incrementar a atividade econômica, mas não há nenhum estudo e nenhuma estatística que comprove isso”.

Ataques da MP 881

Outros pontos da MP, considerados graves pelo movimento sindical e juristas do trabalho são:

– Criação da Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) digital e sem garantia de acesso efetivo para todos os trabalhadores acerca de suas informações. O advogado José Eymard Loguércio observa que o Brasil tem um grande contingente de excluídos digitais e que, portanto, não teriam acesso a esse recurso.

– Criação de mecanismos que dificultam a fiscalização e autuação fiscal e retira os sindicatos do sistema;

– Fim do e-Social;

– Fim da obrigatoriedade das CIPAs (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), tornando-as facultativas.

Tramitação

O relatório do deputado Jerônimo Georgen, que “inchou” a medida provisória, foi votado na comissão especial da Câmara, na quinta-feira (11) e após o recesso parlamentar, deverá ir a plenário. A MP será votada na Câmara e no Senado. Se for aprovada, passa a valer como lei.

A CUT vai se reunir com as demais centrais sindicais ainda no mês de julho e dialogar com todos os partidos para que a medida seja alterada na Câmara. “Ou trabalhar para a medida caducar [perder a validade] em setembro”, diz Valeir Ertle.

O dirigente criticou a forma como a medida entrou em pauta. Segundo ele, havia um acordo entre os parlamentares de discutir o tema somente após a votação da reforma da Previdência, No entanto, o relator colocou a MP em votação.

A presidente da Anamatra vê na tramitação um problema democrático já que a medida impacta a vida de milhões de brasileiros e não foi debatida com a sociedade. Noêmia Porto ainda afirma que “foi a mesma coisa com a reforma Trabalhista. Começou um texto modesto e no meio da tramitação o texto foi inchado, dificultando o diálogo com a sociedade”.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já havia considerado inconstitucional esse método de ‘inchaço’ de medidas. Duas ações de inconstitucionalidade da MP 881 aguardam julgamento na suprema Corte.

Fonte: CUT Brasil | Escrito por: Andre Accarini | Imagem: Contraf-CUT

BEIRANDO AO RIDÍCULO! DEPOIS DE ABANDONAR A PREFEITURA, VICE-PREFEITO DE IMBITUBA REAPARECE CORTANDO CABELO DE CADEIRANTE


Os marqueteiros das campanhas eleitorais são mestres em manipular emoções. Argumentam que as pessoas escolhem um candidato pela impressão que sua figura passa.

Seguindo a risco ensinamentos de marketing político para melhorar sua imagem perante a opinião pública depois de abandonar a prefeitura e a população, o vice-prefeito Zaga (MDB) posta foto nas redes sociais cortando cabelo de um cadeirante.

Seria uma boa ação se não fosse o político fujão candidato nas eleições do ano que vem.

Será que cola?

DESATINOS DA POLÍTICA EXTERNA AMERICANA PENALIZA EXPORTAÇÃO BRASILEIRA

O “MV Bavand” já está carregado com 48,4 mil toneladas de milho e aguarda o fornecimento de combustível desde o dia 8 de junho. Já o “MV Termeh” deverá seguir para o Porto de Imbituba (SC) e carregar cerca de 60 mil toneladas de milho a granel. Somadas, as cargas superam os 100 milhões de reais. O destino dos navios é o Porto Bandar Imam Khomeini, no Golfo Pérsico. Airton Fernandes – SECOM e (Foto: divulgação/Porto dos Paraná)

Mesmo mergulhado em grave crise econômica o Brasil de Bolsonaro não faz movimento alguma para normalizar comércio exterior com Iran e quatro navios de bandeira daquele país asiático permanecem mais de meses impedido de abastecer nos portos de Paranaguá e Imbituba. 

Os EUA têm ampliado suas sanções contra o Irã neste ano, visando atingir setor petrolífero do país. Isso atrapalhou o reabastecimento dos navios, com a estatal Petrobras recusando-se a vender combustível por temer represálias ao violar as regras norte-americanas.

