Procurador da República investiga rede de
usuários desde setembro de 2017. Em comunicado, o Facebook informou que foram
removidas 196 páginas e 87 contas de usuários (foto: Joel Saget/AFP)
Por Rodrigo Melo/Estado de Minas
O Ministério Público Federal (MPF) de Goiás divulgou,
nessa segunda-feira (6/8), a lista de páginas e perfis
excluídos pelo Facebook no último dia 25 de julho. A relação foi pedida pelo procurador da República
Ailton Benedito. Entre as contas retiradas pela plataforma, estão usuários
ligados ao Movimento Brasil Livre (MBL).
De acordo com o MPF, o procurador investiga o Facebook
desde setembro de 2017 por “supostos atos de censura e bloqueio” de usuários
brasileiros. Ao todo, foram retirados 196 páginas e 87 perfis (veja
aqui a lista).
“Pelo grande interesse da sociedade nos fatos em
apuração, o MPF dá publicidade e transparência às investigações e à lista
recebida do Facebook”, publicou o procurador.
A plataforma alega que, após investigação, constatou
que “as páginas e contas faziam parte de uma rede coordenada que se ocultava
com o uso de contas falsas.”
Na resposta ao MPF, o Facebook acrescentou que as
páginas e perfis pessoais trabalhavam para gerenciar ou perpetuar e enganar as
pessoas, gerando desinformação.”
Na lista estão páginas ligadas a ou que usam nomes de
grupos políticos, como as do MBL de cidades do interior de São Paulo
(Caraguatatuba, Jacareí, São José dos Campos e Taubaté), outras como Juventude
Democratas, Instituto Liberal, DEM Mulher e Associação Politizada (essas de
Joinville, Santa Catarina) e ainda as que levam o nome de Jair Bolsonaro,
candidato do PSL à presidência da República.
Há também contas que usam identificações simulando
nomes de veículos de imprensa como G1- Portal de Notícias, CBM News e Portal
Saúde.
Uma das páginas que saíram do ar tinha o nome de
"Jornalivre", e tinha 128 mil seguidores. De acordo com postagens
identificadas pela reportagem, os integrantes do MBL não escondiam que essa
página era ligada ao grupo.
Nas publicações, a página "Jornalivre"
atacava políticos e personalidades e usava manchetes e textos sensacionalistas
e com uma grande quantidade de adjetivos para convencer os internautas das
afirmações que fazia.
O líder do MBL e pré-candidato a deputado federal pelo
DEM, Kim Kataguiri, admitiu que apenas uma das páginas retiradas do ar pelo
Facebook nesta quarta-feira, Brasil 200, é ligada ao MBL. Ele negou as
acusações de fake news e disse que vai entrar na Justiça.
"Tinha uma que era, sim, ligada à gente, que é a Brasil
200. Mas a do Diário Nacional e do Jornal Livre não, são parceiros
nossos", disse Kim, após participar na plateia do Fórum Reconstrução
Brasil, promovido pelo grupo Estado.