sábado, 13 de maio de 2017

Movimento de extrema direita Brasil Livre (MBL) chama doadores de Imbecis


Os ‘imbecis’ que financiaram o MBL

Por Altamiro Borges

O sinistro Movimento Brasil Livre (MBL) sempre esbanjou muito dinheiro com caminhões de som, bonecos infláveis e outros apetrechos em suas marchas golpistas pelo impeachment de Dilma – mas nunca prestou contas sobre a origem desta grana. Na campanha eleitoral do ano passado, porém, o grupelho fascista precisou disfarçar para não ser incomodado pela Justiça, sempre tão amiga. Nas redes sociais, o MBL pediu contribuições individuais – já que as empresariais estavam aparentemente proibidas – para seus candidatos. No final da batalha, contabilizou oito vereadores eleitos em vários estados por partidos da direita – como o DEM. Mas pelo jeito os apoios legais não foram tão importantes assim. Tanto que um dirigente do MBL chamou de “imbecil” um doador da campanha do capitão-do-mato Fernando Holiday para a vereança de São Paulo.

Segundo matéria publicada na Folha nesta quinta-feira (11), “Renato Battista, coordenador do MBL, chamou de ‘imbecil’ um doador que destinou R$ 1.500 para a campanha de Fernando Holiday, eleito vereador em São Paulo pelo DEM, no ano passado. A gravação foi obtida pela reportagem da Folha. ‘Acabei de tirar extrato do banco e estou indo para o escritório para terminar a prestação de contas. Aparentemente um imbecil doou mais R$ 1.500 no dia 30. A gente está com quase R$ 12 mil sobrando’, afirma Battista, numa mensagem de WhatsApp. A mensagem foi gravada em 3 de outubro, dia seguinte à eleição, e enviada para o grupo ‘Estratégia Holiday’, formado por seis líderes do comitê de campanha, entre os quais o próprio candidato”.

Ainda de acordo com a matéria, assinada por Rogério Gentile e Rogério Pagnan, “Battista é um dos principais integrantes do MBL, sendo um dos apresentadores do programa exibido no youtube chamado ‘MBL News’. Costuma se referir ao vereador Holiday como um representante da ‘nova política’. Pela gravação é possível inferir que Battista, hoje assessor parlamentar de Holiday, estava contrariado com o fato de que a doação feita no dia 30 de setembro atrapalhava o discurso de que Holiday se elegeu gastando apenas um real por voto obtido”. A própria Folha denunciou em março passado que a campanha do fascistinha contou com recursos não contabilizados, o famoso Caixa-2 – o que poderia resultar na cassação do seu mandato.

A reportagem até tentou ouvir o “outro lado”, mas foi estranhamente rechaçada. “Localizado pela Folha no mês passado no gabinete de Holiday, Battista confirmou ter participado da arrecadação de campanha do vereador e, na sequência, também concordou em conceder entrevista sobre o assunto. A conversa, porém, foi interrompida pelo chefe de gabinete do vereador, Marcelo Aguiar de Castro, que solicitou que as questões fossem enviadas por e-mail... ‘Não [vou deixá-lo responder]. Porque ele é meu funcionário. Ele está cumprindo minhas ordens’, disse Castro à reportagem. O e-mail enviado a Battista, ainda no dia 26 passado, não foi respondido. Procurado, o vereador Holiday não quis falar com a Folha. Manifestou-se apenas por meio de uma nota, na qual classificou o assunto como de menor importância”.

Será que os “imbecis” que financiaram sua candidatura também acham que o assunto não tem “a menor importância”?

Reflexões sobre o 13 de maio de 1888 e suas consequências



Vamos! De pé! Abram alas

À ideia da Abolição!

Já não existem senzalas,

Foi outrora a escravidão!”

(Oliveira e Silva)

Por Patricia Nascimento*


Olá, amig@s!

Na rica história do Brasil, uma face atroz não pode ser escondida, muito embora cause-nos ainda sofrimento, é impossível deixar de refletir sobre os séculos de escravidão que foram submetid@s milhares de negr@s oriund@s do continente africano, em terras brasileiras.

Num tempo em que mulheres, homens e crianças foram retirad@s violentamente de seus lares, tratad@s como mercadorias, conduzid@s nos porões de tumbeiros em condições desumanas, destinad@s a servidão além-mar, pelas mãos dos escravocratas europeus, e, de semelhante forma, ocorreu no tenebroso período da então colonização portuguesa em nosso país, iniciado em abril de 1500 no território que já habitavam diversos povosindígenas, também vitimados pelos luso invasores.

Em meio aos anos de dilaceração da dignidade humana, diversas lutas foram travadas em favor da erradicação do trabalho escravo, dando surgimento ao movimento abolicionista, formado pelos estudiosos da época, advogados, políticos, escritores, artistas e população em geral.

Entre seus representantes, personalidades como a compositora Chiquinha Gonzaga, o poeta Castro Alves, o jornalista Luís Gama, o jurista e político Rui Barbosa e tantos outros adeptos que, por meio do empenho coletivo conquistaram grandes avanços naquele contexto, resultando em Leis abolicionistas, a exemplo da Lei do Ventre Livre(1871), que declarava livre todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data; a Lei do Sexagenário(1885), que declarava livre os escravos com mais de 65 anos de idade; e a Lei Áurea, esta última promulgada em 13 de maio de 1888, sendo o último país do ocidente a tornar a comercialização de pessoas ilegal.

Mas é preciso compreendermos que, ao assinar a Lei Áurea, a princesa Isabel de Bragança não o fez por questões morais ou humanitárias, mas sim, pelo fato do império estar sofrendo grande pressão do mercado internacional, em especial da Inglaterra, que foi a grande propulsora para erradicação do comércio e utilização de escravos aqui, com intenções nada nobres, visto que os ingleses objetivavam converter trabalhadores escravos, em consumidores de suas mercadorias, impulsionando assim a economia britânica.

No entanto, após os 388 anos de efetiva escravidão, ainda convivemos com as consequências da falta de amparo e políticas públicas destinadas aos negros e negras violentados pela usura humana, errantes pós libertação em 14 de maio de 1888, como algoz do cárcere da liberdade, tiveram a falta de moradia, educação de qualidade, emprego e salários dignos, fatores que, infelizmente, nos levam a crer que a servidão, para alguns, ainda não acabou.

Abraços, pessoal!

Patricia Nascimento

Especialista em Tecnologias na Aprendizagem, por meio do Centro Universitário SENAC/SP, graduada em Comunicação pela Universidade Jorge Amado - UNIJORGE, egressa da escola pública estadual baiana, colaboradora da Rede Anísio Teixeira/CTE-IAT - Gestão de Projetos.

BUSCA DA TRANSPARÊNCIA OU POLÍTICA DA AMEAÇA

Distrito Industrial nº 8

Que fim levou as indicações do Vereador Eduardo Faustina (PT) solicitando auditorias nos contratos de vendas de terrenos públicos do Distrito Industrial de Imbituba nos anos 2013 a 2016 e todas as autorizações e licenças concedidas pela SEDURB - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Saneamento e Habitação no mesmo período?

Conforme release da 7ª Sessão Ordinária de 20/03/2017 as indicações foram direcionadas aos Excelentíssimos Presidente do Tribunal de Contas de Santa Catarina, Procurador Geral do Ministério Público de Contas de Santa Catarina, e Prefeito do Município de Imbituba.

Desdobramentos

Até o momento nenhuma posição da Prefeitura de Imbituba sobre as indicações de Eduardo Faustina, único Vereador Petista na Câmara  foi divulgada.

Isso significa que a transparência no setor público que todos almejamos e cobramos não foi a real motivação das indicações do Vereador Eduardo Faustina (PT).

Na realidade foi mandado um AVISO.  

Com maioria tênue na Câmara Rosenvaldo moveu as peças do tabuleiro político para enquadrar vereadores, para isso usou Faustina seu braço político na Câmara para mandar um “AVISO” a oposição, principalmente Clésio do Marcão que até a pouco tempo comandaram a  SEDURB - Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano Saneamento e Habitação.

Só não sabemos se o “AVISO” vai funcionar.

Estamos na arquibancada vendo o jogo.


sexta-feira, 12 de maio de 2017

Os 10 livros que Antonio Candido indicou para entender o Brasil


Por Diario do Centro do Mundo - Publicado no Blog da Boitempo

Quando nos pedem para indicar um número muito limitado de livros importantes para conhecer o Brasil, oscilamos entre dois extremos possíveis: de um lado, tentar uma lista dos melhores, os que no consenso geral se situam acima dos demais; de outro lado, indicar os que nos agradam e, por isso, dependem sobretudo do nosso arbítrio e das nossas limitações. Ficarei mais perto da segunda hipótese.

Como sabemos, o efeito de um livro sobre nós, mesmo no que se refere à simples informação, depende de muita coisa além do valor que ele possa ter. Depende do momento da vida em que o lemos, do grau do nosso conhecimento, da finalidade que temos pela frente. Para quem pouco leu e pouco sabe, um compêndio de ginásio pode ser a fonte reveladora. Para quem sabe muito, um livro importante não passa de chuva no molhado. Além disso, há as afinidades profundas, que nos fazem afinar com certo autor (e portanto aproveitá-lo ao máximo) e não com outro, independente da valia de ambos.

Por isso, é sempre complicado propor listas reduzidas de leituras fundamentais. Na elaboração da que vou sugerir (a pedido) adotei um critério simples: já que é impossível enumerar todos os livros importantes no caso, e já que as avaliações variam muito, indicarei alguns que abordam pontos a meu ver fundamentais, segundo o meu limitado ângulo de visão. Imagino que esses pontos fundamentais correspondem à curiosidade de um jovem que pretende adquirir boa informação a fim de poder fazer reflexões pertinentes, mas sabendo que se trata de amostra e que, portanto, muita coisa boa fica de fora.

