sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Corajosamente o Prefeito Mauro Candemil (PMDB) defende a construção de Penitenciaria Industrial em Laguna

Valor do investimento pode  chegar a R$ 36 milhões diz a Secretária de Justiça e Cidadania do Estado de Santa Catarina

Mauro Candemil diz ser um investimento importante para o município e que a comunidade deve ser chamada para discutir o assunto.

Prefeitura de Laguna emitiu nota em seu site e desencadeia o debate sobre a possível implantação da Penitenciaria Industrial no município.

Leia a seguir.

 “A Secretária de Justiça e Cidadania do Estado de Santa Catarina, Ada De Luca, propôs ao prefeito de Laguna, Mauro Candemil a construção de uma penitenciária industrial no município.
De acordo com a Secretária, o valor da obra chega a R$ 36 milhões e terá capacidade para abrigar 500 detentos de baixa periculosidade, gerando cerca de 70 empregos diretos entre guardas e todo corpo prisional.

Ada ainda destaca que Laguna terá muito a ganhar com a construção da penitenciária (escola para presos), pois dará oportunidade aos detentos que são lagunenses e que estão em outros presídios do estado ou fora dele de estarem alojados no município, com a vantagem da ressocialização e garantia de profissionalização. Nesse novo modelo, várias empresas irão compor a penitenciária, gerando empregos e renda também ao município.

O prefeito ainda não definiu se aceitará ou não a vinda da penitenciária industrial ao município. "As entidades de classe juntamente com o poder executivo e legislativo é que irão debater o assunto e definir se há ou não interesse", destaca.

Em reunião, na Câmara Municipal nesta semana, Mauro demonstrou sua preocupação com relação à (UPA) Unidade Prisional Avançada de Laguna que está instalada ao lado  da Udesc e em meio a várias residências o que pode colocar em risco a vida de lagunenses, caso aconteça uma rebelião.

Candemil disse que a área para a implantação da nova penitenciária industrial, seria a da antiga CODISC e que cerca de 100 mil metros quadrados poderiam abrigar a obra. "Vejo que o local é completamente isolado, proporcionando segurança total a toda a comunidade lagunense", avalia”.

Fonte: PML

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Restaurar a democracia, os direitos sociais e a esperança


Nenhum direito a menos!

"Entreguismo" poderá sepultar o golpe

Por Marcelo Zero no blog de Altamiro Borges

O golpe suscitou a criação de várias frentes de luta.

A primeira e mais óbvia é a luta pela restauração da democracia e do voto popular, a qual se expressa no combate contra o golpe continuado e o Estado de Exceção, que ameaça direitos civis e políticos e criminaliza estudantes, movimentos sociais e a oposição de um modo geral.

A segunda tange às lutas contra a desconstrução dos direitos sociais e o desmonte do Estado de Bem Estar inscrito na Constituição Cidadã de 1988. Para complementar a emenda Constitucional nº 95, de 2016, que congelou os investimentos em saúde, educação, assistência social, ciência e tecnologia, etc. por 20 longos anos, crueldade inédita no mundo, agora socam goela abaixo do brasileiro a reforma da previdência, complementada pela reforma trabalhista.



Leia mais>>>

Tem casal de todo tipo. Use camisinhaaaaaa!!!



A vida é linda seja responsável 

Guia lista programação para gays no carnaval do Rio

Segundo uma pesquisa da Fundação Cesgranrio divulgada no início do mês, 75% dos turistas LGBT estrangeiros que visitam a cidade são homens, 70% têm nível superior e 55% vem da Europa  Marcello Camargo/Arquivo/Agência Brasil

Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil

Com uma programação de carnaval que inclui blocos, boates, restaurantes e até cinemas, o guia Rio Gay Life foi lançado este ano para listar lugares receptivos e festas segmentadas para homens homossexuais, público que foi recentemente mapeado como o principal turista Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) que visita o Rio na alta temporada.

Segundo uma pesquisa da Fundação Cesgranrio e do Instituto de Pesquisas e Estudos do Turismo do Rio de Janeiro divulgada no início do mês, 75% dos turistas LGBT estrangeiros que visitam a cidade são homens, 70% têm nível superior e 55% vem da Europa. Para 70% desses turistas, o Rio de Janeiro é uma cidade gay friendly (amigável para homossexuais).

Com foco neste perfil, o jornalista Felipe Martins preparou o guia bilíngue, que deve ter uma tiragem de ao menos 1,5 mil exemplares e será distribuído na rede hoteleira de Copacabana e Ipanema, bairro apontado pela pesquisa como o preferido dos turistas homossexuais.

Aos 36 anos e com alguns carnavais no currículo, como ele mesmo brinca, Martins comemora que a programação cresceu nos últimos anos: "O guia acompanha esta evolução. Há dez anos, não daria pra fazer um guia com blocos por só existirem um ou dois. Felizmente, o problema agora é falta de papel pra colocar todos", conta o jornalista, que apontou alguns como o Bunytos de Corpo, o Viemos do Egyto e a Banda de Ipanema. "E incluí o Toco-Xona, um bloco muito querido por mulheres lésbicas e pessoas trans".

