Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil - Brasília
O governo federal autorizou o uso de forças federais de
segurança para liberar as estradas bloqueadas pelos caminhoneiros caso as
estradas não sejam desbloqueadas pelo movimento. O anúncio foi feito há pouco
pelo presidente Michel Temer, em pronunciamento no Palácio do Planalto. A
decisão foi tomada após reunião no Gabinete de Segurança Institucional (GSI),
que contou com a participação de ministros e do presidente.
"Quero anunciar um plano de segurança imeadiato
para acionar as forças federais de segurança para desbloquear as estradas e
estou solicitando aos governadores que façam o mesmo. Não vamos permitir que a
população fiquem sem os gêneros de primeira necessidade, que os hospitais
fiquem sem insumos para salvar vidas e crianças fiquem sem escolas. Quem
bloqueia estradas de maneira radical será responsabilizado. O governo teve a
coragem de dialogar, agora terá coragem de usar sua autoridade em defesa do
povo brasileiro."
Ontem (24), os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil),
Eduardo Guardia (Fazenda) e Carlos Marun (Secretaria de Governo) anunciaram
acordo para suspensão dos protestos da categoria por 15 dias, quando as partes
voltarão a se reunir.
Hoje (25), no entanto, a Polícia Rodoviária Federal
(PRF) informou que ainda não registra desmobilização de pontos de manifestação
de caminhoneiros nas rodovias do país. O ministro Eliseu Padilha disse também
nesta sexta-feira que o governo confia no cumprimento do acordo firmado ontem
com as lideranças do movimento.
A decisão de suspender a paralisação, porém, não é
unânime. Das 11 entidades do setor de transporte, em sua maioria caminhoneiros,
que participaram do encontro, duas delas, a União Nacional dos Caminhoneiros
(Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa
700 mil trabalhadores, recusaram a proposta.
Hoje a Abcam divulgou nota na qual afirma que, ao
contrário de outras entidades, "que se dizem representantes da categoria,
a Abcam, não trairá os caminhoneiros". "Continuaremos firmes com
pedido inicial: isenção da alíquota PIS/Cofins sobre o diesel, publicada no
Diário Oficial da União", diz o texto.
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