São fundamentais tópicos como os seguintes: os europeus que fundaram o Brasil; os povos que encontraram aqui; os escravos importados sobre os quais recaiu o peso maior do trabalho; o tipo de sociedade que se organizou nos séculos de formação; a natureza da independência que nos separou da metrópole; o funcionamento do regime estabelecido pela independência; o isolamento de muitas populações, geralmente mestiças; o funcionamento da oligarquia republicana; a natureza da burguesia que domina o país. É claro que estes tópicos não esgotam a matéria, e basta enunciar um deles para ver surgirem ao seu lado muitos outros. Mas penso que, tomados no conjunto, servem para dar uma ideia básica.

Entre parênteses: desobedeço o limite de dez obras que me foi proposto para incluir de contrabando mais uma, porque acho indispensável uma introdução geral, que não se concentre em nenhum dos tópicos enumerados acima, mas abranja em síntese todos eles, ou quase. E como introdução geral não vejo nenhum melhor do que O povo brasileiro (1995), de Darcy Ribeiro, livro trepidante, cheio de ideias originais, que esclarece num estilo movimentado e atraente o objetivo expresso no subtítulo: “A formação e o sentido do Brasil”.

Quanto à caracterização do português, parece-me adequado o clássico Raízes do Brasil (1936), de Sérgio Buarque de Holanda, análise inspirada e profunda do que se poderia chamar a natureza do brasileiro e da sociedade brasileira a partir da herança portuguesa, indo desde o traçado das cidades e a atitude em face do trabalho até a organização política e o modo de ser. Nele, temos um estudo de transfusão social e cultural, mostrando como o colonizador esteve presente em nosso destino e não esquecendo a transformação que fez do Brasil contemporâneo uma realidade não mais luso-brasileira, mas, como diz ele, “americana”.

Em relação às populações autóctones, ponho de lado qualquer clássico para indicar uma obra recente que me parece exemplar como concepção e execução: História dos índios do Brasil (1992), organizada por Manuela Carneiro da Cunha e redigida por numerosos especialistas, que nos iniciam no passado remoto por meio da arqueologia, discriminam os grupos linguísticos, mostram o índio ao longo da sua história e em nossos dias, resultando uma introdução sólida e abrangente.

Seria bom se houvesse obra semelhante sobre o negro, e espero que ela apareça quanto antes. Os estudos específicos sobre ele começaram pela etnografia e o folclore, o que é importante, mas limitado. Surgiram depois estudos de valor sobre a escravidão e seus vários aspectos, e só mais recentemente se vem destacando algo essencial: o estudo do negro como agente ativo do processo histórico, inclusive do ângulo da resistência e da rebeldia, ignorado quase sempre pela historiografia tradicional. Nesse tópico resisto à tentação de indicar o clássico O abolicionismo (1883), de Joaquim Nabuco, e deixo de lado alguns estudos contemporâneos, para ficar com a síntese penetrante e clara de Kátia de Queirós Mattoso, Ser escravo no Brasil (1982), publicado originariamente em francês. Feito para público estrangeiro, é uma excelente visão geral desprovida de aparato erudito, que começa pela raiz africana, passa à escravização e ao tráfico para terminar pelas reações do escravo, desde as tentativas de alforria até a fuga e a rebelião. Naturalmente valeria a pena acrescentar estudos mais especializados, como A escravidão africana no Brasil (1949), de Maurício Goulart ou A integração do negro na sociedade de classes (1964), de Florestan Fernandes, que estuda em profundidade a exclusão social e econômica do antigo escravo depois da Abolição, o que constitui um dos maiores dramas da história brasileira e um fator permanente de desequilíbrio em nossa sociedade.

Esses três elementos formadores (português, índio, negro) aparecem inter-relacionados em obras que abordam o tópico seguinte, isto é, quais foram as características da sociedade que eles constituíram no Brasil, sob a liderança absoluta do português. A primeira que indicarei é Casa grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre. O tempo passou (quase setenta anos), as críticas se acumularam, as pesquisas se renovaram e este livro continua vivíssimo, com os seus golpes de gênio e a sua escrita admirável – livre, sem vínculos acadêmicos, inspirada como a de um romance de alto voo. Verdadeiro acontecimento na história da cultura brasileira, ele veio revolucionar a visão predominante, completando a noção de raça (que vinha norteando até então os estudos sobre a nossa sociedade) pela de cultura; mostrando o papel do negro no tecido mais íntimo da vida familiar e do caráter do brasileiro; dissecando o relacionamento das três raças e dando ao fato da mestiçagem uma significação inédita. Cheio de pontos de vista originais, sugeriu entre outras coisas que o Brasil é uma espécie de prefiguração do mundo futuro, que será marcado pela fusão inevitável de raças e culturas.

Sobre o mesmo tópico (a sociedade colonial fundadora) é preciso ler também Formação do Brasil contemporâneo, Colônia (1942), de Caio Prado Júnior, que focaliza a realidade de um ângulo mais econômico do que cultural. É admirável, neste outro clássico, o estudo da expansão demográfica que foi configurando o perfil do território – estudo feito com percepção de geógrafo, que serve de base física para a análise das atividades econômicas (regidas pelo fornecimento de gêneros requeridos pela Europa), sobre as quais Caio Prado Júnior engasta a organização política e social, com articulação muito coerente, que privilegia a dimensão material.

