Advogado-geral da União, André Mendonça – Fabio Rodrigues
Pozzebom/Agência Brasil
Por Andre
Richter - Reporter da Agencia Brasil
A Advocacia-Geral
da União (AGU) decidiu proibir advogados públicos de participar de atividades
privadas de resolução de conflitos paralelamente ao exercício dos cargos no
serviço público. Com a medida, publicada na semana passada, os membros da AGU
estão proibidos de atuar em causas particulares de arbitragem, mediação,
conciliação e compliance.
A medida
foi assinada no dia 30 de agosto pelo advogado-geral da União, André Mendonça,
e reconhece que as atividades privadas são incompatíveis com o serviço público.
As regras valem para as carreiras jurídicas da AGU, da procuradoria-geral
federal e procuradoria-geral do Banco Central. Conforme a Orientação Normativa
57, os servidores que realizam os serviços particulares terão prazo de 60 dias
para interromperem as atividades privadas.
O
advogado-geral seguiu um parecer elaborado pela Corregedoria Geral da União a
favor da proibição. De acordo com o parecer, exercer atividades privadas estando
no cargo público é ilegal.
“Entende-se
que a prática de tais atividades é incompatível com o exercício das funções de
advogados públicos federais, tendo em vista a grande possibilidade de
interferência imprópria na prestação do serviço público prestado pela AGU, a
possível utilização de informações privilegiadas obtidas no âmbito da
Instituição e, especialmente, pela natureza intrinsecamente correlata da
advocacia pública e das atividades ligadas à arbitragem, mediação, conciliação,
negociação e compliance”, diz o parecer.
A análise
do caso começou em 2016, quando 11 advogados da AGU pediram autorização ao
conselho de ética do órgão para atuarem em atividades privadas de mediação e
arbitragem. Em 2017, o conselho autorizou o trabalho com restrições, desde que
as proibições fossem cumpridas, como resguardo de informações sigilosas,
cumprimento da jornada de trabalho e do horário de funcionamento do órgão.
Nos anos
seguintes, diante de mais pedidos de autorização, passaram a ocorrer
divergências entre os corregedores do órgão sobre a legalidade da medida. Em
novembro de 2018, a comissão de ética mudou seu posicionamento e proibiu o
exercício dessas atividades aos membros da AGU.
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