Presidente
nacional do PSB, Carlos Siqueira, acusa dirigentes locais de fraude. Foto: PSB,
Divulgação
Por Upiara Boschi - NSC
O PSB de Santa Catarina está sob intervenção. Acusando
dirigentes estaduais de fraudarem os registros de filiação para que os
deputados estaduais Bruno Souza e Nazareno Martins pudessem deixar a sigla sem
perder os mandatos, PSB decidiu suspender liminarmente o diretório estadual da
sigla. A decisão é assinada pelo presidente nacional Carlos Siqueira. O gesto
encerra de vez a saída por acordo do grupo ligado ao ex-deputado federal Paulo
Bornhausen, desfiliado no início de abril.
Na época, Bornhausen e Siqueira haviam acertado que o
diretório estadual do PSB, sob a presidência de Ronaldo Freire, faria sua
própria dissolução até o final de abril. A questão dos mandatos dos deputados
estaduais Bruno Souza, Nazareno Martins e Laércio Schuster e do deputado
federal Rodrigo Coelho seria discutida pontualmente. Na segunda-feira, 29 de
abril, o PSB nacional apresentou pedido no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC)
requisitado os mandatos de Bruno e Nazareno, que estariam já desfiliados da sigla
sem justa causa ou comunicação prévia.
No texto que embasa a suspensão do diretório estadual,
Siqueira alega que o período de transição do comando da sigla estaria sendo
usado para “fraudar o período de desfiliação dos dois deputados estaduais” e com
isso “impedir o partido de buscar os mandatos (que pertencem ao partido) na
Justiça Eleitoral”. No TRE-SC havia registro de desfiliação de Bruno no dia 5
de fevereiro e de Nazareno no dia 11 de fevereiro.
Com a suspensão, a direção nacional deve definir nos
próximos dias uma comissão provisória para tocar o partido no Estado. O nome
mais cotado é do do ex-vereador florianopolitano e ex-suplente de senador Adir
Gentil, ligado ao empresário e ex-prefeito de Palmas (TO) Carlos Amashta. A
comissão deve contar com nomes do PSB-SC que não querer seguir o novo destino
partidário do grupo de Paulo Bornhausen.
Gentil reforça as palavras de Siqueira e diz que nunca
houve acordo para que os deputados eleitos pela sigla pudesse sair sem perda de
mandato. Acrescenta que o PSB não mudou e nem criou constrangimentos ao
deputados.
- Eles estão saindo por conveniência política, não
porque o partido está indo para a esquerda ou para a direita. O partido não
mudou absolutamente nada. Não mudou estatuto, não mudou diretrizes, não mudou
nada.
Procurado pela coluna, Ronaldo Freire disse que ainda
não havia sido notificado da decisão nacional e que aguarda por ela para
avaliar os próximos passos.
- É o estilo do Siqueira. Não ouve ninguém. Foi assim
com o Buligon - disse, lembrando a expulsão sumária do prefeito chapecoense
Luciano Buligon em setembro do ano passado após declaração de apoio a Jair
Bolsonaro (PSL.
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