Caracterizada a sociedade colonial, o tema imediato é a independência política, que leva a pensar em dois livros de Oliveira Lima: D. João VI no Brasil (1909) e O movimento da Independência (1922), sendo que o primeiro é das maiores obras da nossa historiografia. No entanto, prefiro indicar um outro, aparentemente fora do assunto: A América Latina, Males de origem (1905), de Manuel Bonfim. Nele a independência é de fato o eixo, porque, depois de analisar a brutalidade das classes dominantes, parasitas do trabalho escravo, mostra como elas promoveram a separação política para conservar as coisas como eram e prolongar o seu domínio. Daí (é a maior contribuição do livro) decorre o conservadorismo, marca da política e do pensamento brasileiro, que se multiplica insidiosamente de várias formas e impede a marcha da justiça social. Manuel Bonfim não tinha a envergadura de Oliveira Lima, monarquista e conservador, mas tinha pendores socialistas que lhe permitiram desmascarar o panorama da desigualdade e da opressão no Brasil (e em toda a América Latina).

Instalada a monarquia pelos conservadores, desdobra-se o período imperial, que faz pensar no grande clássico de Joaquim Nabuco: Um estadista do Império (1897). No entanto, este livro gira demais em torno de um só personagem, o pai do autor, de maneira que prefiro indicar outro que tem inclusive a vantagem de traçar o caminho que levou à mudança de regime: Do Império à República (1972), de Sérgio Buarque de Holanda, volume que faz parte da História geral da civilização brasileira, dirigida por ele. Abrangendo a fase 1868-1889, expõe o funcionamento da administração e da vida política, com os dilemas do poder e a natureza peculiar do parlamentarismo brasileiro, regido pela figura-chave de Pedro II.

A seguir, abre-se ante o leitor o período republicano, que tem sido estudado sob diversos aspectos, tornando mais difícil a escolha restrita. Mas penso que três livros são importantes no caso, inclusive como ponto de partida para alargar as leituras.

Um tópico de grande relevo é o isolamento geográfico e cultural que segregava boa parte das populações sertanejas, separando-as da civilização urbana ao ponto de se poder falar em “dois Brasis”, quase alheios um ao outro. As consequências podiam ser dramáticas, traduzindo-se em exclusão econômico-social, com agravamento da miséria, podendo gerar a violência e o conflito. O estudo dessa situação lamentável foi feito a propósito do extermínio do arraial de Canudos por Euclides da Cunha n’Os sertões (1902), livro que se impôs desde a publicação e revelou ao homem das cidades um Brasil desconhecido, que Euclides tornou presente à consciência do leitor graças à ênfase do seu estilo e à imaginação ardente com que acentuou os traços da realidade, lendo-a, por assim dizer, na craveira da tragédia. Misturando observação e indignação social, ele deu um exemplo duradouro de estudo que não evita as avaliações morais e abre caminho para as reivindicações políticas.

Da Proclamação da República até 1930 nas zonas adiantadas, e praticamente até hoje em algumas mais distantes, reinou a oligarquia dos proprietários rurais, assentada sobre a manipulação da política municipal de acordo com as diretrizes de um governo feito para atender aos seus interesses. A velha hipertrofia da ordem privada, de origem colonial, pesava sobre a esfera do interesse coletivo, definindo uma sociedade de privilégio e favor que tinha expressão nítida na atuação dos chefes políticos locais, os “coronéis”. Um livro que se recomenda por estudar esse estado de coisas (inclusive analisando o lado positivo da atuação dos líderes municipais, à luz do que era possível no estado do país) é Coronelismo, enxada e voto (1949), de Vitor Nunes Leal, análise e interpretação muito segura dos mecanismos políticos da chamada República Velha (1889-1930).

O último tópico é decisivo para nós, hoje em dia, porque se refere à modernização do Brasil, mediante a transferência de liderança da oligarquia de base rural para a burguesia de base industrial, o que corresponde à industrialização e tem como eixo a Revolução de 1930. A partir desta viu-se o operariado assumir a iniciativa política em ritmo cada vez mais intenso (embora tutelado em grande parte pelo governo) e o empresário vir a primeiro plano, mas de modo especial, porque a sua ação se misturou à mentalidade e às práticas da oligarquia. A bibliografia a respeito é vasta e engloba o problema do populismo como mecanismo de ajustamento entre arcaísmo e modernidade. Mas já que é preciso fazer uma escolha, opto pelo livro fundamental de Florestan Fernandes, A revolução burguesa no Brasil (1974). É uma obra de escrita densa e raciocínio cerrado, construída sobre o cruzamento da dimensão histórica com os tipos sociais, para caracterizar uma nova modalidade de liderança econômica e política.

