sábado, 19 de novembro de 2016

O que comem, onde vivem e como se acasalam os que querem um golpe militar?


Por Leonardo Sakamoto em seu blog

Uma coisa é o pensamento conservador, que merece ser respeitado e, na minha opinião, questionado – quando for o caso – nas arenas públicas e privadas de discussões.

A outra é gente que acha que a Constituição é papel higiênico e as instituições democráticas – que levamos décadas para reconstruir – são um grande vaso sanitário.

Nesta semana, a ocupação da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados pelo pessoal que acha que a democracia é a titica do cavalo do bandido e vê comunismo na tigela dos Sucrilhos do café da manhã libertou uma quantidade surpreendente de seres mágicos pela internet.

Por exemplo, trolls que pensei estarem adormecidos desde que o tilintar de panelas cessou, orgulhoso de si mesmo, apesar da corrupção seguir galopante.

Seres que defendem uma ''intervenção militar constitucional'' (haha), o bloqueio da conversão do país em uma ''ditadura gayzista'' (hahahaha) e uma ação para evitar a iminente ''implantação do comunismo'' (#morri).

Pessoas que dizem que o mal precisa ser extirpado. E quem é o mal? Daí reside o problema.

Ouvimos cada vez mais que há pessoas ou grupos que representam o mal, cuja natureza é contra os costumes e as tradições dos ''homens e mulheres de bem'', e precisam ser extirpados. Eu mesmo já ouvi isso mais de uma vez: ''você é um câncer que precisa ser extirpado''.

Na superfície dessa afirmação, há ódio. Mas se escavarmos um pouco, chegaremos ao medo e, em seguida, à ignorância sobre o outro. Pincelado por horas de aulas de História cabuladas para ir empinar pipa ou fazer footing no shopping.

Tito de Alencar Lima, o Frei Tito, foi encontrado enforcado no dia 10 de agosto de 1974, durante seu exílio na França, como consequência da tortura que sofreu pelas mãos dos agentes da última ditadura brasileira. Aquela incensada pelo pessoal acima citado. Trouxe a história dele aqui por ocasião do aniversário de sua morte e gostaria de retomar parte de seu testemunho.

Em 1969, ele foi um dos dominicanos presos pelo torturador Sérgio Paranhos Fleury, delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops), acusados de apoiar as ações da resistência contra o regime. O calvário de Tito, da prisão ao suicídio, tornou-se um dos símbolos da luta pela liberdade.

Trago trechos do testemunho de Tito à Justiça Militar, em 1969, em que conta como foram as sessões de tortura. O depoimento faz parte de ação movida pelo Ministério Público Federal contra os torturadores. Isso é a consequência da ''intervenção militar'' que esse povo tanto pede:

''Na quarta feira, fui acordado às 8 horas, subi para a sala de interrogatórios, onde a equipe do capitão Homero me esperava.
Repetiram as mesmas perguntas do dia anterior. A cada resposta negativa, ou recebia cuteladas na cabeça, nos braços e no peito.

Neste ritmo prosseguiram até o início da noite, quando me serviram a primeira refeição naquelas 48 horas. (…)

Na quinta- feira, três policiais acordaram-me à mesma hora do dia anterior. De estômago vazio, fui para a sala de interrogatórios. Um capitão, cercado por uma equipe, voltou às mesmas perguntas.

Vai ter que falar, senão, só sai morto daqui”, gritou. Logo depois vi que isto não era apenas uma ameaça: era quase uma certeza.

Sentaram-me na “cadeira de dragão” (com chapas metálicas e fios), descarregaram choques nas mãos e na orelha esquerda. A cada descarga, eu estremecia todo, como se o organismo fosse decompor.

Da sessão de choques, passaram-me ao pau-de-arara. Mais choques, pauladas no peito e nas pernas cada vez que elas se curvavam para aliviar a dor.

Uma hora depois, com o corpo todo sangrando e todo ferido, desmaiei. Fui desamarrado e reanimado. Conduziram-me à outra sala, dizendo que passariam a carga elétrica para 230 volts a fim de que eu falasse “antes de morrer”. Não chegaram a fazê-lo.

Voltaram às perguntas, batiam em minhas mãos com palmatórias. As mãos ficaram roxas e inchadas, a ponto de não ser possível fechá-las. Novas pauladas. Era impossível saber qual parte do corpo doía mais: tudo parecia massacrado.

Mesmo que quisesse, não poderia responder às perguntas: o raciocínio não se ordenava mais. Restava apenas o desejo de perder novamente os sentidos.''

Por aqui, lidamos com o passado como se ele tivesse automaticamente feito as pazes com o presente. Não, não fez. E o impacto de não resolvermos o nosso passado se faz sentir no dia a dia das periferias das grandes cidades, em manifestações, nos grotões da zona rural, com o Estado aterrorizando, reprimindo e torturando parte da população (normalmente mais pobre) com a anuência da outra parte (quase sempre mais rica).

Tito é torturado e morto novamente e novamente, todos os dias, no Brasil, sob outros nomes, crenças, gênero ou cor de pele. Normalmente, jovens, negros e pobres.

Diante da atual tentativa de excluir o espírito crítico dos bancos escolares, através de ações reacionárias como o ''Escola Sem Partido'', desejo que a história daquele período continue a ser contada nas escolas até entrarem nos ossos e vísceras de nossas crianças e adolescentes a fim de que nunca esqueçam que a liberdade do qual desfrutam não foi de mão beijada. Mas custou o sangue, a carne e a saudade de muita gente.

Se ficarmos apenas assistindo boquiabertos aos retrocessos sociais, ambientais, econômicos, políticos e civis, o que é um pesadelo do passado voltará a ser nosso cotidiano. Liderado por falsos ''salvadores da pátria'', eleitos no braços de quem está cansado de tudo o que está aí Inclusive da liberdade para procurar soluções de forma coletiva aos problemas da sociedade.