Além dos navios Bavand e Termeh, fundeados em Paranaguá (PR), outros dois navios de bandeira iraniana (Ganj e The Finder) estão fundeados em Imbituba na mesma situação.  Os quatro navios trouxeram ureia ao Brasil e pretendem retornar ao Irã carregando milho brasileiro.

 Veja matéria completa: Band 

Dois navios cargueiros de bandeira iraniana estão há mais de 30 dias esperando para atracar no píer da Petrobrás, em Paranaguá. Juntos eles precisam abastecer 1.700 toneladas de combustível HFO 380 para poder seguir viagem.

Segundo publicou a revista Portos e Navios, a afretadora dos navios “MV Bavand” e “MV Termeh”, a Petrobras se negou a fornecer combustível aos cargueiros, porque eles estão na lista da OFAC – órgão financeiro que controla ativos estrangeiros dos Estados Unidos, ligado ao departamento de tesouro do governo norte-americano.

O “MV Bavand” já está carregado com 48,4 mil toneladas de milho e aguarda o fornecimento de combustível desde o dia 8 de junho. Já o “MV Termeh” deverá seguir para o Porto de Imbituba (SC) e carregar cerca de 60 mil toneladas de milho a granel. Somadas, as cargas superam os 100 milhões de reais. O destino dos navios é o Porto Bandar Imam Khomeini, no Golfo Pérsico.

Cada navio conta com cerca de 15 tripulantes a bordo. As empresas afretadoras têm gastos de US$ 15 mil somente com o pagamento de sobrestadia dos navios, além de despesas extras por dia de afretamento. Se não houvesse essa negativa da Petrobras, os navios teriam abastecido em cerca de 10 horas após a atracação.

O processo tramita em segredo de Justiça a pedido da estatal brasileira, sendo analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Procurada pela BandNews Paranaguá, a assessoria de imprensa da Petrobras não se manifestou até a manhã desta terça-feira. A reportagem também buscou ouvir a Marinha do Brasil, mas a Capitania dos Portos do Paraná informou que não tem ação no caso. A Agência Marítima, que atende os navios em Paranaguá, disse que não iria se manifestar.

Reportagem: Kelly Frizzo - (Foto: divulgação/Arilson Peres)

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Novas mensagens sugerem que Moro descumpriu a lei e influenciou em delações

Conversas entre procuradores indicam que o então juiz teria avisado ter intenção de só homologar delações se pena proposta aos executivos fosse de pelo menos um ano de prisão em regime fechado (foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil).

Por Correio Brasiliense

Novas mensagens do Telegram obtidas pelo site The Intercept e divulgadas, nesta quinta-feira (18/7), pelo jornal Folha de S. Paulo indicam que o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, teria interferido em delações premiadas de executivos da construtora Camargo Corrêa, em 2015, quando ainda era juiz da Operação Lava-Jato. De acordo com o conteúdo, a interferência chegou a causar incômodo entre os integrantes da força tarefa. 


Em nota ao jornal, o ministro Sérgio Moro negou qualquer interferência sobre as delações e afirmou que, cabe ao juiz somente homologar ou não os acordos. Mais uma vez ele diz desconhecer a autenticidade das mensagens. A força-tarefa da Lava-Jato também disse não reconhecer as mensagens. A Camargo Corrêa não quis se pronunciar.


As conversas entre os procuradores indicam que Moro teria avisado ao grupo ter intenção de só homologar delações se a pena proposta aos executivos fosse de pelo menos um ano de prisão em regime fechado. A referência à orientação de Moro é feita pelo procurador Deltan Dallagnol em mensagem no dia 25 de fevereiro de 2015, quando ele responde ao procurador Carlos Fernando.