Chegando aqui, verifico que essas sugestões sofrem a limitação das minhas limitações. E verifico, sobretudo, a ausência grave de um tópico: o imigrante. De fato, dei atenção aos três elementos formadores (português, índio, negro), mas não mencionei esse grande elemento transformador, responsável em grande parte pela inflexão que Sérgio Buarque de Holanda denominou “americana” da nossa história contemporânea. Mas não conheço obra geral sobre o assunto, se é que existe, e não as há sobre todos os contingentes. Seria possível mencionar, quanto a dois deles, A aculturação dos alemães no Brasil (1946), de Emílio Willems; Italianos no Brasil (1959), de Franco Cenni, ou Do outro lado do Atlântico (1989), de Ângelo Trento – mas isso ultrapassaria o limite que me foi dado.

No fim de tudo, fica o remorso, não apenas por ter excluído entre os autores do passado Oliveira Viana, Alcântara Machado, Fernando de Azevedo, Nestor Duarte e outros, mas também por não ter podido mencionar gente mais nova, como Raimundo Faoro, Celso Furtado, Fernando Novais, José Murilo de Carvalho, Evaldo Cabral de Melo etc. etc. etc. etc.

* Artigo publicado na edição 41 da revista Teoria e Debate – em 30/09/2000

Crítico literário Antônio Cândido morre aos 98 anos

Foto: André Gomes de Melo

Do GGN

Antônio Cândido, crítico literário e sociólogo, faleceu aos 98 anos na madrugada desta sexta-feira (12). Candido estava internado no Hospital Albert Einstein com problemas no intestino. O velório está sendo realizado no próprio hospital, no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo.

Candido escreveu livros como Introdução ao Método Crítico de Silvio Romero, Formação da Literatura Brasileira e Literatura e Sociedade. Sua obra é considerada como uma das mais fundamentais da intelectualidade no Brasil.


Do Estadão


Crítico literário e intelectual foi pensador fundamental do Brasil no século 20

Ubiratan Brasil, Guilherme Sobota, O Estado de S. Paulo

O crítico literário e sociólogo Antonio Candido, dono de uma das obras mais fundamentais da intelectualidade brasileira, morreu aos 98 anos.

Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, com problemas no intestino, de acordo com Edla Van Steen. O velório será no próprio hospital (Av. Albert Einstein, 627 - Morumbi, São Paulo), das 9h às 17h.

Autor de livros fundamentais como Introdução ao Método Crítico de Silvio Romero (1944), Formação da Literatura Brasileira (1959), Literatura e Sociedade (1965), entre muitos outros, Candido formou uma maneira de pensar a literatura brasileira que influenciou toda a crítica literária do País desde então.

Em 1956, ele criou o Suplemento Literário de O Estado de S. Paulo, caderno que se tornou paradigma do jornalismo cultural no Brasil.

O crítico e ensaísta se definia como um sobrevivente. "Sou provavelmente o último amigo vivo de Oswald de Andrade, um escritor dono de uma personalidade vulcânica", comentou Candido, em rara entrevista, em Paraty, onde, em 2011, fez a conferência de abertura da 9.ª Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip. Como o homenageado era justamente o autor de Marco Zero, Candido decidiu quebrar seu silêncio - não gostava de ser entrevistado tampouco de fazer aparições públicas.

O ensaísta mantinha fortes lembranças de Oswald (1890-1954) justamente por causa de sua personalidade marcante. "Ele tinha traços de gênio: mesmo não sendo um grande leitor, Oswald captava a essência dos assuntos e discursava como grande entendedor."

A amizade entre eles começou depois de uma crise – o escritor não gostou de uma crítica escrita por Candido sobre Marco Zero, romance de 1943. "O comunismo fez mal para ele, que passou a escrever uma literatura mais engajada, longe da linguagem telegráfica que era seu melhor estilo", contou Candido. "Eu era um jovem crítico, estava com 24 anos, e não aceitava aquele silêncio que rondava a obra de Oswald, considerado um autor inatacável."

Passado o tempo, o próprio Antonio Candido reconheceu o exagero de sua escrita, a ponto de produzir um longo ensaio em que reconhecia o valor literário do autor. Foi o suficiente para estabelecer uma amizade profunda e sincera, que resistiu até às novas críticas de livros.

O exercício, aliás, era arriscado. Candido comentou que o crítico literário de sua época era obrigado a lidar com nomes que, naquele momento, ainda eram desconhecidos.

"Certo dia, recebi um livro chamado Perto do Coração Selvagem, assinado por Clarice Lispector. Pensei que fosse um pseudônimo, porque isso não é nome de gente, Lispector. Eu não sabia quem era e precisava dizer se o livro era bom ou era ruim. Ou seja, minha responsabilidade como crítico era muito grande, pois lidava com autores como Murilo Mendes e Carlos Drummond de Andrade, que ainda não tinham conquistado notoriedade. Tive a sorte de viver um tempo de esplendor da literatura brasileira. Mas avaliações erradas poderiam custar o emprego."

Candido lembrou que, em sua época, a crítica era militante e alguns jornais tinham o chamado crítico titular. No seu caso, ele era o do jornal Folha da Manhã, enquanto o do Estado era Tobias Barreto. "O crítico titular tinha muito autoridade, porque representava o jornal. Costumo dizer que a crítica literária daquele tempo era uma atividade de alto risco."

Trabalhou na função durante 24 anos e se orgulhava, por exemplo, de ter escrito o primeiro artigo analítico sobre a obra de João Cabral de Melo Neto. "Ele não sabia disso. Foi Drummond quem o informou."

Com o tempo, a função de resenhista foi gradativamente assumida pelos teóricos de universidade, que preferiam não correr risco. "Eles escreviam apenas sobre escritores já mortos, com a obra consolidada, o que evitava julgamentos apressados se fosse o caso de autores ainda vivos."

Para ele, a crítica era essencialmente exercida por teóricos universitários. Candido dizia conhecer a maioria, pois foram seus alunos, formando a "paróquia", como gosta de ironizar. "Admiro muito as novas gerações de críticos, todos muito eruditos", comentou, citando Roberto Schwarz e José Miguel Wisnik, entre outros.

Exibindo uma disposição invejável, a que atribui à boa genética, Antonio Candido reclamou, no entanto, de fazer o trajeto entre São Paulo e Paraty. "Isso me ensinou que não posso mais viajar de carro." Também lembrou que vivia "encalhado" no passado, pois ainda utilizava uma máquina de escrever, dispensando computador, celular e outros produtos da modernidade. Também desconhecia o que se produz atualmente na literatura, preferindo a releitura de clássicos. "Faz 20 anos que não leio nada de novo. Prefiro Dostoievski, Proust, Eça de Queiroz."

quinta-feira, 11 de maio de 2017

GOVERNO CANCELA 86% DOS AUXÍLIOS-DOENÇA QUE PASSARAM POR PENTE-FINO DO INSS EM SC

Foram 5,9 mil benefícios suspensos após avaliação médica e 790 por não comparecimento, o que gera economia de R$ 111,7 milhões 

Por Karine Wenzel - O Sol Diário ClickRBS

O governo federal cancelou 6.721 auxílios-doença em Santa Catarina, o que trouxe uma economia de R$ 111,7 milhões aos cofres da União. O pente-fino nesses benefícios começou em julho do ano passado, após o governo identificar 101,5 mil catarinenses que estavam recebendo o benefício por determinação judicial sem que tivessem passado por avaliação médica nos últimos dois anos.

Nesta primeira etapa do pente-fino do Instituto Nacional Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) serão convocados 28.076 beneficiários de SC que recebem o auxílio-doença e que não passavam por perícia médica há mais de dois anos. Até o momento, foram convocados por cartas 19.334 beneficiários e realizadas 6.894 perícias. A ação resultou no cancelamento de 5.931 benefícios, ou seja, 86% dos catarinenses que passaram pelo pente-fino tiveram o auxílio-doença cancelado. A ausência de convocados levou ao cancelamento de outros 790 benefícios.

A expectativa é que agora comecem a ser convocados os beneficiários com mais de 60 anos para nova perícia médica no INSS.  Porém o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário reforça que a convocação não é linear nem ocorre para todas as faixas ao mesmo tempo, em todas as cidades, pois depende da demanda das agências. Depois de encerradas as revisões nos auxílios-doença, começam a ser convocados os aposentados por invalidez com menos de 60 anos.

Como funciona o pente-fino

Como serei avisado?

Aposentados por invalidez e beneficiários de auxílio-doença que estão há mais de dois anos sem perícia serão convocados por meio de carta com aviso de recebimento. Nesta primeira etapa estão sendo convocados os beneficiários de auxílio-doença.

O que faço para agendar a perícia?

Assim que receber a convocação, o beneficiário terá cinco dias para agendar a perícia. O agendamento deverá ser feito pelo telefone 135, da Previdência Social. A ligação de telefone fixo é gratuita e a de celular tem custo de ligação local.

Que documentos devo levar na perícia?

O beneficiário deverá levar seus documentos pessoais, como RG e CPF, e toda a documentação médica como atestados, laudos, receitas e exames.

E se eu faltar?

Quem não atender a convocação ou não comparecer na data agendada terá o benefício suspenso até regularizar a situação.

Imbituba - Câmara de Vereadores compra cadeira por R$1.100,00 e gera polêmica

Que rei sou eu!

Recentemente o Prefeito Rosenvaldo Júnior (PT) repassou R$100.000,00 (CEM MIL REAIS) a Câmara de Vereadores de Imbituba para "manutenção" e "modernização".

CEM MIL é uma quantia considerável já que a Câmara Municipal de Imbituba é uma construção nova e moderna.


Em tempo de vacas magras chama atenção este tipo de gasto sem que a devida prioridade seja bem discutida com a comunidade.

Na cidade foram enormes as reclamações e curiosidade para saber onde seriam empregados pela Câmara os 100 MIL.

Decepção

Graças ao portal da transparência foi constatado que a mesa diretora da Câmara de Vereadores de Imbituba, sob a Presidência do Vereador Ladiada comprou uma (1) Cadeira Presidente Plus no valor de R$1.100,00 reais.


Qual a explicação? O dinheiro está sendo gasto em desvio de finalidade, ou o valor publicado é correto?

Uma boa ação da mesa diretora e a Presidência da Casa  seria esclarecer este mistério. A princípio é repugnante.