Só dessa forma, os poucos milhares que hoje clamam por um golpe militar ou pela volta da ditadura continuarão a ser vistos pelo restante da sociedade como mal informados, ignorantes ou insanos.

Acho importante esse pessoal mostrar sua cara e dizem quem é. Eu já estava cansado de ser xingado por anônimos na internet ou perfis do Twitter com foto de ovo. Vocês não tinham curiosidade de saber quem eles são? O que comem? Onde vivem? Como se acasalam?


Temos a responsabilidade de, uma vez identificados, despejarmos todo o carinho e paciência possíveis. Pois, talvez um dia, compreendam o que significa a liberdade que está diante de seus olhos, mas que não conseguem enxergar.

JUSTIÇA CONDENA DÁRIO BERGER A PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA

Foto: Moreira Mariz / Agência Senado

O senador Dário Berger (PMDB) foi condenado a perda da função pública e suspensão dos direitos políticos por cinco anos pelo juiz Hélio do Vale Pereira, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Florianópolis. A sentença do dia 11 deste mês também pede que Berger devolva o dinheiro gasto com propaganda que, segundo ação do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), tinha promoção pessoal do político durante sua gestão como prefeito da Capital. A denúncia foi apresentada em 26 de setembro de 2013 pelo promotor Giovani Werner Tramontin, mas teve como base uma ação popular contra o ex-prefeito ajuizada ainda em 2008. O senador também foi condenado por ato de improbidade administrativa. “Propagandas como as vistas nestes autos são, para além de mentirosas, o descarado uso de dinheiro público para fins apenas particulares. A impessoalidade é agredida da maneira mais contundente. É uma revelação de insensibilidade absoluta com os reais desígnios da Administração Pública”, afirma o juiz na sua decisão.

De acordo com a ação civil pública, a publicidade referente ao Maciço do Morro da Cruz tinha o seguinte slogan: “Festa da Cidade Presente para Dário”. Segundo o promotor autor da ação, a peça além ter imagem pessoal o ex-prefeito também fazia a seguinte citação: “a maior parte do dinheiro, vem do Governo Federal, mas é Dário quem vai contabilizar os resultados”. “Prova disso, são as fantasiosas propagandas veiculadas na época, que antecedia o certame eleitoral de 2008, tanto na mídia eletrônica (DVD anexo), que, além de não retratarem a realidade, induziam a população a uma imagem de administração empreendedora, e de Prefeito que “mudou” Florianópolis, evidenciando a promoção pessoal eleitoreira do requerido, por se tratar de período pré-eleitoral”, afirma o promotor na ação. “A má-fé do requerido se mostra patente nas inúmeras publicidades contendo sua imagem e nome, atitudes que afrontam o princípio da impessoalidade”,afirma Tramontin na ação de improbidade administrativa.
Sobre as peças publicitárias publicadas, o magistrado faz a seguinte descrição na sua decisão: 
Trecho da sentença expedida pela Vara da Fazenda Pública da Capital

Em decisão do dia 2 de junho de 2009, o juiz Luiz Antonio Zanini Fornerolli já havia acatado o pedido da ação popular e declarou nulo todos os atos administrativos da publicidade institucional e condenou Berger a ressarcir aos cofres públicos todos os valores desembolsados com a elaboração e divulgação das campanhas publicitárias, além de serem corrigidas pela Taxa Selic. O processo foi extinto pelo mesmo juiz, após manifestação do MPSC considerando que já havia apresentado uma ação civil pública sobre o mesmo fato da ação popular. Ainda em abril de 2008, uma liminar foi parcialmente concedida para o autor da ação popular, apenas para impedir que o município de Florianópolis divulgasse qualquer publicidade relacionada a obras ou serviços por ele já realizados, sob pena de multa de R$ 50 mil. Mas o processo foi anulado por meio de recurso e posteriormente extinto sem julgamento de mérito, pois o autor popular abandonou a causa.
A promotora Juliana Padrão Serra de Araújo, que substituiu Giovani Werner Tramontin na 31ª Promotoria de Justiça da Capital, em parecer sobre a ação em 26 de setembro deste ano pediu a condenação do senador. Segunda a promotora, as reportagens jornalísticas que estão na ação popular e continham o nome do ex-prefeito foram retirados do processo e foram avaliadas somente as inserções televisas. Segundo os documentos da ação popular, na TVs locais foram veiculadas 315 peças publicitárias no SBT, 138 na Record, 232 na TV Barrigada Verde (afiliada da TV Bandeirantes), além de 524 inserções na RBS TV (Afiliada da TV Globo) e outras 387 veiculações na TV Com, emissora de TV por asssinatura e que pertencia ao grupo RBS. De acordo com a mesma ação popular, o custo do material veiculado é estimado em R$ 1,8 milhão.
“No total, considerando todos os relatórios juntados aos autos, temos mais de 1.596 propagandas custeadas com o dinheiro público, sendo mais de 500 (quinhentas) em ano eleitoral! Uma verdadeira overdose dos feitos realizados pela então gestão municipal!”, ressalta a promotora. “Ainda que não seja utilizado o nome ou a imagem do requerido, não há dúvidas da imediata vinculação entre as obras realizadas e a figura do Prefeito Municipal à época dos fatos. Aliás, quem mais poderia se beneficiar com a publicidade exorbitante das obras e melhorias na cidade, que não o Gestor Público, em pleno ano eleitoral?”, questiona a representante do MPSC.
Oscar Juvêncio Borges Neto, procurador do município de Florianópolis, em parecer assinado no último dia 1º de novembro requer ao juiz a “condição de neutralidade” da Prefeitura da Capital. Segundo o procurador, considerando a presença de um ex-Prefeito na ação, “afigura-se útil à apuração da preponderância do interesse público, abster-se, o município, de contestar o pedido, bem como de atuar ao lado do autor”.
Trecho da sentença expedida pela Vara da Fazenda Pública da Capital

