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encíclica ecológica ‘Laudato Si’, de 2015 manifestava a oposição da Igreja à
“tendência para se privatizar” a gestão da água, como se esta fosse uma
“mercadoria sujeita às leis do mercado”.
Francisco pede respeito por bem que «é de
todos»
Cidade do Vaticano, 22 mar 2017 (Ecclesia) – O Papa
associou-se hoje no Vaticano à celebração do Dia Mundial da Água, apelando ao
respeito por um bem que é “de todos”.
“Precisamente hoje, celebra-se o Dia Mundial da Água,
instituída há 25 anos pelas Nações Unidas, enquanto ontem decorria o Dia
Mundial das Florestas”, recordou.
Francisco falava durante a audiência pública semanal,
na Praça de São Pedro, tendo saudado os participantes num congresso sobre a
gestão de recursos hídricos, que decorre por iniciativa do Conselho Pontifício
da Cultura (Santa Sé) e do Capítulo Argentino do Club de Roma.
O Papa saudou este encontro de várias instituições para
“sensibilizar para a necessidade de tutelar a água como bem de todos”,
valorizando os seus significados “culturais e religiosos”.
A 24 de fevereiro, o Papa Francisco alertou no Vaticano
para a possibilidade de uma “guerra mundial” por causa dos recursos hídricos e
disse que a água é um direito “vital” de cada pessoa.
“Pergunto-me se nesta terceira guerra aos bocados
estaremos a caminho da grande guerra mundial pela água”, assinalou, num
encontro dedicado ao ‘direito humano à água’, na Academia Pontifícia das
Ciências (Santa Sé).
Francisco recordou dados da ONU que não deviam deixar
ninguém “indiferente”: “Mil crianças morrem todos os dias - mil, todos os dias
- por causa de doenças ligadas à água, milhões de pessoas consomem água
contaminada”.
A encíclica ecológica ‘Laudato Si’, de 2015, dedica um
ponto específico à “questão da água”, no qual o Papa recorda que “a pobreza da
água pública” se verifica especialmente na África, onde “grandes sectores da
população não têm acesso a água potável segura”.
“Um problema particularmente sério é o da qualidade da
água disponível para os pobres, que diariamente ceifa muitas vidas”, alertava
Francisco.
A encíclica manifestava a oposição da Igreja à
“tendência para se privatizar” a gestão da água, como se esta fosse uma
“mercadoria sujeita às leis do mercado”.
“Na realidade, o acesso à água potável e segura é um
direito humano essencial, fundamental e universal, porque determina a
sobrevivência das pessoas e, portanto, é condição para o exercício dos outros
direitos humanos”, escreve.
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