A CPI da Pandemia decidiu
convocar a depor pela
terceira vez o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Um dos motivos foi
a informação divulgada pela
rádio CBN de que o presidente Jair Bolsonaro pressionou o Ministério da Saúde
para que fosse tirada de pauta a análise de um relatório da Comissão Nacional
de Incorporação de Tecnologias (Conitec) no SUS que condenava o uso de
cloroquina e de outros tratamentos ineficazes. Além disso, Queiroga não cumpriu
o prazo de 48 horas para
responder a uma série de perguntas da comissão. (g1)
Indicado por Queiroga,
o coordenador da Conitec, o pneumologista Carlos Carvalho negou ingerência
política e disse que foi dele a decisão de tirar o relatório da pauta. Segundo
ele, pesquisas feitas em setembro não haviam entrado no documento, embora a
ineficácia de remédios como a cloroquina contra a covid-19 já esteja
estabelecida desde o ano passado. (Estadão)
A quinta-feira na
CPI da Pandemia foi marcada por um dos mais estarrecedores depoimentos
até o momento. O advogado Tadeu Frederico de Andrade, de 65 anos, disse aos
deputados que após 30 dias internado na UTI de um hospital da Prevent Senior, a
médica Daniela de Aguiar Moreira da Silva quis removê-lo para um leito híbrido
com tratamento paliativo, já que sua morte aconteceria “em poucos dias”. Além
disso, disse ele, havia a orientação para que, em caso de parada cardíaca, ele
não fosse reanimado. A família não aceitou e contratou um médico particular
para fiscalizar o atendimento ao advogado. O médico Walter Correa de Souza
Neto, ex-funcionário da Prevent, confirmou as denúncias de
pressões e chantagens para prescrição do “kit covid”. O relator da Comissão,
Renan Calheiros (MDB-AL) disse que a empresa adotou uma
prática “nazista e criminosa”. (Metrópoles)
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O ministro da Economia,
Paulo Guedes, tem apanhado muito desde a revelação de que possui uma empresa
offshore num paraíso
fiscal. E boa parte dessa saraivada é fogo
amigo. Colegas de governo e aliados de Jair Bolsonaro têm pressionado o
presidente a fritar o outrora superministro. Guedes, dizem fontes, nunca esteve
tão isolado. (Folha)
Mas não são as pancadas dos colegas que o incomodam. Como conta Guilherme Amado, Guedes se sente abandonado por Bolsonaro, que vem mantendo, ao menos em público, silêncio ensurdecedor sobre a crise de seu Posto Ipiranga. (Metrópoles)
Bruno Boghossian: “Políticos
governistas mantêm apoio à reeleição de
Bolsonaro porque acreditam numa recuperação de popularidade até o ano que vem,
mas não topam encarar uma campanha que aponte para a continuidade da agenda de
Guedes. A revelação de uma empresa num paraíso fiscal foi só um pretexto do
Centrão para fragilizar ainda mais o ministro. É a política que vai obrigar
Bolsonaro a rifar seu ‘posto Ipiranga’ — agora ou em 2022.” (Folha)
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Coluna do Estadão: “Tucanos torceram o
bico para a chegada de Joice Hasselmann ao PSDB e lembraram declarações dela
sobre Bruno Covas (‘uma nulidade que não gosta de trabalhar’). Tomás Covas,
filho do prefeito morto em maio, chamou a chegada de Joice de ‘vergonha’.”
(Estadão)
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Meio em vídeo. O próximo
presidente, seja quem for, terá metade do país o odiando. E a principal causa
está nos algoritmos que incentivam uma conversa baseada em ódio. Ele terá
na economia, na educação, na saúde, no meio ambiente uma penca de problemas
imensos. Mais do que nunca, é preciso um líder capaz de fazer discursos de
união — não de divisão. Confira o Ponto
de Partida. (YouTube)
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O ministro do STF Alexandre
Moraes deu prazo de 30
dias para que a Polícia Federal tome presencialmente o depoimento de
Jair Bolsonaro sobre suposta ingerência política deste na corporação. Dentro
desse prazo, o presidente pode marcar a data e a hora para depor. (g1)
Enquanto isso... A
Procuradoria Geral da República recomendou a condenação do
deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) por ameaças a ministros do STF e às
instituições democráticas. Ele foi preso em fevereiro após publicar um vídeo
defendendo a volta do AI-5. (Poder360).
Dois jornalistas, a filipina Maria Ressa e o russo Dmitry Muratov, vão dividir o Nobel da Paz de 2021 por seus esforços em defesa da liberdade de imprensa e da democracia em seus países. Ressa fundou em 2012 e dirige até hoje o Rappler, uma rede de jornalistas investigativos que é uma das mais expressivas resistências ao presidente filipino Rodrigo Duterte, um prócer das “democracias iliberais”. Já Muratov luta há décadas pela democracia na Rússia. O jornal Novaja Gazeta, que fundou em 1993, é uma das maiores trincheiras pela liberdade de imprensa e a defesa dos direitos humanos no país de Putin. Ao menos seis de seus profissionais já foram assassinados. Segundo a Academia Sueca, Ressa e Muratov “representam todos os jornalistas que se erguem por esse ideal num mundo onde a democracia e a liberdade de imprensa encaram condições cada vez mais adversas”. (Twitter)
E difícil —
assim como é delicado — este debate sobre ameaça à democracia, liberdade de
expressão e de imprensa nos tempos digitais. O assunto foi tema de uma Edição
de Sábado do Meio, contando a história de como estes princípios se
estabeleceram nas democracias. O conteúdo está
aberto.
Conteúdo
Canal Meio
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