Nas sua alegações finais, os advogados do prefeito afirmam que o MPSC tentou ligar reportagens jornalísticas nas quais o nome do senador foram veiculadas com as publicidades institucionais do período do seu governo “Assim, de maneira ardilosa, buscou-se ultrapassar a total inexistência de alusões a imagem e ao nome do prefeito”, afirma sua defesa. “Buscando confundir sem sucesso este juízo, misturou as publicidades institucionais impessoais com as reportagens jornalísticas, tentando fazer acreditar que uma tinha vinculação com a outra e representavam atos de improbidade”, completam os advogados do senador do PMDB. Por meio da sua assessoria, o senador informou que ainda teve conhecimento da decisão nesta sexta-feira (18) e que não iria se manifestar antes de ser citado oficialmente.

 Farol - Reportagem e conteúdo


19 de novembro dia da Bandeira


As bandeiras e os hinos são símbolos criados para representar um sentimento de unidade, de patriotismo, ou seja, tais simbologias (mas não somente elas) criam um sentimento de pertença de um determinado povo a uma nação, manifestando o sentimento de nacionalidade, nacionalismo.

Após a proclamação da República no Brasil, no ano de 1889, criou-se uma nova bandeira para representar a nova fase da história brasileira. A bandeira do Brasil Império (1822-1889) foi substituída pelo projeto de Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos, com desenho de Décio Vilares, mas a inspiração dos autores para produção da nova bandeira continuava sendo a bandeira do período imperial desenhada pelo pintor francês Jean Baptiste Debret.

O hino é outro elemento simbólico de uma nação. No Brasil, o primeiro hino surgiu após a Independência brasileira, composto por D. Pedro I, tornou-se o Hino à Independência do Brasil. O hino nacional surgiu com a música de Francisco Manoel da Silva pelo decreto nº 171 do ano de 1890. A letra do hino foi escrita no ano de 1909 por Osório Duque Estrada, foi oficializado como hino pelo decreto nº 15.671, no ano de 1922 (Centenário da Independência). No ano de 1906, apareceu pela primeira vez o hino à bandeira brasileira, escrita pelo poeta Olavo Bilac, esse hino tornou-se mais um elemento constituidor da identidade nacional brasileira.

Hino à Bandeira Nacional
Letra: Olavo Bilac
Música: Francisco Braga


Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da Pátria nos traz.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas,
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil, por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil!
Sobre a imensa Nação Brasileira,
Nos momentos de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da Justiça e do Amor!
Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,

Da amada terra do Brasil!


Leandro Carvalho
Mestre em História

CALENDÁRIO DE PLANTAÇÕES PARA UM JARDIM FLORIDO E UMA HORTA BEM CUIDADA

Calendário de plantações para o ano inteiro 

Do Novos Rurais

Veja as espécies botânicas e hortícolas que deve semear em cada um dos meses.  
A primavera é, por excelência, a estação do ano em que os jardins se encontram no seu máximo esplendor. Mas, para que isso suceda, é preciso ter semeado e plantado antes as espécies mais adequadas a essa estação. Para que saiba quais as variedades florais que deve semear em cada uma das diferentes épocas, elaborámos um guia mensal que também lhe indica as sementeiras que deve fazer na sua horta, nos seus canteiros ou nos seus vasos, para que se possa organizar de uma forma efetiva e eficiente.

Janeiro
O primeiro mês do ano está longe de ser aquele que mais trabalho exige no seu jardim. Nesta época, a grande maioria das plantas encontra-se em descanso vegetativo. Ainda assim, depois de desfazer a árvore de Natal e de arrumar todas as prendas que a sua família recebeu durante a quadra natalícia, pode semear petúnias, ervilhas de cheiro e gipsófilas, além de espécies anuais de verão, bienais, rosas e bolbos de vaso.
Esta é uma boa altura para o fazer. Se tem uma horta ou gosta de fazer experiências no seu quintal ou até mesmo num dos cantos da sua varanda, pode sempre semear agriões, alfaces, cebolas, coentros, espinafres e nabiças.

Fevereiro
O Carnaval aproxima-se a passos largos mas a máscara que vai usar este ano não pode ser a única coisa a ocupar a sua mente. Nesta altura do ano, deve ter as tesouras de poda sempre prontas para os trabalhos de poda. Tudo o que se encontre seco, deteriorado ou com mau aspeto deve ser removido. Esta é também a altura em que deve plantar coníferas, árvores de sombra de folha caduca e espécies de folha perene.
Esta é ainda uma boa época para semear coleos e ainda ervilhas de cheiro e gipsófilas, caso não o tenha feito em janeiro. Na horta, é tempo de avançar com a sementeira de abóboras, acelgas, agriões, aipos, alfaces, alho francês, beterrabas, cebolas, coentros, couve galega, couve de repolho, couve tronchuda, nabos, rabanetes, salsa e tomate.

Março
Com a primavera à porta, não espere demais para começar a preparar o espectáculo de cor que inundará o jardim nos próximos meses. Meta mãos à obra e semeie asteres, coleos, cravínias, crisântemos, estatice, gipsófilas, verbenas e zínias, além de ageratos, petúnias e cravos-túnicos. Na horta, este é um dos meses de maior actividade no que se refere a sementeiras e plantações.
Abóboras, acelgas, agriões, aipos, alfaces, alho francês, beldroegas, beringelas, beterrabas, cebolas, coentros, couve-bróculo, couve-de-bruxelas, couve galega, couve lombarda, espinafres, melancias, melões, nabiças, nabos, pepino, pimentos, rabanetes, salsa e tomate são as espécies que deve semear.

