Mais de 70
mil pessoas se reuniram contra a reforma da Previdência (Foto PAULO PINTO /
AGPT
da Rede Brasil Atual no GGN
Manifestação com vistas à derrubada das propostas
contra os direitos dos trabalhadores tem participação de 70 mil pessoas na
capital paulista."O apogeu dessa mobilização vai ser a greve geral no dia
28", diz Guilherme Boulos
São Paulo – "Essa foi uma mobilização vitoriosa.
Em São Paulo reunimos mais de 70 mil pessoas. As informações de todo o país são
mobilizações expressivas", afirmou o coordenador geral do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, sobre o ato em São Paulo. Em
sua parte final, cerca de 70 mil manifestantes ocuparam a Praça da República,
região central da capital.
O ato, que começou por volta das 15h, foi declarado
encerrado pouco depois das 19h30 e transcorreu de forma pacífica em todo o
curso. Os manifestantes se concentraram na avenida Paulista, no vão livre do
Masp, de onde caminharam até a República, após ouvirem várias lideranças de
movimentos sociais e sindical.
Boulos avaliou o dia de mobilizações como sinal claro
de que a população está percebendo a importância da adesão aos movimentos
contra a reforma da Previdência, a trabalhista e ao projeto de terceirização
irrestrita aprovado semana passada pela Câmara. "É o caldo de rua da
virada. Isso ficou muito claro no dia 15 e mais ainda no dia de hoje".
O ativista concluiu que "o apogeu dessa
mobilização vai ser a greve geral no dia 28". Entidades organizadas da
sociedade civil, bem como trabalhadores e trabalhadoras não organizados estão
mobilizados contra as reformas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB).
Para que o governo retire de vez as propostas da pauta, centrais sindicais e
movimentos sociais planejam uma greve geral em todo o país, no dia 28 de abril.
"Vamos fazer nossa 'lição de casa', construir um
trabalho de base para um grande dia 28 de abril, mas é claro, vamos nos
mobilizar a todo momento. A forma sorrateira que eles agem ficou claro na
aprovação da terceirização. Então, se esfriar o caldo da rua, eles aproveitam
para votar algo na calada da noite. É importante se manter mobilizado",
completou Boulos.
Na avaliação de Raimundo Bonfim, coordenador geral da
Central de Movimentos Populares (CMP) e da Frente Brasil Popular, a articulação
e mobilização dos movimentos podem provocar o recuo nos ataques aos direitos
trabalhistas e à aposentadoria. " Com o povo nas ruas vamos efetivar a
greve geral, parar a produção, a circulação no país e, impor uma derrota aos
retrocessos em curso."
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo,
Juvandia Moreira, lembrou que hoje "a mobilização da categoria parou 20
centros administrativos, no enfrentamento aos ataques do governo Temer."
O presidente da CUT, Vagner Freitas, engrossou o
discurso contra o presidente e mandou um recado aos deputados. "Temer é um
cachorro morto. Vamos derrubá-lo neste ano ainda. O deputado que votar a favor
das reformas, vamos botar suas caras nos postes, vamos transformar sua vida em
um inferno. Quem votar contra os trabalhadores nunca mais vai ser eleito."
Com reportagem de Rodrigo Gomes
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