Com a palavra as autoridades.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Reflorestamento da bacia do Rio Doce custará R$ 1,1 bilhão

Cerca de 5 mil nascentes também devem receber o plantio de árvores no seu entornoCorpo de Bombeiros/MG

da Agência Brasil

 Estimativas da Fundação Renova sugerem que o reflorestamento de uma área superior a 40 mil hectares na bacia do Rio Doce terá o custo de aproximadamente R$1,1 bilhão, a serem investidos ao longo de 10 anos. Os trabalhos envolverão um plantio direto em mais de 10 mil hectares, enquanto nos demais 30 mil hectares será conduzida uma regeneração natural. Cerca de 5 mil nascentes também devem receber o plantio de árvores no seu entorno.

A Fundação Renova foi criada para gerir os programas ambientais vinculados à tragédia de Mariana (MG) ocorrida em novembro de 2015. Ela é mantida pela Samarco conforme previsto em acordo firmado  entre a mineradora, suas acionistas Vale e BHP Billiton, o governo federal e os governos de Minas Gerais e  do Espírito Santo.

A tragédia de Mariana ocorreu após o rompimento de uma barragem pertencente à Samarco. Sessenta milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram liberados no ambiente, devastando vegetação nativa e poluindo a bacia do Rio Doce. Comunidades também foram destruídas e 19 pessoas morreram. O episódio é considerado a maior tragédia ambiental do país.

Entre os compromissos assumidos pela Samarco no acordo firmado com o poder público, está a recuperação de 2 mil hectares de vegetação impactados na tragédia e, como medida compensatória, de outros 40 mil hectares degradados da bacia do Rio Doce.

Na semana passada, a Fundação Renova fez um workshop onde reuniu mais de 70 especialistas da área ambiental de todo o país. O encontro teve como objetivo levantar informação e conhecimento para a elaboração do plano de restauração florestal da bacia do Rio Doce. Estiveram presentes representantes de órgãos ambientais, de universidades, de organizações não governamentais e do Ministério Público de Minas Gerais e do Espírito Santo. O plano deve ser apresentado no mês de julho.

O representante do Comitê de Bacia do Rio Doce, Henrique Lobo, disse que o cenário de degradação da região é alarmante. “Há praticamente um vazio florestal em nossa região”. Segundo ele, 80% da região é composta por pastagens.

Os trabalhos de reflorestamento da área afetada pela tragédia são acompanhados pelo Comitê Interfederativo, que é composto por diversos órgão públicos e tem como objetivo fiscalizar os trabalhos de reparação dos danos causados pela tragédia. Sua criação também foi definida no acordo celebrado entre as mineradoras e o poder público.

Até o momento, houve apenas ações pontuais na região de 2 mil hectares afetada pela lama. O trabalho principal consistiu na revegetação inicial com gramíneas e leguminosas para combater a erosão e estabilizar o solo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um dos órgãos que integra o Comitê Interfederativo, o plantio definitivo de árvores nesta área deve se iniciar durante o período chuvoso deste ano, nos meses de setembro e outubro, época considerada mais adequada.

Mudas

reflorestamento compensatório dos 40 mil hectares exigirá até 20 milhões de mudas nativas, sobretudo da Mata Atlântica. É o que prevê a Fundação Renova, que começou no mês passado um levantamento dos viveiros existentes ao longo da bacia do Rio Doce.

Somente o gasto com a compra das mudas é estimado em R$ 50 milhões. O mapeamento dos viveiros será feito em duas etapas. Inicialmente estão sendo reunidos dados como as localizações de cada um, tempo de atuação e listas das espécies produzidas. Num segundo momento, os viveiristas serão entrevistados sobre sua capacidade produtiva e detalhes técnicos.

Para a Fundação Renova, o envolvimento dos viveiros locais neste processo contribuirá para criar uma nova vocação econômica na região e estruturar uma cadeia produtiva do reflorestamento na região, que pode se manter sustentável e atender uma variada gama de clientes que vão desde pequenos agricultores rurais até grandes empresas situadas na bacia do Rio Doce. São previstos investimentos para capacitar os trabalhadores do setor, melhorar as instalações físicas dos viveiros, promover o alinhamento à legislação de produção de mudas e identificar as sementes nativas.

Regras da ANS para cancelar plano de saúde entram em vigor


da Agência Brasil

As novas regras para cancelamento de contrato do plano de saúde a pedido do beneficiário começam a valer hoje (10). Segundo a Agência Nacional de Saúde (ANS), as normas se aplicam aos contratos firmados após 1º de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656 de 1998.

A Resolução Normativa nº 412, da ANS, prevê o cancelamento imediato do contrato a partir do momento em que a operadora ou administradora tome conhecimento do pedido. Determina ainda que o cancelamento deve ser imediato também para quem está em dívida com o plano de saúde. Nesse caso, mensalidades e demais despesas vencidas continuam sob responsabilidade do consumidor.

A resolução da ANS estabelece as regras de cancelamento de acordo com o tipo de plano, seja individual, coletivo empresarial ou coletivo por adesão. Além disso, define responsabilidades das partes envolvidas, obriga as operadoras a emitirem comprovante de ciência do pedido de cancelamento e determina os prazos para entrega dos comprovantes. Tal comprovante deverá informar eventuais cobranças de serviços pela operadora ou administradora de benefícios.