Dallagnol pergunta a Carlos Fernando se ele quer fazer os acordos da Camargo com a 'pena' de Sérgio Moro discordar e recomenda o contrário. "Acho perigoso pro relacionamento fazer sem ir FALAR com ele, o que não significa que seguiremos. Podemos até fazer fora do que ele colocou (quer que todos tenham pena de prisão de um ano), mas tem que falar com ele sob pena de ele dizer que ignoramos o que ele disse”.

No dia anterior, Carlos Fernando havia dito a Deltan que o procedimento de delação "virou um caos" e que, se ele e Januário são encarregados dos acordos, somente eles deveriam tratar do assunto. "Você é o Promotor natural e pode discordar, e eu sempre ouço todos, mas o que vejo agora é um tipo de barganha onde se quer jogar para a platéia, dobrar demasiado o colaborador, submeter o advogado, sem realmente ir em frente", escreve Carlos. 

O procurador Carlos Fernando diz ainda não saber fazer delação "como se fosse um turco" e pede mais liberdade para trabalhar. A Folha informa que o material foi analisado e que não há indício de que o conteúdo tenha sido adulterado.

Após a matéria ir ao ar, Sérgio Moro usou as redes sociais para se defender. "O juiz tem não só o poder, mas o dever legal de não homologar ou de exigir mudanças em acordos de colaboração excessivamente generosos com criminosos. Não foi, aliás, essa a crítica a acordos como os dos sócios da JBS (que não passaram por mim)?", escreveu na conta pessoal no Twitter.
O que aconteceu? 
A reportagem da Folha diz que os acordos de delação foram assinados dois dias depois dos diálogos. Neles, ficou acertado que os dois executivos da Camargo Corrêa, Dalton Avancini e Eduardo Leite, que estavam presos em Curitiba em caráter preventivo havia quatro meses, sairiam da cadeia com tornozeleiras e ficariam mais um ano trancados em casa.

Os delatores deram informações sobre o cartel organizado pelas empreiteiras para fraudar licitações da Petrobras, admitiram o pagamento de propina a políticos e dirigentes da estatal e revelaram desvios na construção da usina nuclear Angra 3 e em outras obras do setor elétrico.
O que diz a lei?
A reportagem lembra que a lei que definiu regras para os acordos de colaboração premiada diz que juízes devem se manter distantes das negociações e têm como obrigação apenas a verificação da legalidade dos acordos após sua assinatura.

O objetivo é garantir que os magistrados tenham a imparcialidade necessária para avaliar as informações fornecidas pelos colaboradores e os benefícios oferecidos em troca no fim do processo judicial, quando cabe aos juízes aplicar as penas negociadas se julgarem os resultados da cooperação efetivos.  


quarta-feira, 17 de julho de 2019

Sociedade deve se unir em defesa da democracia

ABI sai em defesa de Greenwald, Miriam Leitão e Sérgio Abranches. A ABI não podia ter ressurgido em melhor hora. O espectro de Prudente de Moraes, neto, e de Barbosa Lima Sobrinho nos coloca de pé novamente.

Leia a íntegra da nota:

Unidade contra ameaças e intimidações

Neste momento, em que crescem as ameaças e intimidações aos jornalistas e outros brasileiros, tendo como principais exemplos as sofridas por Glenn Greenwald, Míriam Leitão e Sérgio Abranches, acompanhadas de demissões e afastamento de profissionais, promovidas por veículos de comunicação, como a que ocorreu com Paulo Henrique Amorim, a ABI conclama os jornalistas, os democratas e as entidades da sociedade civil a se unirem para garantirmos o Estado Democrático de Direito.

A radicalização de grupos político-ideológicos, que se caracterizam, basicamente, pelo desprezo ao conhecimento e pela rejeição à diversidade, representa um retrocesso civilizatório inaceitável para a democracia brasileira.

É cada dia mais preocupante o crescimento da ousadia destes grupos, na maior parte das vezes, escondidos pelo anonimato das redes sociais. Agora, no entanto, decidiram sair das ofensas para a intimidação direta, com ameaças e ações públicas, como em Paraty.

