A procuradora-geral da República quer assumir o caso Marielle
e tirar da Justiça do Rio de Janeiro (Foto: Esmael Moraes)
Da Revista
Fórum no Sul21
Procuradora-Geral
da República, Rachel Dodge afirmou ver indícios de que o assassinato da
vereadora Marielle Franco, ocorrido em março do ano passado, teve o conselheiro
do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE/RJ) Domingo Brazão como
mandante. Ela aponta ainda que Brazão pode ter usado seu cargo público para
atrapalhar a investigação.
Em pedido
sigiloso enviado por Dodge ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a PGR
solicita acesso ao inquérito da Polícia Federal sobre a obstrução das
investigações de Marielle com o objetivo de “apurar a existência de indícios de
autoria intelectual do homicídio da vereadora Marielle Franco” por parte de
Brazão.
O
conselheiro, que atuou como deputado estadual de 2002 a 2015 pelo MDB, possui
foro privilegiado devido ao cargo público, e uma investigação contra ele só
poderia ser conduzida no âmbito federal. Se os indícios da participação de
Brazão no crime se confirmaram, como prevê Dodge, a investigação sai da Justiça
Estadual e vai para as mãos da Polícia Federal e da PGR.
A
procuradora, que teve a solicitação aprovada pelo ministro do STJ, Raúl Araújo,
argumenta ainda que a “autoridade com prerrogativa de foro perante este
tribunal (art. 105-1-a da Constituição), o qual, valendo-se do seu cargo
público, também teria utilizado de pessoa e da estrutura de seu gabinete para
interferir no rumo das investigações iniciais do duplo homicídio”.
A 28ª Vara
Criminal do Rio havia se negado a fornecer as informações à PGR, em julho, mas
agora está obrigada a fazê-lo por determinação do STJ.
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