Durante ataque, ocorrido no Sol Nascente, em Ceilândia, grupo gritava que local não era lugar de “macumbeiros”
Com ascensão de Bolsonaro ao poder o povo brasileiro
está a mercê de preconceitos, intolerâncias e quebra de direitos garantidos
inclusive pela constituição de 88.
É um desmanche civilizatório nunca antes visto em nossa
história.
Os fatos acontecidos na cidade de Ceilândia – DF é
parte integrante deste quadro caótico que o país atravessa.
O povo resiste!
Veja
matéria de MIRELLE PINHEIRO no Jornal Metrópoles:
Homens
armados com foice e facão invadem terreiro no DF
A Polícia Civil investiga um ataque que ocorreu a um
terreiro localizado no assentamento Santarém, no Trecho 3 do Sol Nascente, em
Ceilândia. De acordo com as vítimas, o lugar foi invadido por oito homens perto
das 7h desta quarta-feira (1ª/05/2019). Eles estavam armados com foice e facão.
Durante a investida, o grupo gritava que o espaço não
era lugar de “macumbeiros” e que eles teriam de sair com “as próprias pernas”,
contou a advogada dos religiosos, Patrícia Zapponi.
“Essas pessoas querem a desocupação da terra. Há mais de seis anos estamos lutando contra o preconceito até mesmo de agentes públicos para conseguir a regularização do local. O terreiro foi inaugurado em 2013, antes de as habitações irregulares serem erguidas na região”, destacou a advogada Patrícia Zapponi.
A ocorrência foi registrada
na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O) como esbulho possessório — quando alguém
perde a posse de um bem em razão da ação de outra pessoa — e intolerância
religiosa. Os criminosos foram identificados e conduzidos à
delegacia. No momento da invasão, estavam no templo religioso a zeladora
Lindinalva Santiago, seus sete filhos pequenos, Maria dos Santos, de 79 anos, e
o pai de santo Willian Francisco. Todos pertencem ao terreiro Ile Axé Ode
Ibualama.
“Moro lá há seis anos e esta é a terceira vez que somos
atacados. Estava dormindo e acordei com o barulho. Ficamos em pânico. As
crianças ficaram apavoradas. Só restou indignação e medo”, relatou Lindinalva
da Silva santiago, 35 anos.
As testemunhas contam que os invasores romperam a cerca
do lote. “Essas pessoas querem a desocupação da terra. Há mais de seis anos
estamos lutando contra o preconceito até mesmo de agentes públicos para
conseguir a regularização do local. O terreiro foi inaugurado em 2013, antes de
as habitações irregulares serem erguidas na região”, destacou a advogada
Patrícia Zapponi Ao Metrópoles, pai Willian Francisco disse
que saiu correndo para chamar a Polícia Militar e, quando voltou, os invasores
já estavam montando barracas no lote.
“Eu tirei a minha mãe da casa enquanto a Lindinalva
ficou trancada no quarto. Foi um terror. Eles nos xingavam, diziam que teríamos
que sair de lá com nossas próprias pernas. A nossa casa é uma dos mais antigas
do Sol Nascente. Recebemos cerca de 80 pessoas por semana”, disse.
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