Para a “Casa do Jornalista”, a utilização da Constituição Federal e dos demais instrumentos legais deve ser a forma de enfrentamento a estes atentados à liberdade de reunião e de expressão.

A ABI, juntamente com as demais entidades democráticas da sociedade civil, exige que o Estado brasileiro aja em defesa dos princípios fundamentais da nossa democracia, investigando e aplicando a lei contra os que ameaçam e intimidam participantes de reuniões pacíficas.

Paulo Jeronimo de Sousa
Presidente

Do Nocaute


ANÚNCIOS DA ÉPOCA DA ESCRAVIDÃO MOSTRAM POR QUE O BRASIL PRECISA ACERTAR AS CONTAS COM O PASSADO

A escravidão implica na desumanização completa do indivíduo. Perder o direito à religião e ao nome escolhido por seus antepassados é parte desse processo. E o esquecimento da escravidão é um projeto muito bem elaborado pela elite.

Por Alexandre Andrada - theintercept.com

AS ELITES BRASILEIRAS parecem ter um hábito secular de pôr uma pedra sobre o nosso passado. Apesar de sermos o país com a maior população negra fora da África, quase não há museus sobre o tema e mal estudamos o assunto nas escolas. O desconhecimento do brasileiro médio em relação aos horrores e às consequências da escravidão é enorme. O esquecimento não é um acaso, é um projeto.

O...

terça-feira, 16 de julho de 2019

Militar é condenado pelo assassinato do apresentador Mukirana

O corpo de Clóvis William dos Santos foi encontrado sem vida, em Laguna, no dia 7 de janeiro.


Por Rodrigo Prado – EXTRASC.COM
Um militar do Exército foi condenado pelos crimes de latrocínio, tentativa de ocultação de cadáver e corrupção de menores. Ele foi o responsável pelo assassinato do apresentador e DJ Clóvis William dos Santos, o Mukirana, em janeiro deste ano. A sentença foi proferida na Comarca de Laguna neste início de semana. Ao todo, a pena totaliza 22 anos de prisão em regime fechado. Cabe recurso.

Segundo a denúncia, Mukirana, o militar de 20 anos e dois adolescentes foram até a praia do Gi. Após desentendimentos e com o suposto objetivo de furtar o veículo da vítima, o acusado imobilizou e asfixiou o apresentador com uma camiseta.

Já desacordado, Mukirana também teria recebido socos e chutes, além de ser amarrado, arrastado pela areia e jogado ao mar. Seu automóvel foi localizado no mesmo dia, no Morro da Antena, em Congonhas.

Relembre o caso

Mukirana foi assassinado na Praia do Gi, em Laguna. Seu corpo foi encontrado na manhã de 7 de janeiro. Em uma primeira versão, divulgada pelo delegado de Polícia Civil Bruno Fernandes, dois adolescentes de 17 anos teriam executado o apresentador. Segundo a investigação, a vítima teria saído de Tubarão na noite de domingo (6), acompanhado dos responsáveis pelo crime e de outras adolescentes, uma delas grávida. Eles abasteceram o carro do apresentador, no Posto Disney.

Três dias depois, a Polícia Civil de Laguna anunciou nesta a prisão de um militar do Exército, que assumiu ter asfixiado e estrangulado a vítima. Na ocasião, o órgão de segurança justificou que não divulgou todas as informações durante coletiva de imprensa, por não possuir, no dia, a autorização para a prisão preventiva.

Talento no sangue

Mukirana nasceu talentoso. Nascido em Florianópolis, escolheu Tubarão para desenvolver suas atividades. Autodidata, apresentou programas na TVBV, Canal 20 e na Band FM, escreveu colunas nos jornais Última Hora, Folha da Semana, Jornal de Bairro, Notisul e Diário do Sul, atuou como DJ e promoveu eventos. A feijoada que levava seu nome foi um marco na área social de Santa Catarina nos anos 2000.

