As entidades públicas
poderão recorrer da decisão em um prazo de 30 dias.
Por Notisul
Em maio passado, gestores
de diversas cidades da Associação dos Municípios da Região de Laguna (Amurel),
a ONG Montanha Viva, Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública da
União (DPU) e Ibama apresentaram embargos contra a instalação da Indústria de Fosfatados
Catarinense (IFC), em Anitápolis. A preocupação com a acomodação da empresa que
pretende extrair fosfato em Santa Catarina é discutida por muitos pesquisadores
e ambientalistas. Caso seja instalada, ela servirá para a extração da
matéria-prima e transformá-la em fertilizante, será necessário desmatar na Mata
Atlântica uma grande quantidade de hectares. Além disso, ainda existem estudos
que apontam que a saúde da população e a agricultura podem ser prejudicadas com
esta atividade.
Com a decisão, abre-se um
prazo de mais 30 dias para que os entes públicos possam recorrer do que foi
decidido pelo TRF4. No entanto, a expectativa é que os representantes possam
apresentarem as suas defesas com mais celeridade não deixando para o último dia
do prazo.
A IFC pleiteia a
exploração de uma mina de fosfato, durante 33 anos, em uma área de 360 hectares
em meio a um bioma da Mata Atlântica, às margens do Rio dos Pinheiros, em
Anitápolis. O manancial é parte da bacia hidrográfica do Rio Braço do Norte e,
consequentemente, impacta sobre a bacia hidrográfica do Rio Tubarão e do
complexo lagunar.
O processo de implantação
da IFC foi efetivado em 2005, conforme o projeto de 2,5 mil páginas, da área
total do empreendimento, apenas 15% seria explorado. Além do grande impacto ambiental, gerado pela
mineração, outra preocupação da região é quanto às barragens. A estrutura
formada por paredões de 56 metros de altura e 300 metros de base ocuparão u
grupo ma área de 64 hectares. O receio é que haja concentração de resíduos
tóxicos e o envio de materiais aos rios da região.
Conforme apontados nos
estudos ambientais a Vale tem o intuito de construir duas barragens acima do
rio Pinheiros. Cada uma terá 85 metros de altura, para conter rejeitos do
ácido. Segundo o advogado da ONG Montanha Viva, Eduardo Bastos, contrário a
instalação da mineradora, a reserva de fosfato de Anitápolis desperta interesse
de empresas desde 1976, porém, para que a exploração ocorra, será necessária a
construção de uma barragem no Rio Pinheiros, gerando uma série de
consequências, entre elas supressão de 1000 hectares de mata, o risco
permanente de rompimento de uma barragem, além de comprometer os 21 municípios
da bacia hidrográfica de Tubarão.
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