Por outro lado, ao entrar em contato com estabelecimentos que poderiam ser incluídos na lista, ele ouviu alguns "nãos", inclusive de locais tradicionalmente frequentados por homossexuais. "A resposta que eu tinha era que não queriam ficar marcados por um público apenas. Mas a idéia do guia não é esta. É mostrar que você acolhe bem todos os públicos, incluindo o gay".

Além do folder impresso, o guia terá também uma página no Facebook, onde serão incluídas mais recomendações.

O peso do turista LGBT no carnaval do Rio também já foi mapeado pela prefeitura. Uma pesquisa da Riotur e da Coordenadoria Especial de Diversidade Sexual (Ceds) de 2014 apontou que 30% da renda obtida com o evento naquele ano veio de turistas LGBT, público que foi estimado 15% do total. O turista LGBT foi identificado como um perfil que gasta mais e permanece mais dias na cidade, e movimentou R$ 461 milhões naquele ano.

A pesquisa não foi repetida, mas, para este ano, a Ceds preparou ações direcionadas ao público LGBT, como o lançamento da campanha Rio+Respeito.

Edição: Valéria Aguiar

Façanhas de Temer predominam no noticiário, por Janio de Freitas

Foto Jorge Araújo

Do Jornal GGN

E depois de Geddel a fila andou... em denúncias. Foi Moreira Franco com 34 citações, bem como denúncias contra Michel Temer, o próprio. Daí, como não se pode esquecer, aparece Alexandre de Moraes depois de Marcela, a primeira dama, ter seu celular hackeado, e o ministério-foro privilegiado de Moreira Franco. A situação não se esgota aí, bem lembra Janio de Freitas em sua coluna na Folha, e um rosário de façanhas transforma o governo de Michel Temer o assunto principal, das manchetes às redes sociais, nunca em cores agradáveis. 

Leia a coluna a seguir.

Neste carnaval bota camisinha meu amor

Casos de HIV/aids em jovens de 15 a 24 anos cresceram 85% nos últimos 10 anos.

Ministério da Saúde convoca nova geração a usar camisinha

Incentivar o uso de preservativos, principalmente entre os jovens, é o foco da campanha de prevenção para o Carnaval deste ano, lançada nesta terça-feira (21/2), pelo Ministério da Saúde.

Com o slogan “No Carnaval, use camisinha e viva essa grande festa!”, as peças publicitárias trazem o panorama de 260 mil pessoas vivendo com HIV e que ainda não estão em tratamento, e também de 112 mil brasileiros que têm o vírus e não sabem disso. 

Além de prevenir contra as infecções sexualmente transmissíveis, como a aids, o uso contínuo da camisinha também evita a gravidez indesejada.

Os jovens são o foco da campanha, já que essa é a faixa etária que menos usa camisinha. Pesquisa de Conhecimento, Atitudes e Práticas indica queda no uso regular do preservativo entre os que têm de 15 a 24 anos, tanto com parceiros eventuais – de 58,4% em 2004 para 56,6%, em 2013 – como com parceiros fixos – queda de 38,8% em 2004 para 34,2% em 2013.



Divirta-se!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Fonte http://www.aids.gov.br/

Polícia Federal deflagra nova fase da Operação Lava Jato

Foto: Reprodução/Sindicato dos Delegados da Polícia Federal

Da Agência Brasil

A Polícia Federal deflagrou hoje(23) a Operação Blackout - a 38ª fase da Operação Lava Jato. Foram cumpridos, no Rio de Janeiro, 15 mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva por crimes de corrupção, fraude em licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro, entre outros.

Operadores financeiros, identificados como facilitadores na movimentação de recursos indevidos pagos a integrantes de diretorias da Petrobras são o alvo da ação.

O nome da operação - Blackout -  é uma referência ao sobrenome de dois dos operadores financeiros do esquema criminoso que envolve a Petrobras. O objetivo é mostrar a interrupção da atuação dos investigados como representantes do esquema.

Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Uma entrevista coletiva sobre a operação está marcada para as 10h na capital paranaense.

Pescaria Brava pode decretar estado de calamidade financeira

Créditos: Prefeitura De Pescaria Brava

A exemplo de outras cidades do estado Pescaria Brava município localizado no sul de Santa Catarina, que ganhou repercussão nacional pela apertada margem de um (1) voto que selou a vitória do então candidato Deyvisonn da Silva (PMDB) passa por sérias dificuldades financeiras.

O Jornal Diário do Sul em sua edição de hoje (23) repercute posicionamento do Prefeito Deyvisonn da Silva (PMDB) sobre as condições financeiras de seu município.

