O conteúdo das mensagens
disparadas eram de fake news contra o candidato Fernando Haddad, principal
adversário de Bolsonaro.
Por RBA
A Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral recebeu de
seis operadoras de telefonia informações sobre quatro empresas que teriam sido
contratadas, durante a campanha eleitoral de 2018, para disparar mensagens em
massa pelo Whatsapp contra o candidato à Presidência Fernando Haddad (PT). De
acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as empresas denunciadas –
juntamente com seus respectivos sócios – foram Quick Mobile Desenvolvimento e
Serviços, Yacows Desenvolvimento de Software, Croc Services Soluções de Informática
e SMSMarket Soluções Inteligentes.
O próprio WhatsApp admitiu neste mês que a eleição brasileira de
2018 teve uso de envios de mensagens em massa a partir de sistemas
automatizados em escala industrial. A informação foi dada pelo gerente de políticas públicas
e eleições globais do aplicativo.
No
ano passado, o jornal Folha de S.Paulo revelou a
contratação durante a campanha eleitoral de empresas de marketing que faziam
envios em massa de mensagens políticas, usando de forma fraudulenta CPFs
de idosos e até contratando agências estrangeiras. O conteúdo das mensagens disparadas eram de fake news contra
o candidato Haddad, principal adversário de Bolsonaro.
Já neste ano, o espanhol Luis Novoa, dono da Enviawhatsapps,
confirmou que empresários brasileiros contrataram sua agência para
fazer disparos de mensagens em massa, pelo Whatsapp, em favor do então
candidato Bolsonaro durante a campanha de 2018. Em gravação obtida também pelo
jornal Folha de S.Paulo, Novoa afirma que só foi perceber o
uso político do contrato quando algumas linhas telefônicas utilizadas passaram
a ser cortadas pelo aplicativo de mensagens.
À época, cada contrato de “pacote de mensagens”
podia custar até R$ 12 milhões. A rede de lojas Havan, de Luciano Hang, estaria entre as
empresas envolvidas no escândalo, que ficou conhecido como “caixa 2 do Bolsonaro”. A legislação eleitoral
brasileira proíbe empresários de fazer doações para campanhas
políticas.
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