Abril
Enquanto vai pensando nos seus planos para a Páscoa, centre as suas atenções nos bolbos estivais, comece a adubar e a incrementar as regas à medida que a temperatura vai subindo. No que respeita a novas sementeiras, esta é uma boa altura para fazer as de artemisas e cosmos (ao sol), astilibes (à sombra), asteres, coleos, cravínias, crisântemos, estatice, gipsófilas e zínias.
Na horta, semeie abóboras, acelgas, agriões, aipos, alfaces, alho francês, beldroegas, beringelas, beterrabas e cenouras. Coentros, couve-bróculo, couve-de-bruxelas, couve-nabiça, espinafres, melancias, melões, nabiças, nabos, pepino, pimentos, rabanetes, salsa e tomate são outras das sementeiras que também pode (e deve) fazer ao longo deste mês.

Maio
Este é o mês em que se verifica uma profusão de flores nos jardins. Aproveite o bom tempo que se começa a fazer sentir e plante os bolbos e tubérculos que florescem já no verão ou no próximo outono, assim como begónias, dálias, asteres, coleos, cravínias, crisântemos, estatice, gipsófilas e zínias. Na horta, a lista de sementeiras não varia muito em relação aos meses anteriores.
Semeie abóboras, acelgas, agriões, aipos, alfaces, alho francês, beldroegas, beterrabas, cenouras, coentros, couve-bróculo, couve-de-bruxelas, couve-nabiça, espinafres, flor de mostarda, melancias, melões, nabiças, nabos, pepino, pimentos, rabanetes, salsa e tomate.

Junho
A sua mente já só pensa na praia, nas sardinhadas, nas festas dos santos populares e nos feriados mas, se quer mesmo ter um jardim bonito e florido, tem de arranjar tempo para calçar as luvas e enfiar as mãos na terra. Esta época é indicada para plantar vivazes, maciços à base de áster, rudbequias, heliantus e bolbosas como os gladíolos, begónias e agapantos.
É também uma boa altura para semear gipsófilas, goivos, miosótis e prímulas. Na horta, continua a ser tempo para semear abóboras, acelgas, agriões, alfaces, beldroegas, cenouras, coentros,
couve-bróculo, couve-de-bruxelas, couve-nabiça, espinafres, flor de mostarda, rabanetes e salsa.

Julho
Nesta altura, só já pensa nas férias e nos mergulhos que irá dar ou na tal viagem que irá finalmente fazer. Este é, contudo, também o mês em que deve plantar as espécies com cores garridas que vão encher as suas jarras lá de casa no inverno. É tempo de plantar petúnias, salvas e cravos-túnicos, além de asteres, goivos, gipsófilas, prímulas e miosótis.
Na horta, se ainda não o fez, semeie acelgas, agriões, alfaces, beldroegas, beringelas, beterrabas, cenouras, coentros, couve-bróculo, couve-de-bruxelas, couve chinesa, couve galega, couve lombarda, couve nabiça, couve de repolho, couve tronchuda, espinafres, rabanetes e salsa.

Agosto
Enquanto aproveita para relaxar e conseguir o bronze que andou os últimos meses a ambicionar, o jardim continua a celebrar a grande festa do tempo quente que faz luzir uma panóplia de cores e cheiros sem fim. Se não estiver demasiado calor ou um tempo demasiado seco, transplante as bienais de primavera a partir das bandejas de sementeira e semeie amores-perfeitos, asteres, centaureas, goivos, linho de jardim, margaridas, prímulas, sálvias e verbenas, além de coníferas de floração primaveril, adquiridas em centros de jardinagem.
Na horta, além de acelgas, agriões, alfaces, cenouras, coentros, couve-bróculo e couve-de-bruxelas, semeie couve galega, couve lombarda, couve nabiça, couve de repolho, couve tronchuda, espinafres e salsa.

Setembro
Com o regresso às aulas e ao trabalho, o seu jardim passa a exigir novos cuidados. No que respeita a sementeiras e plantações, semeie bolbos de outono de floração primaveril, nomeadamente túlipas, narcisos, muscaris e crocos, além de amores-perfeitos, asteres, centaureas, goivos, linho de jardim, margaridas, prímulas, sálvias e verbenas. Na horta, a lista não se altera muito.
Agriões, alfaces, beldroegas, cebolas, cenouras, coentros, couve-bróculo e couve-de-bruxelas,
couve-flor, couve galega, couve lombarda, couve nabiça, couve de repolho, couve tronchuda, espinafres, nabiças, nabos, nabo greleiro, rabanetes, rábano e salsa são as sementeiras que deve fazer.

Outubro
As folhas que começam a cobrir os solos tendem a provocar mais danos do que benefícios. Além de ter de as limpar para proteger outras espécies, não pode também descurar as sementeiras e plantações típicas desta época, como é o caso de crocus, muscari, arbustos perenes, coníferas, sebes, amores-perfeitos, asteres, centaureas, goivos, linho de jardim, margaridas, prímulas, sálvias e verbenas.
Na horta, pode semear agriões, alfaces, alho francês, couve-flor, couve galega, couve lombarda, couve nabiça, couve de repolho, couve tronchuda, espinafres, flor de mostarda, nabiças, nabos, nabo greleiro, rabanetes, rábano e salsa.

Novembro
Com a chuva e o frio, chega novamente o tempo de proteger e limpar as espécies do seu jardim. Uma vez que toda a protecção é pouca para o período de frio que se avizinha, não adie esta tarefa para muito mais tarde. Se quer ter um jardim florido, vistoso e cheiroso na próxima primavera, aproveite ainda para semear arábides e alhelies, além de amores-perfeitos e ervilhas de cheiro. Na horta, é tempo de semear agriões, alfaces, cebolas, coentros, couve-flor, couve tronchuda, espinafres, nabiças, nabos, nabo greleiro, rabanetes, rábano e salsa.

Dezembro
Este é o mês em que o espírito natalício se apodera de si. E o stress provocado pelas compras de Natal e pelos preparativos da Consoada também! Sendo Dezembro um dos meses mais frios do ano, as flores e as plantas necessitam de cuidados especiais para fazerem face às baixas temperaturas.
No que respeita a sementeiras e plantações, as últimas semanas do ano devem ser aproveitadas para plantar amores-perfeitos e prímulas, mas também ervilhas de cheiro. Na horta, é tempo de semear agriões, alfaces, cebolas, coentros, nabiças e salsa.

Ventos fortes atingem Laguna, causam estragos e deixam bairros sem energia


Do Jornal - A Verdade Laguna

Região sul sofreu novamente com as rajadas de vento forte. No fim da tarde de ontem, 17 de novembro de 2016, por volta das 18h10min, chuva acompanhada de rajadas de vento atingiram Laguna. Falta de energia, destelhamentos e queda de árvores foram alguns dos problemas relatados pela Defesa Civil do município. Os ventos registrados foram de 70km/h com rajadas de 92km/h.

A estrutura montada para shows do Universipraia, encerrado na terça-feira, e localizada na Praça Seival, no Mar Grosso, ficou destruída. Uma árvore caiu na área das bicas de água da Fonte da Carioca e um posto teve o telhado danificado.


Anderson Passos da Rocha, o Rochinha, responsável pela Defesa Civil no Município, relata as ações. “Além das situações de destelhamentos, os casos mais sérios foram a queda desta árvore na Fonte da Carioca, onde contamos com a ajuda da Secretaria de Obras e do Corpo de Bombeiros Militar no corte e retirada, e o telhado do posto de gasolina. Não tivemos registro de feridos. A rede elétrica é que foi muito atingida”, pontua o coordenador.


Rochinha destaca também que a Defesa Civil conta com lonas para a população que sofreu com o destelhamento e necessite de uma solução temporária para o problema. “Infelizmente nós não podemos cobrir o dano patrimonial particular da população, mas podemos dar esse auxílio para prevenir temporariamente possíveis problemas”, completa.

Mais de 9.000 consumidores sem energia elétrica
Os danos causados na rede elétrica da Celesc de Laguna foram um dos principais pontos de preocupação. Até as 11h23min de hoje, 18 de novembro, 2.732 unidades consumidoras, das 26 mil existentes, estavam sem energia. O maior pico foi de 9.000 unidades, nos primeiros minutos do evento climático. O relatório da Região sul mostra que neste mesmo horário, municípios como Jaguaruna 4.254 e Imbituba 3.390 sofrem com a falta de luz em 4.254 e 3.390 unidades respectivamente.

O gerente da Celesc em Laguna, Luis Carlos Remor pontua que o prejuízo na rede elétrica foi grande. “Ficamos com três alimentadores fora. Temos uma parte de Cabeçudas, Portinho, Barbacena sem energia ainda e vários consumidores em situações isoladas. Temos equipes multidisciplinares em toda a região, inclusive Laguna. Estamos com a situação aqui controlada, mas é grave. Imbituba é um caso, por exemplo, que sabemos ser mais complicado ainda. Tubarão houve alguns problemas mas foram menores”, destaca Luis.

A grande dificuldade é que a Celesc ainda não havia recuperado todos os problemas causados pelo vendaval de 31 dias atrás. “Não estávamos 100% ainda. Agora temos muitos cabos de alta e baixa tensão partidos e muitos casos isolados, como geradores de bairros, por exemplo. Estamos trabalhando para que até o fim do dia essas unidades consumidoras voltem a receber energia. 

Peço a compreensão e paciência da população, já que as questões dos fios partidos e outros problemas demandam de força humana no local para resolver e isso demanda tempo”, completa o gerente.

A recomendação do Corpo de Bombeiros Militar, da Celesc e da Defesa Civil é de que a população evite acessar áreas de risco, remover vegetação em contato com a rede elétrica e o contato com eventuais fios de alta e baixa tensão partidos.


Consumidores com falta de energia podem contactar a Celesc pelo 0800-48096 ou por meio SMS para o número 48196 e o texto SEM LUZ acompanhado do número da unidade consumidora da Fatura.

Gravatal sedia festa afro neste domingo

Créditos: Daiane Fernandes/DS

Do Jornal Diário do Sul

Este domingo será de comemoração em Gravatal. Unidos para celebrar o Dia da Consciência Negra, a cidade recebe a 24ª Festa Cultural Zumbi Afro.

O evento marca a data de morte de Zumbi dos Palmares, um escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares e simbolizou a luta do negro contra a escravidão que sofriam os brasileiros de raça negra. Zumbi morreu enquanto defendia a sua comunidade e lutava pelos direitos do seu povo.

Em Gravatal, o evento acontece no bairro Indaial. De acordo com o membro da Pastoral Afro Família de Capivari de Baixo, Ademir Oliveira da Silva, a festa terá início às 8h e traz um resgate da cultura afro. “Todas as pessoas estão convidadas a participar, independentemente da sua raça ou religião”, diz Ademir.

Para Ademir, que faz questão de se vestir de acordo com a cultura afro, em pleno 2016, muito há ainda a se discutir sobre o preconceito quanto aos negros. “Não é a nossa cor que nos difere. Somos um povo de lutas e que queremos respeito tal e qual. Nossa cultura é linda e vamos, neste domingo celebrar isso”, fala Ademir.

Para a filha de Ademir, Vamylle Barcelos Rosa da Silva, a paz entre os povos é a difusão que se precisa nos dias atuais. “Queremos paz e respeito. Nada além disso,”, diz a jovem.