Leia a seguir:

Do Diário do Sul

Dívida de Pescaria é de quase R$ 3 milhões

Outra cidade da região que enfrenta sérias dificuldades financeiras neste início de ano é Pescaria Brava. O prefeito Deyvisonn da Silva de Souza informou ontem que a atual dívida do município é de R$ 2,9 milhões.

O valor, no entanto, pode ser ainda maior. Segundo o prefeito, isso porque novas dívidas, que não eram esperadas, estão aparecendo. “Fomos pegos de surpresa a respeito da dívida com o INSS, que achávamos que não tinha”, declarou.

Uma nova verificação está sendo realizada junto a órgãos fiscalizadores para saber a quantia exata do valor devido pela prefeitura. A nova administração estima que a apuração completa termine até o dia 1º de março.

Em entrevista ao DS, Deyvisonn da Silva de Souza disse que ainda não avaliou a possibilidade de decretar estado de calamidade financeira, expediente utilizado por prefeituras como Capivari de Baixo e Jaguaruna.

O prefeito também declarou que, além das dívidas, a estrutura administrativa foi outro problema encontrado. “Verificamos que 80% do patrimônio público da prefeitura está danificado, sucateado – carros e máquinas, por exemplo, estão em péssimo estado de conservação”, destacou.

Segundo o prefeito, computadores foram encontrados sem dados, com a suspeita de que tenham sido formatados para que os novos administradores não tivessem acesso às informações. “Fizemos uma denúncia à promotoria e isso agora vai se desmembrar em processos contra a administração anterior”, comentou.

A reportagem do DS tentou falar com o ex-prefeito da cidade, Antônio Honorato, mas ele não atendeu às ligações.


Deyvisonn da Silva de Souza mencionou ainda a ausência das certidões negativas da prefeitura, o que impede que a administração possa firmar convênios, e informou que está tentando regularizar a situação.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocam para o dia 15 de março

Se você não lutar, sua aposentadoria vai acabar!

Do Portal Vermelho

Os atos do dia 15 de março contra a reforma da Previdência proposta por Michel Temer ganharam o reforço das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Nesta quarta-feira (22), as frentes divulgaram convocação geral para as atividades daquela data, que será marcada por protestos dos trabalhadores da educação e centrais de trabalhadores. A reforma da Previdência Social é o alvo dos atos assim como iniciativas de Temer que ameaçam direitos.

Confira a nota na íntegra:

A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, convocam você a engajar-se na luta para barrar a reforma da previdência e o fim da aposentadoria. É preciso organizar a resistência e conscientizar a população nos seus locais de trabalho, nas escolas e universidades, no campo e na cidade, sobre o brutal ataque aos direitos que vem sendo patrocinado por um governo e uma esmagadora maioria do Congresso Nacional, que não tem compromisso com o povo. É preciso fazer a luta nas ruas! Por isso no dia 15 de Março estaremos junto com os trabalhadores/as da educação em greve e com o conjunto da classe trabalhadora paralisada, para realizar grandes manifestações que mostrem que não aceitamos o fim da aposentadoria e nem um governo que seja instrumento para caçar direitos e piorar a vida dos brasileiros/as.

Antes disso, no dia 8 de Março, nos somaremos à luta das mulheres, especialmente prejudicadas pelo ataque a previdência, que irão às ruas de todo Brasil em defesa da vida de mulheres dizendo: Aposentadoria Fica! Temer Sai!

O presidente ilegítimo Michel Temer reafirma, a cada ação, o sentido do golpe que o colocou no governo. É um governo que, com o apoio da maioria do Congresso Nacional, busca liquidar a capacidade de ação do Estado em favor da população e ao mesmo tempo preservar e aumentar o lucro dos patrões e especuladores. A reforma do ensino médio, recentemente aprovada e encaminhada sem debate com alunos ou professores, demonstra essa ânsia por destruir políticas públicas. A retirada da exclusividade da Petrobrás sobre a exploração do Pré-Sal e o anúncio da liberação para estrangeiros comprarem terras brasileiras, mostram a falta de compromisso com a soberania nacional. Congelar o orçamento público por 20 anos, enquanto as necessidades do povo só aumentam, especialmente numa conjuntura de crise política e econômica e alta do desemprego, informa o sentido desumano do projeto político em curso. Como se não bastasse, o governo e os patrões também querem acabar com os direitos trabalhistas. Pretendem colocar o negociado acima do legislado e liberar as terceirizações sem limites.

A ofensiva aos direitos do povo brasileiro ainda não foi suficiente para eles. Para acabar, de vez, com o papel constitucional do governo de promover a proteção social, falta acabar com a aposentadoria e a previdência pública. Temer enviou mais uma grande alteração na Constituição brasileira que está sendo discutida no Congresso Nacional e pode acabar com a sua aposentadoria. A única forma de evitarmos mais esse ataque é lutando. Mobilize-se! Convoque seus amigos, colegas e vizinhos. No próximo dia 15 de Março tomaremos as ruas nas principais cidades do país para barrar o desmonte da previdência e o fim do direito à aposentadoria.


