Passaporte, microchip de identificação e imposto anual são
apenas alguns dos requisitos para ter um cachorro em casa na Alemanha. Série de
regras impede a existência de cães de rua.
Por DW – Coluna Alemanices
Uma educação impecável, obediência ao usar o transporte
público e nenhum latido de reclamação. Na Alemanha, os cachorros têm um
comportamento exemplar. Se encontrá-los na rua, nunca estarão sem seus donos.
Eles são bem-vindos em bares, restaurantes, trens e ônibus.
Cães de rua simplesmente não existem, devido a uma série de
regras rígidas para controlar o número de animais de estimação no país. Uma
lista do que é preciso saber antes de trazer para casa o seu melhor amigo-cão:
Imposto do cão
Além de ter gastos com veterinário e ração, os donos devem
pagar o imposto do cão (Hundesteuer), cobrado por mais de 10 mil municípios
alemães. É uma estratégia adotada como forma de controlar o número de cães no
país.
Todo cachorro na Alemanha possui um registro na prefeitura da
cidade onde os donos moram. Os preços variam de acordo com a cidade e, em
alguns casos, a raça do cão. Eventualmente, é necessário contratar um seguro
para cobrir danos que possam ser causados pelo cão. Pessoas com deficiências
físicas que precisam de cães-guia são isentas da cobrança.
Em Mainz, ter um cão custa pouco mais do que 185 euros ao
ano. Já em Windorf, na Baviera, o imposto não é cobrado. O imposto arrecadado é
usado para serviços gerais da prefeitura, como construção de creches e renovação
de prédios municipais. Em 2014, os municípios alemães arrecadaram 309 milhões
de euros com o Hundesteuer.
Adestramento
Dependendo da raça, alguns cães precisam passar por aulas de
etiqueta. Escolas de cães (Hundeschule) oferecem todo o treinamento necessário.
O principal comando é o "sentar-se”. Quando entram no transporte público,
os cães se acomodam ao lado do dono e permanecem quietinhos até chegar ao
destino.
Passaporte
Desde 2004, é obrigatório que os cães tenham um passaporte
para viagens dentro e fora da União Europeia (UE). O documento emitido pela UE
traz informações sobre todas as vacinas tomadas pelo cão, o país de origem e o
número de identificação do microchip implantado. A emissão do passaporte
(EU-Reisepass für Heimtiere) custa cerca de 20 euros e também vale para gatos e
o furão doméstico.
Chip implantado
Todos os cães possuem um chip implantando no corpo com um
número de identificação. Pode ser nos ombros ou nas costas. O número também é
registrado na coleira, que traz o símbolo da prefeitura.
Compra ou adoção
Caso o cão venha de outro país é preciso passar por todos os
exames para garantir que o cão tem boa saúde e adquirir todos os documentos
necessários. Os cachorros podem ser comprados de criadores de animais ou por
anúncios na internet.
Outra opção é adotar. Os abrigos (Tierheime) oferecem todo o cuidado
a cães abandonados que vêm, principalmente, do leste europeu. Voluntários se
oferecem para fazer passeios regulares com os cães para que eles não fiquem
sempre trancados no abrigo.
Para a adoção, o futuro dono precisa provar que tem boas
condições para oferecer ao cão, como uma boa moradia.
Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina
Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se
acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África tem prêmios jornalísticos na área
de sustentabilidade e é mestre em Direitos Humanos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário