Foram identificadas 35
contas, 14 páginas, 1 grupo e 38 contas no Instagram
Por Correio Brasiliense
O Facebook anunciou, nesta quarta (08/07), que derrubou
uma rede de fake news e perfis falsos ligadas ao PSL e a funcionários dos
gabinetes do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do senador Flávio
Bolsonaro (Republicanos-RJ)), do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) e dos
deputados estaduais pelo PSL do Rio de Janeiro Anderson Moraes e Alana Passos.
O anúncio foi feito numa ligação com jornalistas de diferentes países,
incluindo do Brasil.
Foram identificadas 35 contas, 14 páginas, 1 grupo e 38
contas no Instagram. As páginas no Facebook tinham 883 mil seguidores, enquanto
as contas no Instagram tinham 917 mil seguidores. 350 pessoas estavam no grupo.
No material postado estavam conteúdos relacionados às
eleições, memes políticos, críticas à oposição, empresas de mídia e jornalistas,
além de material relacionado ao coronavírus. Segundo a rede social, parte do
conteúdo dessa rede já havia sido removido da plataforma por violar os padrões
de comunidade. Entre as violações estavam conteúdo de discurso de ódio. Os
detalhes de toda a operação brasileira foram postados no site do Atlantic
Council’s Digital Forensic Research Lab, instuição que realize análise
independente de remoções do Facebook por comportamento inautêntico coordenado.
O anúncio faz parte de uma remoção de redes de
desinformação que operavam em quatro territórios postando conteúdo relacionado
a assuntos políticos domésticos. Além do Brasil, foram derrubadas redes nos
EUA, na Ucrânia e na América Latina, incluindo países como El Salvador,
Argentina, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile. No caso brasileiro, as
investigações e remoções ocorreram a partir de notícias na imprensa brasileira
e referências feitas ao assunto no Congresso durante a CPMI das fake news.
Nathaniel Gleicher, diretor de Cibersegurança do
Facebook, foi cauteloso em apontar o envolvimento direto ou o conhecimento dos
políticos na campanha, inclusive na coordenação das postagens. "Não
podemos afirmar a ligação direta das pessoas citadas, mas podemos afirmar que
pessoas associadas a eles e a seus escritórios se envolveram em comportamento
inautêntico na plataforma". O Facebook, porém, identificou que um membro
da rede é conectado ao vereador Carlos Bolsonaro e outro é contratado do
deputado estadual pelo PSL de São Paulo Coronel Nishikawa.
Segundo o executivo, não há indícios de que uma empresa
foi contratada para realizar o trabalho, como aconteceu com a operação nos
outros países latinos. A operação brasileira, porém, gastou US$ 1,5 mil em anúncios
no Facebook e foram pagos em reais (cerca de R$ 8,03 mil na cotação desta
quarta,8).
Segundo a Atlantic Council, o envolvimento de
funcionários de gabinetes pode indicar que a operação usou recursos públicos,
pois as postagens eram feitas durante o horário regular de expediente.