Fora Temer, Diretas Já!
Nenhum Direito a Menos!
Em Defesa Da Aposentadoria!

São Paulo, 22 de Fevereiro de 2017
Frente Brasil Popular
Frente Povo Sem Medo

VITÓRIA DOS SERVIDORES! GEAN RECUA E FLORIANÓPOLIS LIDERA RESISTÊNCIA CONTRA O DESMONTE DO SERVIÇO PÚBLICO NO PAÍS



Publicação de Lino Peres no Face.

Aos 37 dias de greve dos servidores municipais, em audiência de conciliação no Tribunal de Justiça nesta manhã, o prefeito se comprometeu a enviar projeto de lei complementar à Câmara Municipal que altera substancialmente a sua proposta para o Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS) dos trabalhadores. 

Em linhas gerais, esta proposta reincorpora ganhos históricos da categoria e se aproxima bastante do Plano aprovado por unanimidade na Câmara Municipal em 2014, uma grande conquista dos servidores municipais que Gean desmontou completamente com a Lei 597/17, aprovada em janeiro na Câmara. 

Ainda assim, alguns pontos do acordo ainda não ficaram claros e a maioria dos servidores na assembleia realizada de tarde preferiu estudar o documento e decidir sobre continuidade ou fim da greve amanhã, em nova assembleia. 

Com a maior paralisação da história do município e a adesão de mais de 80% dos servidores, Florianópolis mostra sua força e vira exemplo nacional de resistência no embate que está sendo travado em diversos municípios contra o desmonte do serviço público.

O documento acordado entre o sindicato e o prefeito durante a audiência de conciliação no Tribunal de Justiça pode ser lido no site: 
https://goo.gl/40Si2U




Continência a indecência

Foto bondeblog.blogspot.com.br

Filho do Ministro Defesa Raul Jungmann perde cargo comissionado após nomeação vir a público e o imponderável aconteceu quando o Ministério da Defesa “bate continência” afirmando que não via problema na nomeação do filho do ministro.

Jucá tem razão: Isso aqui é suruba.

Entenda o caso:

Do UOL

Filho de ministro da Defesa perde cargo um dia após nomeação vir a público

Leandro Prazeres

Após publicação de reportagem no UOL que divulgava a nomeação de um dos filhos do ministro da Defesa, Raul Jungmann, para um cargo comissionado no MCTIC (Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações), o "DOU" (Diário Oficial da União) trouxe na edição desta terça-feira (21) a anulação dessa portaria.


A publicação não traz o nome do filho do ministro e diz apenas que "o ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, no uso da competência que lhe foi delegada, resolve: tornar sem efeito a Portaria MCTIC Nº 824, de 15 de fevereiro de 2017, publicada no Diário Oficial da União nº 36, Seção 2, página 6, de 20 de fevereiro de 2017".


Ao vivo: Plenário do Senado decide se aprova indicação de Alexandre de Moraes ao STF

A votação, prevista para começar às 11h (horário de Brasília), é a última etapa do processo.

Fonte: Senado Federal

Estados e municípios recebem nesta quarta-feira recursos do Fundeb

Muito importante que todos fiscalizem os recursos federais repassados as Prefeituras

Da Agência Brasil

Os estados e municípios brasileiros recebem hoje (22), em suas contas-correntes, a parcela do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) relativa a fevereiro. Do total de R$ 918,97 milhões repassados, R$ 91,89 milhões (10% do total) devem ser destinados à complementação do pagamento do piso do magistério.

Os estados que vão receber a complementação são Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Pernambuco e Piauí. De acordo com a lei, a União repassa a complementação aos estados e municípios que não alcançam, com a própria arrecadação, o valor mínimo nacional por aluno estabelecido a cada ano. Em 2017, esse valor é de R$ 2.875,03.

O Fundeb é formado, quase totalmente, por recursos provenientes de percentuais de tributos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), e transferências vinculadas à educação. Além desses recursos locais, ainda compõe o Fundeb, a título de complementação, uma parcela de recursos federais.

