quinta-feira, 24 de outubro de 2019

TSE denuncia quatro empresas por disparos no Whatsapp nas eleições de 2018

O conteúdo das mensagens disparadas eram de fake news contra o candidato Fernando Haddad, principal adversário de Bolsonaro.

Por RBA

A Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral recebeu de seis operadoras de telefonia informações sobre quatro empresas que teriam sido contratadas, durante a campanha eleitoral de 2018, para disparar mensagens em massa pelo Whatsapp contra o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT). De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as empresas denunciadas – juntamente com seus respectivos sócios – foram Quick Mobile Desenvolvimento e Serviços, Yacows Desenvolvimento de Software, Croc Services Soluções de Informática e SMSMarket Soluções Inteligentes.

O próprio WhatsApp admitiu neste mês que a eleição brasileira de 2018 teve uso de envios de mensagens em massa a partir de  sistemas automatizados em escala industrial. A informação foi dada pelo gerente de políticas públicas e eleições globais do aplicativo.

No ano passado, o jornal Folha de S.Paulo revelou a contratação durante a campanha eleitoral de empresas de marketing que faziam envios em massa de mensagens políticas, usando de forma fraudulenta CPFs de idosos e até contratando agências estrangeiras. O conteúdo das mensagens disparadas eram de fake news contra o candidato Haddad, principal adversário de Bolsonaro.

Já neste ano, o espanhol Luis Novoa, dono da Enviawhatsapps, confirmou que empresários brasileiros contrataram sua agência para fazer disparos de mensagens em massa, pelo Whatsapp, em favor do então candidato Bolsonaro durante a campanha de 2018. Em gravação obtida também pelo jornal Folha de S.Paulo, Novoa afirma que só foi perceber o uso político do contrato quando algumas linhas telefônicas utilizadas passaram a ser cortadas pelo aplicativo de mensagens.

À época, cada contrato de “pacote de mensagens” podia custar até R$ 12 milhões. A rede de lojas Havan, de Luciano Hang, estaria entre as empresas envolvidas no escândalo, que ficou conhecido como “caixa 2 do Bolsonaro”. A legislação eleitoral brasileira proíbe empresários de fazer doações para campanhas políticas.

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