Decidido, passou pelas faculdades de Psicologia e Direito antes de formar-se em Jornalismo. Atualmente, escrevia para o jornal Correio Regional e apresentava um programa na Unisul TV. Meses antes de sua morte, lançou um site de notícias.

Ministério da Saúde suspende fabricação de 19 remédios de distribuição gratuita

"Os laboratórios não têm mais como investir a partir de agora. A insegurança que isso traz é o maior golpe da história dos laboratórios públicos", diz presidente de laboratório. Foto: Divulgação/Bernardo Portella/Fiocruz
O Ministério da Saúde encaminhou ofícios para vários laboratórios com os quais mantém Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) de medicamentos suspendendo os acordos. A informação é do Estado de S.Paulo, mostrando que a decisão do governo, além de colocar em risco a distribuição gratuita de remédios, afeta a cadeia econômica de produção de fármacos no país.
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O documento foi enviado nas últimas 3 semanas para sete laboratórios públicos nacionais, entre eles estão Biomanguinhos, Butantã, Bahiafarma, Tecpar, Farmanguinhos e Furp. Em entrevista ao jornal, o presidente da Bahiafarma e também da Associação dos Laboratórios Oficiais do Brasil (Alfob), Ronaldo Dias, disse que foram pegos de surpresa e que os laboratórios pretendem fazer um questionamento jurídico.

 “Os ofícios dizem que temos direito de resposta, mas que a parceria acabou. Nunca os laboratórios foram pegos de surpresa dessa forma unilateral. Não há precedentes”, disse. “A primeira medida que a gente pretende tomar é no âmbito judicial. Nossa linha deve ser alegar a arbitrariedade da forma que isso se deu”, completou.

O Estadão procurou o Ministério da Saúde e foi informado que as PDPs continuam vigentes e ainda que o ofício encaminhado aos laboratórios solicita “manifestação formal sobre a situação de cada parceria”. A pasta negou que os medicamentos não serão mais produzidos e que “o chamado ‘ato de suspensão’ é por um período transitório”, durante “coleta de informações”.

O jornal entretanto rebate dizendo que teve acesso a um dos ofícios, datado de 26 de junho e assinado pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do ministério, Denizar Vianna Araujo. No documento, a Bahiafarma é comunicada da “suspensão da referida PDP do produto Insulina Humana Recombinada Regular e NPH, celebrada com a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos”, o órgão do ministério diz ainda: “solicitamos manifestação formal de instituição pública quanto à referida decisão, no prazo improrrogável de dez dias úteis”.


Ainda segundo a secretaria, a decisão do Ministério da Saúde é embasada em um parecer da Advocacia-Geral da União e da Controladoria Geral da União.
Ronaldo Dias, presidente da Bahiafarma e da Alfob, disse ao jornal que a política irá resultar em retrocessos para a indústria nacional de medicamentos, além de colocar em risco a saúde de milhões de pacientes.

“É um verdadeiro desmonte de milhões de reais de investimentos que foram feitos pelos laboratórios ao longo dos anos, além de uma insegurança jurídica nos Estados e entes federativos. Os laboratórios não têm mais como investir a partir de agora. A insegurança que isso traz é o maior golpe da história dos laboratórios públicos.”

As associações que representam os laboratórios públicos calculam que, com o fim das PDPs, haverá uma perda anual de pelo menos R$ 1 bilhão para o setor e o risco de desabastecimento é previsto para 19 remédios que atendem mais de 30 milhões de pacientes. O grupo destaca ainda que um medicamento produzido nos laboratórios públicos chega a custar um terço do valor dos medicamentos produzidos em laboratórios privados.

A ação também causa insegurança no mercado de produção de fármacos. Isso porque com o fim das parcerias públicas, os laboratórios brasileiros devem encerrar o contrato com oito laboratórios internacionais com os quais fizeram acordos para desenvolver os produtos. Pela lei, os laboratórios públicos têm o compromisso de transferir a tecnologia da produção do medicamento, adquirida com a parceria feita com os laboratórios particulares, ao governo brasileiro.