Os recursos do fundo, repassados aos estados e municípios, devem ser aplicados na remuneração de profissionais do magistério em efetivo exercício, como professores, diretores e orientadores educacionais. A verba também pode ser aplicada em despesas de manutenção e desenvolvimento do ensino, compreendendo, entre outras ações, a aquisição de equipamentos e a construção de escolas.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Xadrez do PSDB no 2o tempo do golpe, por Luis Nassif

Por Luis Nassif
Peça 1 – o fator Alexandre de Moraes
Analise-se, primeiro, a ficha de Alexandre de Moraes:
1.     Suspeitas de captar clientes entre grupos beneficiados por ele enquanto Secretário de Administração da gestão Gilberto Kassab na prefeitura de São Paulo.
2.     Estimulador da violência inaudita da PM paulista contra estudantes secundários, inclusive permitindo o trabalho de grupos de P2 contra adolescentes.
3.     Autor de um plano de segurança condenado unanimemente por todos os especialistas no tema.
4.     Acusação de plágio em suas obras e uma resposta ridícula, na sabatina do Senado: a de que manifestações em sentenças de Tribunais superiores (no caso, da Espanha) não contempla direito autoral. Ora, ele copiou as manifestações sem aspas – isto é, apropriou-se do texto copiado.
5.     Nenhuma dúvida sobre a parcialidade com que irá se conduzir no Supremo Tribunal Federal (STF).
O que explicaria, então, a quantidade de apoios que recebeu de entidades e juristas, quase tão expressivo quanto as manifestações de indignação.
Peça 2 - os apoios a Alexandre de Moraes
O que o Conselho Nacional de Procuradores Gerais do Ministério Público dos Estados, a Associação dos Magistrados do Brasil (AMB), o Ministro Celso de Mello, o diretor da Escola de Direito da FGV-SP Oscar Vilhena, a OAB nacional, a Associação dos Juízes Federais (AFUFE), a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Gilmar Mendes, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima e a Procuradoria Geral da República (PGR) tem em comum, a ponto de hipotecar apoio à indicação de Moraes?
1.     São radicalmente antipetistas e tiveram papel no movimento de deposioção de Dilma Rousseff.
2.     Compõem uma frente informal de apoio ao PSDB.
O apoio dado à indicação de Alexandre de Moraes inaugura o segundo ciclo da Lava Jato, de partidarização maior ainda do Judiciário, que será a grande marreta sobre a cabeça do lulismo.
Entra-se, agora, no segundo tempo do golpe, com a tentativa de institucionalização do protagonismo do Judiciário e do ataque final à candidatura de Lula em 2018
Peça 3 – como será o segundo tempo
As características do segundo tempo estão dadas.
Em breve, haverá a explosão das delações da Odebrecht, de alto impacto, mas sem foco definido devido à extensão das denúncias. Durante algumas semanas se ouvirão os ecos da bomba. Depois, volta-se ao dia a dia da Lava Jato.
O fluxo de fatos e factoides surgirá de dois centros: o TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4aRegião), julgando as sentenças de Sérgio Moro; e o Supremo Tribunal Federal (STF), analisando as denúncias de Rodrigo Janot.
No inferno, os réus sem prerrogativa de foro; no purgatório, alguns caciques do PMDB; no paraíso, o PSDB.
Com a garantia do voto de Alexandre de Moraes pela prisão após a confirmação de sentença em 2ainstância, e sabendo-se de antemão do posicionamento político dos desembargadores, se terá a cada semana uma prisão nova a ser celebrada.
Já o ritmo das denúncias dos políticos com foro privilegiado dependerá exclusivamente da PGR que já demonstrou à farta seu jogo, cuidando de asfaltar as estradas que o levam ao PSDB ao indicar como vice-procurador José Bonifácio Borges de Andrada, umbilicalmente ligado ao PSDB de Aécio Neves.
Janot é todo-poderoso, porque suas armas são fundamentalmente subjetivas – isto é, dependem exclusivamente de sua vontade.
Bastará acelerar as ações contra o PMDB e segurar as denúncias contra o PSDB para promover a cristianização final do PMDB (de Cristiano Machado, candidato a presidente abandonado por seus correligionários). Ou basta produzir uma denúncia inepta para assegurar a blindagem do réu.
Tem-se, então, todos os pontos críticos sob controle:
1.     Na PGR, Janot e Bonifácio.
2.     No Supremo, Gilmar, Toffoli, Alexandre, Barroso.
3.     No Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar, possivelmente Alexandre e novos Ministros nomeados por Temer.
4.     No Ministério da Justiça, alguém da confiança de Temer.
5.     Na PGR e na Polícia Federal, uma frente política cerrada contra o PT.
Peça 4 – a força tarefa da Lava Jato
A força tarefa da Lava Jato – juiz, procuradores e delegados – praticamente dá seu trabalho por encerrado. Agora, é apenas aguardar a confirmação das sentenças de Sérgio Moro e correr para o abraço.
Como profissionais aplicados, em todo caso, deixaram lotadas as estantes das delações, permitindo boa margem de manobra para a PGR. E continuarão trabalhando incessantemente para encontrar algo que inviabilizar a candidatura de Lula.
Peça 5 – a dificuldade do jogo de cena
Aí se entra em um terreno complexo: como administrar a malta, a opinião pública sedenta de sangue?
Na bomba Odebrecht, o sistema Globo e os jornalões certamente focalizarão preferencialmente no PT e no PMDB. Mas não haverá como esconder os malfeitos dos tucanos.
O jogo do PGR e da mídia é fundamentalmente hipócrita. Mas não há hipocrisia que resista à luz do sol. A cada dia que passa, mais nítido fica a parcialidade da mídia e de Janot. A recuperação de parte da popularidade de Lula é a prova mais significativa.
Com as revelações da Odebrecht, o leão se contentará apenas com a carne de petistas ou irá querer carne nova?
A cada dia que passa, novos veículos vêm se somar aos trabalhos pioneiros dos blogs, aplicando um dos princípios básicos do jornalismo: revelar o lado oculto da notícia. Há tempos a imprensa internacional rompeu a dependência dos órgãos de imprensa nacionais. É BBC, El Pais, Washington Post, New York Times, Guardian, todos de olho em um jogo de cartas marcadas.
Quanto tempo a hipocrisia nacional resistirá a essa devassa?

