sexta-feira, 3 de maio de 2019

PSB nacional destitui diretório de SC e acusa lideranças locais de fraudar desfiliações

Presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, acusa dirigentes locais de fraude. Foto: PSB, Divulgação

Por Upiara Boschi - NSC

O PSB de Santa Catarina está sob intervenção. Acusando dirigentes estaduais de fraudarem os registros de filiação para que os deputados estaduais Bruno Souza e Nazareno Martins pudessem deixar a sigla sem perder os mandatos, PSB decidiu suspender liminarmente o diretório estadual da sigla. A decisão é assinada pelo presidente nacional Carlos Siqueira. O gesto encerra de vez a saída por acordo do grupo ligado ao ex-deputado federal Paulo Bornhausen, desfiliado no início de abril.

Na época, Bornhausen e Siqueira haviam acertado que o diretório estadual do PSB, sob a presidência de Ronaldo Freire, faria sua própria dissolução até o final de abril. A questão dos mandatos dos deputados estaduais Bruno Souza, Nazareno Martins e Laércio Schuster e do deputado federal Rodrigo Coelho seria discutida pontualmente. Na segunda-feira, 29 de abril, o PSB nacional apresentou pedido no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SC) requisitado os mandatos de Bruno e Nazareno, que estariam já desfiliados da sigla sem justa causa ou comunicação prévia.

No texto que embasa a suspensão do diretório estadual, Siqueira alega que o período de transição do comando da sigla estaria sendo usado para “fraudar o período de desfiliação dos dois deputados estaduais” e com isso “impedir o partido de buscar os mandatos (que pertencem ao partido) na Justiça Eleitoral”. No TRE-SC havia registro de desfiliação de Bruno no dia 5 de fevereiro e de Nazareno no dia 11 de fevereiro.

Com a suspensão, a direção nacional deve definir nos próximos dias uma comissão provisória para tocar o partido no Estado. O nome mais cotado é do do ex-vereador florianopolitano e ex-suplente de senador Adir Gentil, ligado ao empresário e ex-prefeito de Palmas (TO) Carlos Amashta. A comissão deve contar com nomes do PSB-SC que não querer seguir o novo destino partidário do grupo de Paulo Bornhausen.

Gentil reforça as palavras de Siqueira e diz que nunca houve acordo para que os deputados eleitos pela sigla pudesse sair sem perda de mandato. Acrescenta que o PSB não mudou e nem criou constrangimentos ao deputados.
- Eles estão saindo por conveniência política, não porque o partido está indo para a esquerda ou para a direita. O partido não mudou absolutamente nada. Não mudou estatuto, não mudou diretrizes, não mudou nada.

Procurado pela coluna, Ronaldo Freire disse que ainda não havia sido notificado da decisão nacional e que aguarda por ela para avaliar os próximos passos.

- É o estilo do Siqueira. Não ouve ninguém. Foi assim com o Buligon - disse, lembrando a expulsão sumária do prefeito chapecoense Luciano Buligon em setembro do ano passado após declaração de apoio a Jair Bolsonaro (PSL.

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