Uma fonte que falou ao Estado de S.Paulo sob a condição de anonimato e que representa um laboratório em São Paulo calcula que a perda econômica com a decisão do governo Bolsonaro para a saúde será “imensa”.

Como exemplo, ele cita uma planta industrial no valor de R$ 500 milhões construída pelo Instituto Butantã em parceria com um laboratório privado e financiamento do BNDES. “Essa planta toda fica obsoleta. Toda cadeia econômica está severamente afetada”, completou. Para ler a matéria do Estado de S.Paulo na íntegra, clique aqui.


Com informações GGN

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Nova da VazaJato: Deltan pediu R$ 38 mil em “dinheiro público” a Moro

Procurador da força-tarefa pediu dinheiro que pertencia à 13ª Vara Federal de Curitiba para produzir um vídeo que promoveria as 10 medidas anticorrupção, na Globo

Por Jornal GGN

O jornalista Reinaldo Azevedo revelou na noite desta segunda (15) que o procurador Deltan Dallagnol pediu R$ 38 mil para o ex-juiz Sergio Moro.

O dinheiro, que seria de propriedade da 13ª Vara Federal em Curitiba, então conduzida por Moro, seria destinado ao pagamento de um vídeo de promoção do pacote conhecido por “10 medidas anticorrupção”, que seria veiculado na Rede Globo
Segundo o jornalista, que fez a reportagem em parceria com Leandro Demori, do Intercept Brasil, em 16 de janeiro de 2016, Deltan enviou a seguinte mensagem a Moro:

“Você acha que seria possível a destinação de valores da Vara, daqueles mais antigos, se estiverem disponíveis, para um vídeo contra a corrupção, para as 10 medidas, que será veiculado na Globo. A produtora está cobrando apenas custos de terceiro, que dariam uns R$ 38 mil.”

Em outra mensagem, Deltan acrescentou: “Seguem o roteiro e orçamento, caso queira olhar. O roteiro vai sofrer alteração ainda. Avalie de maneira livre e se achar que vai arranhar a imagem da Lava Jato de alguma forma, nem nós queremos.”

Moro respondeu em 17 de janeiro de 2016: “Se for os 38 mil, acho que é possível. Deixe ver na terça e te respondo.”
“Ilegal, imoral e indecente”, avaliou Azevedo. “Não importa se o dinheiro foi dado ou não. Ele aceitou dar. Corrupção passiva e corrupção ativa. Basta a expectativa de vantagem para que a pessoa seja considerada criminosa, desde que esteja usando o bem público ou para comprar alguém ou para se vender.”
Azevedo explicou ainda que a 13ª Vara de Curitiba dispõe de dois tipos de recursos: um enviado pelo Conselho Nacional de Justiça, que envia o dinheiro para tribunais regionais que, por sua vez, distribuem para as varas. O outro tipo de recurso são de depósitos judiciais e multa provenientes das condenações.

“Juiz concordar em dar dinheiro público para financiar publicidade [autopromoção] é ilegal”, disse Azevedo. E escancara, continou o jornalista, “mais uma vez as relações impróprias entre procurador e juiz na Lava Jato.”

Loteamento ou condomínio?


Por Anderson Teixeira (Vereador Imbituba) no Facebook

Em 30/09/1994 foi aprovado na Câmara de vereadores de Imbituba o LOTEAMENTO ROSA NORTE, que teve o alvará n⁰ 0054 emitido pelo município de Imbituba em 31/11/1995.

Após o alvará, as obras no local iniciaram, foram pavimentada as ruas, instalado rede de energia elétrica, dentre outras melhorias, a surpresa veio logo após a infraestrutura pronta.

Os até então loteadores instalaram uma corrente na entrada do local, obstruindo uma via pública, como inclusive já era anterior a aprovação do loteamento no local, obviamente tiveram a contrariedade dos moradores, que se reuniram, foram ao local e retiraram a corrente instalada.