A internet comemora hoje os 21 anos do maior momento da televisão do RS: o choque de Lasier Martins

Publicado em 21 de fevereiro de 2017

Por Milton Ribeiro no Sul21

Um grito duplo, lancinante e altamente cômico, que o Monty Python não faria melhor.

— Ajuda aqui! — diz alguém na cena.

De volta ao estúdio, Cristina Ranzolin diz constrangida):

— Voltamos em seguida com o esporte e o comentário de Paulo Roberto Falcão.

A cena é de um dos virais mais clássicos do Brasil e, se não foi o maior momento da TV no sul do país, ao menos foi o mais eletrizante. Quem não deu gargalhadas com o choque de Lasier Martins na Festa da Uva de 1996? Pois o 21 de fevereiro é a Data Máxima da televisão e da RBS no estado. Quem não se chora de rir ao ouvir Cristina Ranzolin dizendo, perturbada, “Voltamos em seguida com esportes”? Quem não conhece a expressão “Aqui comigo, Pederneiras”?

Antes de ser expulso do PDT e de assinar coisas sem ler no Senado, Lasier tomou um choque de 220 volts, ficou desacordado por alguns segundos, quebrou uma costela, foi parar no hospital e, depois, para a mais completa glória, no YouTube.


Reveja abaixo a cena completa que hoje chega à maioridade.


Estados e municípios podem aderir a Brasil Alfabetizado até dia 6 de março

IBGE aponta que 12,8 milhões de jovens e adultos com 15 anos de idade não são alfabetizados. O número representa 8% de toda a população nessa faixa etária (Arquivo Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Ministério da Educação prorrogou até 6 de março o prazo para que estados e municípios possam aderir ao programa Brasil Alfabetizado. Segundo a pasta, a ideia é atender prefeituras e estados com dificuldade de acesso à internet, além de contemplar novos gestores que assumiram as secretarias de educação este ano.

Os interessados devem enviar, para o endereço,os seguintes documentos: ofício para primeiro acesso do gestor local; ofício para alteração de gestor local; e ofício para vinculação de gestor à entidade. Até o momento, mais de 700 localidades, entre estados e municípios, já fizeram inscrição no programa.

Este ano, o Brasil Alfabetizado vai atender 250 mil pessoas a partir de 15 anos de idade. O programa é considerado pelo governo federal como porta de acesso para a alfabetização de jovens, adultos e idosos, com atendimento prioritário a municípios que apresentam alta taxa de analfabetismo – 90% deles na Região Nordeste.


Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, no Brasil, 12,8 milhões de jovens e adultos com 15 anos de idade ou mais não são alfabetizados. O número representa 8% de toda a população nessa faixa etária.

EBC

O pacto entre Janot e o governo Temer, por Luis Nassif

Subprocurador José Bonifácio Borges de Andrada

Por Luis Nassif

Avança a estratégia do Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot de garantir a blindagem do PSDB, mesmo na hipótese de não ser reconduzido ao cargo.
Segundo matéria do jornal Valor Econômico, o governo Temer já aceita, como favorito à sucessão de Janot, o subprocurador José Bonifácio Borges de Andrada, estreitamente ligado ao senador Aécio Neves, e indicado vice procurador de Janot, após a saída de Ella Wiecko.
Ex-Advogado Geral da União do governo Fernando Henrique Cardoso, e Advogado Geral do estado de Minas na gestão Aécio Neves, Andrada mantém não apenas as ligações partidárias, como tem um posicionamento francamente conservador em temas ligados aos direitos humanos.
Com sua indicação futura, e com a indicação de Alexandre Moraes para o STF (Supremo Tribunal Federal), consolida-se a primeira rodada de cerco à Lava Jato, em relação aos alvos tucanos.

Tô me guardando pra quando o Carnaval chegar, por Leo Villanova

Charge de Leo Villanova

Alexandre de Moraes e as respostas polêmicas: "a imprensa inventa"

Do Jornal GGN

Em sabatina, o indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por Michel Temer, Alexandre de Moraes, negou ter trabalhado para a facção criminosa PCC, sobre as acusações de ter recebido R$ 4 milhões de empresa alvo da Operação Acrônimo disse ser "invenção da imprensa" e disse não existir "desmonte" da Lava Jato pelo governo.