Atrações

Ainda durante o evento que inicia na igreja Santa Ana, haverá palestra com o professor Maurício da Silva e apresentações culturais com o Grupo Caxambu, Moquineto e pastorais.

Protesto na balsa é neste sábado


Priscila Loch -  Coluna Contexto - Notisul


Todos que se sentem prejudicados com os valores cobrados na travessia da balsa, em Laguna, são convocados a comparecer neste sábado, a partir das 9 horas, à manifestação organizada pelos moradores das comunidades da Região da Ilha. 

Eles reivindicam desconto de 50% para que mora na Ponta da Barra, Passagem da Barra, Campos Verdes, Santa Marta, Canto da Lagoa, Cigana e Farol de Santa Marta e ‘aposentadoria’ das balsas menores, que não oferecem as condições mínimas de conforto aos passageiros, especialmente em dias de chuva e vento. 

“Estamos nos reunindo para buscar encaminhamentos de solução para o que vem causando transtorno a quem usa a travessia. 

Não é uma ação de uma pessoa, ou somente dos membros da Uapi (União das Associações de Pescadores da Ilha), mas das pessoas que utilizam a balsa”, reforça Maria Aparecida dos Santos Ramos, a Cida, vice-presidente da entidade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Grammy Latino premia grandes nomes da música brasileira



Djavan levou o Grammy de Melhor Canção em Língua Portuguesa

O Grammy Latino 2016 premiou grandes nomes da música brasileira, na noite desta quinta-feira (17), em Las Vegas. Djavan, Martinho da Vila, Elza Soares, Paula Fernandes, Hamilton de Holanda, Céu, Ian Ramil, Almir Sater, Renato Teixeira e a banda Scalene são os brasileiros que ganharam os prêmios.

Djavan levou o Grammy de Melhor Canção em Língua Portuguesa, com a composição Vidas pra contar. O cantor também havia sido indicado para as categorias Gravação do Ano, Melhor Álbum do Ano e Melhor Cantor e Compositor.

Martinho Da Vila foi premiado na categoria Melhor Álbum de Samba/Pagode com o disco De bem com a vida, destinado apenas a artistas brasileiros.

Elza Soares conquistou o prêmio de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira junto com Almir Sater e Renato Teixeira, que receberam o Grammy de Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras.

Indicada na categoria de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa, a banda de origem brasiliense Scalene conquistou o primeiro Grammy de sua carreira, com o álbum Éter.

A 17ª edição do Grammy Latino também premiou o brasileiro Hamilton de Holanda, que venceu a categoria Melhor Álbum Instrumental pelo disco Samba de Chico, em homenagem a Chico Buarque.
Paula Fernandes e Céu foram eleitas pelos melhores álbuns de música Sertaneja e Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa. O cantor Anderson Freire foi premiado como Melhor Álbum de Música Cristã em Língua Portuguesa, pelo CD Deus Não Te Rejeita.

Outros artistas brasileiros, entre eles Tiago Iorc, Sophia Abrahão, Michel Teló, Lucas Lucco e Leonardo foram indicados ao Grammy Latino 2016, mas não foram premiados.

EBC

Garotinho consegue habeas corpus para ser transferido a hospital

"Não cabe à autoridade judiciária avaliar o quadro clinico do segregado", argumentou a ministra

Ministra Luciana Lóssio concedeu habeas corpus para Garotinho, para que ele seja transferido a um hospital. Caso tenha alta, ele poderá ficar em prisão domiciliar até que o TSE avalie o caso. A ministra disse que levará o caso ao plenário na semana que vem.

"Não cabe à autoridade judiciária avaliar o quadro clinico do segregado", argumentou a ministra. Segundo ela, a decisão de levar Garotinho para o presídio de Bangu é uma "atitude temerária ante o risco de gravame à integridade física do custodiado".

Do Correio Brasiliense

Jovem de 26 anos é recordista de nomeações em concursos públicos

Kalebe Dionísio fez 29 concursos públicos em cinco anos. Aos 22 anos foi nomeado Oficial de Justiça

Ser aprovado é fácil, difícil é o sacrifício que a aprovação requer." Esse é o mote do gênio dos concursos, recordista em nomeações, Kalebe Lael Costa Dionísio. De João Pessoa, capital da Paraíba, para todo o Brasil. É esse o perfil do jovem que aos 22 anos de idade já era servidor Tribunal Regional do Trabalho na 6ª Região. Hoje, aos 26 anos, Kalebe é o jovem com maior número de nomeações em concursos públicos federais segundo o ranking RankBrasil. No total, foi selecionado em 10 cargos.

História de Sucesso
A saga de Kalebe começou em 2008 e foi até 2013, quando finalmente foi aprovado para a carreira dos sonhos, o cargo de Oficial de Justiça no Tribunal Regional do Trabalho do estado da Paraíba. Começou os estudos aos 17 anos, enquanto esperava o resultado do vestibular para o curso de Direito na Universidade Federal da Paraíba. Na época, se inscreveu para dois concursos no mesmo dia, ambos de nível médio: pela manhã o TRF da 5ª Região e no período da tarde o INSS. Segundo ele, foi um erro que cometeu, porque os concursos tinham editais bem diferentes. Mas dessa experiência ele tirou bons aprendizados.

Motivado inicialmente pela necessidade de ajudar nas contas de casa e estimulado de perto pelos pais, que o encorajavam a buscar estabilidade financeira, Kalebe tomou como objetivo de vida ser aprovado em um bom concurso. Em um período de cinco anos fez 29 concursos, mais a prova do vestibular. Desses, foi classificado para 22 e nomeado para dez.

Kalebe conta que não pensou em desanimar após não ter sido convocado nas primeiras provas: “Continuei fazendo concurso, na verdade, porque eu não tinha sido chamado ainda pra nenhum”. Para ele, o importante é nunca se deixar desanimar: “concurso se faz para passar e até passar”. Segundo ele, é importante que o candidato se prepare para todas as provas que for fazer e eu não desanime até alcançar o cargo sonhado.

Estratégia Vencedora
Do período em que passou fazendo concursos tirou aprendizados para a vida inteira. Lições essas que hoje ele compartilha no site pessoal, desenhado especialmente quem está se preparando para concursos públicos. “Comecei a fazer o site como hobby, motivacional para concurseiros. Comecei a ouvir muitos concurseiros, dúvidas e questões. Acabei entrando nessa área e criei um curso online”.

Kalebe conta que criou a própria metodologia de estudos, e é ela que compartilha no curso, voltado para técnicas de estudo para todos os tipos de concursos públicos: “Acabei criando essa metodologia de estudo na base da tentativa e erro, e eu vi que deu certo. O objetivo é ensinar a estudar. Porque tem muita gente que acha que estudar é só pegar uma apostila e ler e assistir uma videoaula”.

A dica que Kalebe deixa para os concurseiros de plantão é de não desanimar e seguir o seu sonho. “Depois que chegar a um certo nível procura algo que dê prazer. Porque é muito melhor ter vontade de sair de manhã pra trabalhar do que sair se lamentando ou esperar ansiosamente toda semana a sexta feira chegar.”

Fonte Correio Brasiliense

O negócio da delação,do Twetter de Marcelo Rubens Paiva


Justiça aceita denúncia contra 22 pessoas e 4 empresas por tragédia de Mariana

O rompimento da barragem do Fundão, que deixou 19 mortos, completou um ano no dia 5 de novembro Léo Rodrigues/Agência Brasil

Léo Rodrigues - Correspondente da Agência Brasil

A Justiça Federal aceitou a denúncia apresentada no mês passado pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 22 pessoas envolvidas no rompimento da Barragem de Fundão, localizada próxima ao distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG). Dessas, 21 são acusadas de inundação, desabamento, lesão corporal e homicídio com dolo eventual, que ocorre quando se tem a intenção ou assume o risco de matar. A Samarco, responsável pela estrutura, e suas acionistas Vale e BHP Billiton também se tornaram rés por diversos crimes ambientais. O engenheiro Samuel Loures e a empresa VogBR responderão pela emissão de laudo enganoso sobre a estabilidade da barragem.

Considerada a maior tragédia ambiental do Brasil, o episódio que deixou 19 mortos completou um ano no dia 5 de novembro de 2016. A lama de rejeitos que se espalhou destruiu comunidades, devastou a vegetação nativa e poluiu a Bacia do Rio Doce. Ainda estão dispersos 43 milhões de metros cúbicos de lama entre a barragem que se rompeu e a Usina Hidrelétrica de Candonga.


Entre os réus estão diversos funcionários da Samarco: Ricardo Vescovi, presidente afastado; Kleber Luiz Terra, diretor afastado de Operações e Infraestrutura; e três gerentes. Onze integrantes do Conselho de Administração, que incluem representantes da Vale e da BHP Billiton, também são acusados. A condenação por todas as acusações podem gerar penas individuais de até 54 anos de prisão, além de multas e reparação dos danos causados às vítimas.

A Samarco, Vale e BHP Billiton haviam sido denunciadas pelo MPF por 12 crimes ambientais previstos, entre eles poluição, inundação, desmoronamento, crimes contra a fauna e a flora, crimes contra ordenamento urbano e contra o patrimônio cultural. As penas para as empresas incluem multas, interdições temporárias, proibição de contratos com o Poder Público e prestação de serviços comunitários, tais como custear programas de órgãos e entidades ambientais e executar de obras em áreas degradadas.

A aceitação da denúncia foi assinada pelo juiz Jacques de Queiroz Ferreira na última quarta-feira (16). Ele também determinou a prioridade de tramitação e a retirada de sigilo do processo. Os réus têm um prazo de 30 dias para responder às acusações.

Em nota, a Samarco informou que ainda não foi citada no processo. A empresa afirmou também que a denúncia do MPF desconsidera os depoimentos apresentados ao longo das investigações que comprovam o desconhecimento prévio de riscos nas estruturas.

A Vale também divulgou nota à imprensa repudiando a denúncia, qual, segundo a empresa, teria desprezado "as inúmeras provas apresentadas, a razoabilidade, os depoimentos prestados em quase um ano de investigação que evidenciaram a inexistência de qualquer conhecimento prévio de riscos reais". O texto acrescenta que a mineradora jamais praticou atos de gestão operacional na Samarco, tampouco na barragem de Fundão e que, aos membros do Conselho de Administração e dos comitês de Assessoramento da Samarco, sempre foi assegurado que a barragem de Fundão era regularmente avaliada, não só pelas autoridades legalmente competentes, como também por um renomado grupo de consultores internacionais independentes.

"Saliente-se ainda que a segurança em geral, especialmente a de barragens, foi a todo tempo uma premissa a ser fielmente observada, sendo uma das diretrizes institucionais do Conselho de Administração, nunca tendo havido, sequer, qualquer mera recomendação por parte de seus membros de redução de investimentos nessa área. Inclusive existem atas do próprio conselho onde se constata a segurança como prioridade número um", finaliza a nota.

Na mesma linha, a BHP Billiton também criticou a atuação do MPF e informou que dará suporte à defesa de seus funcionários. "A decisão da Justiça Federal não significa um juízo de culpabilidade, mas trata-se de etapa processual que marca o início da tramitação da ação penal", acrescenta a empresa em nota. Procurada pela Agência Brasil, a a VogBR ainda não retornou aos contatos.