Em 21/10/1997 a empresa Empreendimento Rosa Norte Ltda, proprietária da área, solicitou através do protocolo 4984/97 o cancelamento do LOTEAMENTO informando que não haviam vendido terrenos no local, fato este desmentido na ação ingressada pela Associação Comunitária Ibiraquera Gramense, representada na ação pelo Dr. Paulo Renato Paulo Ernandorena, onde documentos de venda de terrenos no local foram anexados ao mesmo.

O município de Imbituba, na época administrado pelo então prefeito Osny Souza Filho, em 24/10/1997 acatou o pedido e cancelou o Loteamento através do decreto 057/97, devolvendo aos loteadores vias e espaços públicos de propriedade do município de Imbituba.

Os proprietários da área fizeram tal manobra para buscar posteriormente a aprovação de um CONDOMÍNIO FECHADO, inclusive colocaram placa no local informando ser um condomínio.

No dia 24/10/1997 o advogado Paulo Renato Ernandorena entrou com ação e solicitou o cancelamento do decreto 057/97 que segundo ele era inconstitucional, fato esse que foi atendido pela justiça que em 18/11/1997 concedeu liminar cancelando o decreto que devolvia os espaços públicos aos loteadores e cancelava o loteamento já aprovado e constituído.

Já em 1998 o município acabou cancelando o decreto 057/97 através de outro decreto, o n⁰ 002/98, sendo assim as vias do local permaneceram sendo de propriedade do município e o local permaneceu sendo um LOTEAMENTO, o municipio possui no local 113.630,75m² de área, dividas entre as vias e terrenos, 5% da área total são edificaveis, segundo a lei que autorizou o Loteamento.

O processo permaneceu, mesmo após o cancelamento do decreto 057/97, mas foi transitado e julgado, mantendo o local como um loteamento, conforme aprovado em 1994 pela Câmara de vereadores do município.

Não pensem que tudo está resolvido, proprietários da área tem realizado movimentos para aos poucos tentarem realizar seus objetivos.

No verão que passou ofereceu ao núcleo ACIM Praia do Rosa a área para explorar estacionamento, fato esse IRREGULAR, já que trata-se vias públicas.

Nossa cobrança recai sobre o município, que precisa ASSUMIR sua propriedade no local, tanto nas vias, como em terrenos de sua propriedade, onde pode ser construída uma praça, centro de apoio ao turista, posto de fiscalização do município ou simplesmente um estacionamento público.

Já conversamos com o prefeito municipal, que irá consultar o departamento jurídico para então incluir na malha viária do município as ruas no loteamento.

O local, contribuído pelo impasse jurídico, passou a ser um problema para a Praia do Rosa, onde roubos a veículos são constantes.

Esperamos dias melhores ao local, pois precisamos atender a música do cantor Armandinho: "Vou fugir PRO Rosa Norte" e não a pressão dos bandidos que nos faz "Fugir DO Rosa Norte"

ANDERSON TEIXEIRA
Vereador de Imbituba

Em silêncio, Câmara aprova “minirreforma trabalhista”

Sem folga aos domingos, sem hora extra aos domingos e feriados, sem segurança do trabalho... preparem-se, vem mais bomba para cima do trabalhador brasileiro.

Por Cintia Teixeira - Sindicato dos comerciários

Na última quinta-feira (11 de julho) foi realizada a votação relâmpago da MP 881/19 na Comissão Mista do Congresso, mais conhecida como a “MP da Liberdade Econômica”, que visa a desburocratização e simplificação para os pequenos empreendedores. Mas, na verdade, é mais um golpe nas costas dos trabalhadores.

A MP permite a liberação do trabalho aos sábados, domingos e feriados, diminuição do ambiente de trabalho pelos auditores-fiscais, exclui o poder de fiscalização das entidades sindicais e acaba com a obrigatoriedade de constituição da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) em cada unidade com mais de 20 funcionários, além de muitos outros pontos que pioram ainda mais a vida do trabalhador brasileiro.