Até o momento, foram quase seis horas de sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Sobre a Operação Lava Jato, tema recorrente e de interesse dos senadores, sobretudo os aliados e a cúpula peemedebista, Moraes minimizou as críticas contra o governo e sua atuação frente ao Ministério da Justiça.

Questionado sobre as mudanças que ocorreram na Polícia Federal desde a sua entrada, disse: "Não há desmonte [da Lava Jato]. Todos os delegados que saíram foram motivados por pedidos. Temos que lembrar que eles têm uma carreira", disse.

Roberto Freire é ministro que se confundiu a si mesmo, diz jornalista portuguesa

O ministro sumirá da história e a obra do premiado fica, enquanto houver alguma forma de livro no planeta

Do Jornal GGN

Em artigo publicado no portal português Público, a jornalista e escritora Alexandra Lucas Coelho comenta a entrega do Prêmio Camões, concedido em parceria entre Brasil e Portugal, para o escritor Raduan Nassar, na semana passada.

Raduan fez um discurso crítico ao governo de Michel Temer, e o ministro da Cultura, Roberto Freire, respondeu irritado à fala do premiado. Para Alexandra, o caso mostra como Freire não consegue distinguir Estado e governo, “confundindo-se a si mesmo”.

Ela ressalta que quem escolhe o premiado é um júri independente. “Os premiados do Camões não são escolhas de nenhum governo”, afirma, derrubando um dos argumentos de Freire, que “sumirá da história”.

Leia mais abaixo:

Do Público.pt

O ministro que se confundiu a si mesmo com um prémio

O ministro sumirá da história e a obra do premiado fica, enquanto houver alguma forma de livro no planeta.

ALEXANDRA LUCAS COELHO

1. A cerimónia de entrega do Prémio Camões, o maior da língua portuguesa, sexta-feira passada, em São Paulo, foi um retrato do que está em curso no Brasil, mas não só. Revelou a que ponto um ministro não distingue Estado e governo, confundindo-se a si mesmo com um prémio. E como querer separar cultura e política leva a uma política sem cultura.

2. O premiado desta edição era o brasileiro Raduan Nassar. A decisão, unânime, foi tomada em Maio de 2016 por um júri composto por críticos e escritores de vários países de língua portuguesa. O anúncio coincidiu com o início do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas não era esse governo, ou um seu sucessor, que atribuía o prémio a Raduan Nassar, e sim um júri independente. Aos governos de Portugal e Brasil que na altura da entrega estivessem em funções competiria cumprir, em nome dos Estados, o compromisso que existe desde que o prémio foi instituído, assegurando o montante em dinheiro. Os premiados do Camões não são escolhas de nenhum governo. Qualquer confusão em relação a isto será um insulto à ideia do prémio, aos júris que já o atribuíram, a cada nome que o recebe, e a quem acredita na sua independência.

3. A obra de Raduan Nassar é daquelas que muda a língua e os leitores, e mantém-se tão breve quanto única. Foi publicada sobretudo nos anos 1960 e 1970, depois o autor largou a literatura, tornou-se fazendeiro, desapareceu do espaço público. Durante décadas esse silêncio tornou-se lendário. Mas em 2016, no início do impeachment, Raduan mandou a lenda às urtigas por achar que o impeachment era um golpe. Falou, foi a Brasília ter com Dilma, protestou na imprensa. Fez isso num Brasil dividido ao extremo, o que lhe valeu ser insultado aos 80 anos pelos que acima de tudo odiavam Lula, Dilma e o PT. Não se tratava apenas de discordar de Raduan, mas de o diminuir como anacrónico. Ele, que ao fim de décadas voltara para fazer o mais difícil, aparecer. E como teria sido tentador continuar fora da mortal turba humana. Mas Raduan deixou o olimpo para os livros e arregaçou as mangas.

4. O governo que ocupou o poder pós-impeachment já vai na sua segunda tentativa de ministro da Cultura. Seja por isso, seja porque Michel Temer & Cia receavam o que Raduan pudesse dizer, a entrega do Prémio Camões só aconteceu agora. Dado que Raduan quebrara várias vezes o silêncio em 2016 era de prever que aproveitasse para um discurso político. E foi o que aconteceu. Um breve discurso contundente em relação ao actual governo brasileiro, e ao sistema que o favorece. Depois de um par de frases para o outro lado do Atlântico (“Estive em Portugal em 1976, fascinado pelo país, resplandecente desde a Revolução dos Cravos no ano anterior. Além de amigos portugueses, fui sempre carinhosamente acolhido”), Raduan estabeleceu o contraponto com o Brasil de 2017: “Vivemos tempos sombrios, muito sombrios”. Deu exemplos de invasões em sedes do PT e em escolas de vários estados; de prisões de membros dos movimentos sociais, de “violência contra a oposição democrática ao manifestar-se na rua”, da responsabilidade governamental nas “tragédias nos presídios de Manaus e Roraima”, de um “governo repressor”: “contra o trabalhador, contra aposentadorias criteriosas, contra universidades federais de ensino gratuito, contra a diplomacia ativa e altiva”. Um “governo atrelado, por sinal, ao neoliberalismo com sua escandalosa concentração da riqueza”, “amparado pelo Ministério Público e, de resto, pelo Supremo Tribunal Federal”. Um Supremo coerente “com seu passado à época do regime militar”, que “propiciou a reversão da nossa democracia: não impediu que Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados e réu na Corte, instaurasse o processo de impeachment de Dilma Rousseff.” Aqui Raduan concluiu: “Íntegra, eleita pelo voto popular, Dilma foi afastada definitivamente no Senado. O golpe estava consumado. Não há como ficar calado.”

5. A plateia, em pé, aplaudiu. Os três anfitriões da cerimónia permaneceram quietos: embaixador de Portugal, Jorge Cabral, directora da Biblioteca Nacional, Helena Severo, e ministro brasileiro da Cultura, Roberto Freire, que então se levantou para ir ao púlpito. Com Raduan já sentado, Freire decidiu responder-lhe de improviso, numa longa intervenção gesticulante, que foi subindo de tom. “Lamentavelmente, o Brasil de hoje assiste perplexo a algumas pessoas da nossa geração, que têm o privilégio de dar exemplos e que viveram um efetivo golpe nos anos 60 do século passado, e que dão o inverso”, disse. “Que os jovens façam isso já seria preocupante, mas não causaria esta perplexidade”. Quando falou no “momento democrático que o Brasil vive” ouviram-se as primeiras gargalhadas e vaias da plateia. A partir daí foi uma escalada, com o ministro a levantar a voz para se impôr ao bruá, martelando palavras. Este prémio, afirmou, “é dado pelo governo democrático brasileiro e não foi rejeitado”. Adiante insistiu: “É um adversário recebendo um prémio de um governo que ele considera ilegítimo, mas não é ilegítimo para o prémio que ele recebeu.” Ou: “Quem dá prémios a adversário político não é a ditadura.” Ou: “É fácil fazer protesto em momentos de governo democrático como o actual.” Ignorou quando alguém da plateia o alertou para o óbvio: “Hoje é dia do Raduan!” Quando alguém pediu “Respeito a Raduan!”, devolveu: “Ele desrespeitou todos nós!” Respondeu sarcasticamente a autores na plateia. A dada altura, o professor da USP Augusto Massi disse: “Acho que você não está à altura do evento.” Massi disse à “Folha de S. Paulo” que Freire lhe chamou idiota depois, na saída. À “Folha, Freire disse que fizera aquele discurso dada a “deselegância” de Raduan: “Se ele viesse dizer que não aceitava o prémio, a crítica que ele fez até podia ser justa.” Mais tarde declarou: “Quem assinou, convidou e pagou o prémio foi este governo.” E ainda: “Tinha tantos que não foram ali para aplaudir um escritor, foram para [me] agredir, acho que até fui brando.”

6. Ou seja, para o ministro a) este prémio é dado por este governo b) quem critica este governo dá mau exemplo c) jovens críticos já é mau mas velhos ainda é pior d) se Raduan queria criticar não aceitava o prémio e) quem vaiara o ministro tinha vindo não por Raduan mas para o agredir a ele, ministro. E com tudo isto o ministro suplantou as críticas de Raduan na repercussão mediática. Em suma, não é de espantar que o megalómano ministro venha a dizer: o prémio, fui eu.

7. Claro que o ministro sumirá da história e a obra do premiado fica, enquanto houver alguma forma de livro no planeta. Para os livros de Raduan Nassar é indiferente o que passou na sexta. Mas a nós, contemporâneos, importa, sim, que um membro do poder político abuse do cargo, confundindo, distorcendo e agredindo um criador como Raduan, protagonista único da cerimónia, que lhe devia merecer, no mínimo, silêncio. Não cabe ao ministro aprovar ou reprovar o discurso do premiado, não lhe cabe responder. Tal como não é preciso alguém estar de acordo com Raduan politicamente para entender como foi absurdo o que se passou. O prémio não é deste governo, é patrocinado por dois Estados, e atribuído por um júri. A sua aceitação nunca deverá implicar um discurso bem-agradecido. Um ministro da Cultura que veja os criadores como estando ao serviço não entendeu nada. Idem para quem sugere que se pode tirar a política da cultura, e vice-versa. De resto, o que o actual governo brasileiro está a fazer na Cultura é um desmonte do muito que veio sendo construído. Se há áreas em que os anos de Lula deram frutos fortes, a Cultura é certamente uma delas.