Lama de rejeitos se espalhou e destruiu comunidadesLéo Rodrigues/Agência Brasil
"Ganância"


A ação penal do MPF foi protocolada no dia 19 de outubro. O documento de 272 páginas faz um histórico dos problemas ocorridos na barragem. Em apresentação realizada na ocasião, os procuradores consideraram que a ganância da Samarco foi a causa da tragédia. Documentos internos da mineradora de 2015 obtidos pelo MPF traziam um prognóstico em caso de rompimento da barragem, apontando a possibilidade de aproximadamente 20 mortes e paralisação das atividades da empresa por até dois anos.

Mesmo consciente dos riscos, a empresa teria priorizado os resultados econômicos em detrimento das práticas de segurança. "A Samarco tinha uma gerência que atuava na gestão de riscos. Em vez de paralisar as operações da barragem, a empresa continuou mantendo sua operação de forma irresponsável", disse o procurador Jorge Munhós.

*Matéria ampliada às 14h08 para incluir a posição da BHP Billiton

Movimentos sociais criticam flexibilização da Lei de Agrotóxicos

Em discussão na Câmara dos Deputados, flexibilização aumentaria o consumo de agroquímicos no país (Reportagem Globo Rural)

Em duas atividades realizadas na Câmara dos Deputados, movimentos sociais criticaram as tentativas de flexibilização da atual e ainda fraca legislação por entenderem que aumentaria o consumo de agroquímicos no país.

Em dia de grande mobilização, entidades do movimento do campo, da Saúde Coletiva e dos trabalhadores rurais lançaram na Câmara Federal o ante-projeto lei que institui o Programa Nacional de Redução no Uso de Agrotóxicos (Pronara) e amplia as formas de controle social sobre os venenos. O documento foi entregue ao presidente da Comissão de Legislação Participativa. Em segida, entidades e parlamentares que apoiam a proposta foram recebidos pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que se comprometeu a criar colegiado para avaliar a matéria.

No início da tarde de 08 de novembro, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Abrasco –  a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, o Greenpeace, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), a Via Campesina, a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), entre outros, fizeram o ato de lançamento do ante-projeto lei no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Na sequência, o ato  dirigiu-se para o Hall da Taquigrafia, onde os vários movimentos expuseram suas avaliações e pautas sobre o tema.

Geraldo Lucchese, membro do GT Visa, representou a Abrasco e ressaltou o papel do Dossiê Abrasco: Um alerta sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde como instrumento científico e de pressão social e criticou as tentativas de flexibilização da Lei de Agrotóxicos, debatida na Comissão Especial do PL 6299/2002. 

“Recentemente, publicamos um dossiê espelhando todas as consequências do uso abusivo e indiscriminado de agrotóxicos, e elas são muitas. É um problema que afeta a saúde de todos os brasileiros. (…) Esse PL vai no sentido contrário do que está ocorrendo no mundo inteiro, que é fazer um uso racional e restrito desses produtos, quando não a completa eliminação. Essa química tem um impacto no cotidiano das pessoas, na água que tomamos e no ar que respiramos”, explicou Lucchese.

Lideranças falaram também da importância de resgatar a proposta do Programa Nacional para a redução do uso dos agrotóxicos (Pronara) como ponto de partida para viabilizar esta nova proposta apresentada à Câmara, convertendo assim em uma política nacional.

“Ele foi produzido a muitas mãos, pela sociedade civil, mas nunca chegou a ser sancionado e foi engavetado”, lembrou Carla Bueno, que entregou o documento ao deputado Chico Lopes (PCdoB-CE), presidente da Comissão de Legislação Participativa. O colegiado é o responsável pelo recebimento de propostas legislativas formuladas pela sociedade civil.

A pauta mobilizou outros parlamentares. “Falar em agrotóxico é falar em veneno. A bancada ruralista é forte, tem cerca de 150, 170 parlamentares nesta Casa, e nós precisamos formar uma frente com a sociedade civil pra trazer esse debate pro parlamento”, disse Ivan Valente, deputado federal por São Paulo e  líder do PSOL na Casa.

Outro aspecto levantado pelos movimentos e instituições foi a questão da saúde dos trabalhadores que atuam na cadeia produtiva. “O veneno está na mesa, e o Ministério Público sabe disso. Nós sabemos que o veneno está no campo, no ambiente de trabalho, e produzindo um custo social e previdenciário muito alto, com altos índices de enfermidades nos trabalhadores. Isso é muito preocupante”, disse Pedro Serafim, procurador regional do Trabalho no Distrito Federal. Leia mais aqui. 

Sobre o mesmo aspecto falou também Marcos Rochinski, coordenador geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil).  “Nós, dos movimentos sociais, lutamos pela agroecologia. Do outro, há grandes empresas com imenso poder econômico, multinacionais com grande capital financeiro e político, que inclusive compõe a bancada ruralista no Congresso, que colocam justamente a causa contrária. 

Eles, ruralistas, querem promover a morte com a distribuição de alimentos cheio de agrotóxico”. Leia mais aqui.

Como está o andamento dos projetos?: Dentre as propostas, capitaneadas pela bancada ruralista na Câmara, estão a retirada do poder de veto da Anvisa e do Ibama no processo regulatório – o que enfraquece o peso de análises do ponto de vista da saúde pública e do meio ambiente -, a centralização de todas as decisões regulatórias no Ministério da Agricultura – por meio de uma Comissão indicada majoritariamente por este ministério – e a mudança no termo “Agrotóxico” por “Defensivos Fitossanitários”. A Comissão Especial “pegou uma carona” no PL 6299/2002, de autoria do então Senador Blairo Maggi, já apreciado no Senado que acelerou o processo legislativo para as mudanças na Lei de Agrotóxicos. O relatório final ainda não foi apresentado.

Fonte: ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva