Documentos
e áudios inéditos mostram plano de Bolsonaro para povoar Amazônia contra
chineses, ONGs e Igreja Católica. Paranoia com invasões,
indígenas, quilombolas e ambientalistas alimenta proposta para ocupar uma das
partes mais preservadas da Amazônia no Pará. Na foto, o desmatamento na terra
indígena Menkragnoti, em Altamira, em agosto passado. Foto: João Laet/AFP/Getty
Images.
Por Tatiana Dias – The Intercepty Brasil
O governo de Jair Bolsonaro está discutindo, desde
fevereiro, o maior plano de ocupação e desenvolvimento da Amazônia desde a
ditadura militar. Gestado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos, com
coordenação de um coronel reformado, o projeto Barão de Rio Branco retoma o
antigo sonho militar de povoar a Amazônia, com o pretexto de desenvolver a
região e proteger a fronteira norte do país.
Documentos inéditos obtidos pelo Intercept detalham
o plano, que prevê o incentivo a grandes empreendimentos que atraiam população
não indígena de outras partes do país para se estabelecer na Amazônia e
aumentar a participação da região norte no Produto Interno Bruto do país. A
revelação surge no momento em que o governo está envolvido numa crise
diplomática e política por conta do aumento do desmatamento no Brasil. Bolsonaro se
comprometeu a proteger a floresta em pronunciamento em cadeia nacional de
televisão, mas o projeto mostra que a prioridade é outra: explorar as riquezas,
fazer grandes obras e atrair novos habitantes para a Amazônia.
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