A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) realizou uma
assembleia e decretou greve geral, além da suspensão do vestibular e total
rejeição ao Future-se, projeto do govern federal que precariza o ensino
superior público. O temor no governo é que o movimento se alastre e tome conta
de toda a estrutura federal de ensino superior.]
Confira o relato das
atividades, publicado no Facebook
dos Jornalistas Livres
ASSEMBLEIA UNIFICADA DA UFSC
APROVA GREVE GERAL, SUSPENSÃO DO VESTIBULAR E REJEIÇÃO INTEGRAL AO FUTURE-SE
Cerca de
cinco mil pessoas, entre professoras/es, estudantes e técnicos, participaram da
assembleia unificada da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na noite
desta segunda-feira (2), no auditório Garapuvu, em Florianópolis. Além de
superlotar o maior auditório da universidade, participantes da assembleia
também ocuparam o lado de fora do Centro de Cultura e Eventos da UFSC.
Parte do
calendários de luta, que foi estabelecido através da pressão dos estudantes
frente ao bloqueio de recursos à universidade, a assembleia deliberou rejeição
integral ao projeto Future-se do Governo Federal, apoio à ocupação na
Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) contra o interventor que foi
admitido de forma arbitrária pelo Governo Federal, carta de exigência de
readmissão dos funcionários terceirizados demitidos pela UFSC desde o início do
ano, suspensão do vestibular 2020 até a liberação dos recursos cortados, adesão
à mobilização nacional “Grito dos excluídos”, chamada pela UNE em 7 de
setembro, formação de um Comitê para mobilizar a comunidade externa em defesa
da UFSC e proposta de greve geral com todas as instituições educacionais.
Para esta
terça-feira (3) está prevista uma reunião do Conselho Universitário (CUN), no
mesmo auditório, que através da pressão estudantil ocorrerá em sessão aberta
para deliberar sobre o Future-se. A comunidade universitária se posicionou
contra o projeto Future-se na íntegra, pois havia possibilidade de um
"projeto alternativo", proposto pela reitoria. O reitor Ubaldo Cesar
Balthazar, que estava na composição da mesa, se posicionou em apoio à ocupação
contra o interventor admitido de forma arbitrária na UFFS.
Cerca de 30
pessoas fizeram intervenções para debates e encaminhamentos à universidade.
Todas as medidas foram aprovadas por maioria. A suspensão do vestibular foi o
ponto mais delicado da pauta: não houve consenso e a votação ocorreu sob
tensão. Ao fim, a maioria optou por suspender o vestibular caso não haja
melhorias das condições institucionais. A UFSC, porém, se manifestou por meio
das redes sociais informando que o vestibular 2020 está confirmado. “O
vestibular é ato administrativo regular, regido pelo Conselho Universitário”.
A greve
geral dos setores da UFSC está prevista para iniciar em 10 de setembro, até
quando as bases e categorias devem construir a adesão. O movimento estudantil
está articulado em várias frentes como o UFSC contra o Future-se, além disso
foram criadas comissões como o UFSC na Praça e o grupo de trabalho de
mobilização para a greve.
Além no
corte nas bolsas de estudo, entre os retrocessos com o bloqueio de verbas está
o cancelamento das atividades do restaurante universitário que deve funcionar
somente até o dia 15 de setembro. Depois desta data, o acesso será possível
somente para estudantes de baixa renda.
“O que mais
ouvimos na assembleia é que é necessária uma radicalização do movimento
estudantil, não só para conter o Future-se, mas para que todos esses
retrocessos sejam desfeitos”, relatou a doutoranda em antropologia Cauane Maia.
“Havia
muita gente, o dobro da capacidade do auditório, também havia muitas pessoas do
lado de fora. Foi colocado telão e quem estava do lado de fora teve poder de
voto. A assembleia foi gigante, a maior que já presenciei desde 2010. Pelos
relatos de colegas também foi uma assembleia muito grande”, afirmou Maia.
Fonte
Brasil 247
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