quarta-feira, 8 de julho de 2020

Facebook derruba rede de fake news ligada ao PSL e à família Bolsonaro

Foram identificadas 35 contas, 14 páginas, 1 grupo e 38 contas no Instagram

Por Correio Brasiliense

O Facebook anunciou, nesta quarta (08/07), que derrubou uma rede de fake news e perfis falsos ligadas ao PSL e a funcionários dos gabinetes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e dos deputados estaduais pelo PSL do Rio de Janeiro Anderson Moraes e Alana Passos. O anúncio foi feito numa ligação com jornalistas de diferentes países, incluindo do Brasil.

Foram identificadas 35 contas, 14 páginas, 1 grupo e 38 contas no Instagram. As páginas no Facebook tinham 883 mil seguidores, enquanto as contas no Instagram tinham 917 mil seguidores. 350 pessoas estavam no grupo.

No material postado estavam conteúdos relacionados às eleições, memes políticos, críticas à oposição, empresas de mídia e jornalistas, além de material relacionado ao coronavírus. Segundo a rede social, parte do conteúdo dessa rede já havia sido removido da plataforma por violar os padrões de comunidade. Entre as violações estavam conteúdo de discurso de ódio. Os detalhes de toda a operação brasileira foram postados no site do Atlantic Council’s Digital Forensic Research Lab, instuição que realize análise independente de remoções do Facebook por comportamento inautêntico coordenado.

O anúncio faz parte de uma remoção de redes de desinformação que operavam em quatro territórios postando conteúdo relacionado a assuntos políticos domésticos. Além do Brasil, foram derrubadas redes nos EUA, na Ucrânia e na América Latina, incluindo países como El Salvador, Argentina, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile. No caso brasileiro, as investigações e remoções ocorreram a partir de notícias na imprensa brasileira e referências feitas ao assunto no Congresso durante a CPMI das fake news.

Nathaniel Gleicher, diretor de Cibersegurança do Facebook, foi cauteloso em apontar o envolvimento direto ou o conhecimento dos políticos na campanha, inclusive na coordenação das postagens. "Não podemos afirmar a ligação direta das pessoas citadas, mas podemos afirmar que pessoas associadas a eles e a seus escritórios se envolveram em comportamento inautêntico na plataforma". O Facebook, porém, identificou que um membro da rede é conectado ao vereador Carlos Bolsonaro e outro é contratado do deputado estadual pelo PSL de São Paulo Coronel Nishikawa.

Segundo o executivo, não há indícios de que uma empresa foi contratada para realizar o trabalho, como aconteceu com a operação nos outros países latinos. A operação brasileira, porém, gastou US$ 1,5 mil em anúncios no Facebook e foram pagos em reais (cerca de R$ 8,03 mil na cotação desta quarta,8).

Segundo a Atlantic Council, o envolvimento de funcionários de gabinetes pode indicar que a operação usou recursos públicos, pois as postagens eram feitas durante o horário regular de expediente.  

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Devorador de estrelas: maior buraco negro do universo come um Sol por dia

Ilustração mostra um quasar cercado de poeira cósmica e "nuvens"Imagem: Nima Abkenar/Nasa

Por Mirthyani Bezerra-  Tilt

O maior buraco negro do universo mede 34 bilhões de vezes mais do que a massa do nosso Sol. Achou pouco? Ele "come" por dia o equivalente à massa da nossa estrela, segundo novo estudo realizado pela Universidade Nacional da Austrália, publicado na terça-feira (30) na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Esse "apetite voraz" tem feito com que o J2157 seja considerado o buraco negro que cresce mais rápido que se tem conhecimento em todo o universo. A massa dele é mais ou menos 8.000 vezes maior do que Sagittarius A, o buraco negro do centro da nossa galáxia.

A RAINHA DAS QUENTINHAS

Empresária recebe milhões do governo do Ceará para entregar quentinhas a presos inexistentes

Por Nayara Felizardo – Intercepy

A mistura de papel higiênico molhado com creme dental tornou-se um dos pratos típicos das penitenciárias cearenses, me contou por telefone Rodrigo*, que saiu recentemente da cadeia. “É uma forma de enganar a fome”, diz.  A mesma coisa me disse Silvana*, irmã de outro detento que ainda está preso. A comida entregue nas penitenciárias, segundo os dois, frequentemente chega azeda e o frango, principal proteína servida na quentinha, está sempre cru.

Relato parecido foi feito por uma presa que estava grávida. “Cansei de botar a colher no frango e escorrer sangue e eu comi assim mesmo, porque só tinha aquilo”, contou aos pesquisadores de um dossiê entregue em maio por familiares de detentos à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do estado. Presa no começo da gravidez com 76 kg, ela chegou ao final da gestação 6 kg mais magra.