A ANS elaborou um material com perguntas e respostas para orientar o beneficiário sobre os canais para pedir o cancelamento, de acordo com o plano contratado.

A intenção com as medidas é dar maior “clareza, segurança e previsibilidade” ao consumidor nos cancelamentos dos planos, de acordo com a ANS.

A partir das novas regras, a saída do beneficiário titular do plano individual ou familiar não encerra o contrato, podendo os dependentes manterem as mesmas condições contratuais. No caso da exclusão do beneficiário titular do contrato coletivo empresarial ou por adesão, serão seguidas regras específicas de resolução normativa da ANS quanto à exclusão ou não dos dependentes.

O pedido de cancelamento dos contratos individuais ou familiares não retira do beneficiário a obrigação de pagar multa rescisória, quando prevista em contrato.

As operadoras que deixarem de cumprir as normas determinadas na resolução estarão sujeitas ao pagamento de multa no valor de R$ 30 mil, de acordo com a ANS.


terça-feira, 9 de maio de 2017

ULTIMATUM ULTIMATUM ULTIMATUM



Maria Bethânia fazendo o que mais sabe fazer e melhor que qualquer um. Interpreta magistralmente o texto de Álvaro Fernando de Campos Pessoa, "cometido" em 1917, ano da revolução russa.

A perenidade do texto, na voz de Maria Bethânia, emociona e clareia idéias.
Álvaro de Campos é um heterônimo de Fernando Pessoa, um dos mais importantes poetas da literatura universal.

Do Cangablog

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Cesta básica sobe em todas as capitais do país em abril

Florianópolis (R$ 453,54) é a 2ª Capital com maior valor

Para  suprir o aumento, estudo mostra que seria necessário salário mínimo de R$ 3.899,66

O preço da cesta básica subiu em todas as capitais do país no mês de abril. As maiores altas foram registradas em Porto Alegre (6,17%), Cuiabá (5,51%), Palmas (5,16%), Salvador (4,85%) e Boa Vista (4,71%). As menores elevações foram observadas em Goiânia (0,13%) e São Luís (0,35%). Os dados, divulgados nesta segunda-feira (8/5), são da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, feita mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Em Porto Alegre, foi registrada a cesta mais cara (R$ 464,19), seguida por Florianópolis (R$ 453,54), Rio de Janeiro (R$ 448,51) e São Paulo (R$ 446,28). Rio Branco (R$ 333,18) e Aracaju (R$ 363,87) foram as cidades com os menores valores.

No acumulado dos primeiros quatro meses de 2017, 11 capitais registraram queda no preço da cesta, com destaque para Rio Branco (-13,33%), Manaus (-5,34%) e Maceió (-4,32%). No entanto, em 16 capitais houve aumento, sendo os mais expressivos em Fortaleza (7,33%), Recife (5,97%) e Teresina (4,84%).
No acumulado dos últimos 12 meses (de março de 2016 a abril de 2017), 20 cidades registraram alta na cesta. Os aumentos mais expressivos foram observados em Natal (10,28%), Fortaleza (9,85%) e Porto Alegre (8,73%). As reduções ocorreram em sete capitais, com destaque para Belém (-3,49%), Macapá (-3,28%) e Rio Branco (-3,11%).

Segundo o Dieese, em abril o salário-mínimo necessário para a manutenção de uma família deveria ser R$ 3.899,66, ou 4,16 vezes o salário-mínimo oficial, de R$ 937,00. O cálculo considera a determinação constitucional de que o mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele, com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Comportamento dos preços
O tomate registrou aumento nas 27 capitais, em abril. As altas variaram entre 5,61%, em Belém, e 64,69%, em Porto Alegre. Segundo o Dieese, o fim da colheita da safra de verão e o clima mais ameno foram os fatores que reduziram a oferta e elevaram o valor do fruto.

A batata também apresentou alta em todas as capitais, com destaque para os aumentos em Florianópolis (37,84%), Cuiabá (29,91%), Porto Alegre (26,64%) e Curitiba (26,40%). De acordo com o Dieese, as chuvas reduziram a oferta do tubérculo. A maior demanda pelo produto, na Semana Santa, fez com que o preço da batata crescesse em todas as capitais.

O leite teve aumento de preço em 20 capitais, com destaque para as elevações em Recife (8,81%), Cuiabá (4,85%), Natal (2,44%) e Palmas (2,30%). As retrações mais expressivas foram registradas em Boa Vista (-3,65%) e São Luís (-3,09%).

Já o preço do arroz diminuiu em 23 capitais, com variações entre -7,36%, em Campo Grande, e -0,25%, em Teresina. Em São Paulo, o preço do grão não variou, e houve elevação em Manaus (0,32%), Fortaleza (0,63%) e Belém (2,84%). Segundo o Dieese, os estoques abastecidos da indústria e a baixa demanda dos centros consumidores fizeram com que o preço do arroz diminuísse em abril.

Do portal Metrópes