Ela altera inúmeros artigos da CLT e passou aproveitando o tumulto gerado pela reforma da Previdência, que também removeu direitos dos trabalhadores brasileiros e foi aprovada sem quaisquer debates públicos e apresentação do texto final.

A MP restringe a possibilidade de que sócios de uma empresa que quebra arquem com dívidas de suas companhias, entre elas as trabalhistas. Também prevê que os trabalhadores que ganham acima de 30 mil reais passem a ter seus contratos de trabalho regidos pela legislação civil e não pela trabalhista. Os únicos direitos trabalhistas seriam férias e 13º salário. O que vai na contramão da Constituição Federal (algo que já se tornou corriqueiro no país), que ao instituir e elencar os direitos trabalhistas em seu artigo 7º, não faz distinção alguma entre os trabalhadores economicamente suficientes e os hipossuficientes.

Além disso, o trabalho aos domingos e feriados foi liberado pela MP para as empresas que optem por isso, desde que garantam descanso mensal – UM DOMINGO POR MÊS – e paguem em dobro ao funcionário que trabalhar nesses períodos, OU o dia trabalhado será compensado como descanso em um outro dia.

Antes da MP para aquelas atividades que exigiam o trabalho aos domingos, a CLT determinava a formação de uma escala de revezamento entre funcionários, permitindo que o trabalho aos domingos não fosse consecutivo.

A “minirreforma trabalhista” também abriu as portas para o controle de exceção de jornada, que ocorre quando o horário de chegada e saída do funcionário só é registrado se há horas extras, atrasos, faltas e licenças. Do contrário, entende-se que o empregado cumpriu a jornada regular de trabalho e que não é devido nenhum pagamento ou folga adicional.

Ou seja, sempre que a jornada for normal, nada se anota. Anota-se apenas as excepcionalidades. Aqui entre nós, se nem com ponto eletrônico as horas extras são anotadas, imagina agora…

Dispensou, ainda, a anotação de jornada para as empresas com até 20 empregados. Antes, para os estabelecimentos de mais de dez trabalhadores era obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída.

A MP ainda propõe acréscimos como a criação de um regime especial de contratação “anticrise”, que vigoraria enquanto o desemprego não ficar abaixo de 5 milhões de pessoas por 12 meses consecutivos. Nesse regime, ficam suspensas regras que vedam os artigos da CLT que estabelecem jornadas especiais de trabalho, como a carga horária de 6 horas para bancários e a proibição de contrato de trabalho por prazo determinado de mais de dois anos.

Entre 2012 e 2018, foram registrados no Brasil 17.683 acidentes fatais e 378.060.049 dias de trabalho perdidos por afastamento. O gasto nesse período, incluindo benefícios iniciados em anos anteriores, supera R$ 84 bilhões. Achou assustador? Saiba que a minirreforma ainda acaba com a obrigatoriedade das CIPAs.

E assim temos uma nova minirreforma trabalhista, tirando mais direitos da classe trabalhadora e abrindo brechas para novas aberrações jurídicas. E em nome das microempresas? Como a micro e a pequena empresa vão crescer com uma população desempregada e sem salário?

Fonte: Revista Fórum, 13 de julho de 2019

domingo, 14 de julho de 2019

UNISUL À VENDA

Os representantes dos trabalhadores do Ensino do Estado de Santa Catarina emitem nota em defesa da Instituição e dos direitos trabalhistas.

Venda da Unisul preocupa a comunidade acadêmica e seu reflexo pode ser desastroso para os Catarinenses.

Em audiência junto ao TRF-12ª Região os representantes legais da Unisul sinalizaram que a veda da Instituição deve ocorrer ainda este ano.

Os representantes dos trabalhadores do Ensino do Estado de Santa Catarina emitem nota em defesa da Instituição e dos direitos trabalhistas.

Veja a nota na íntegra: