O maior jornal do Paraguaí
divulgou à pouco documentos que mostra negociação corrupta entre a empresa
Leros, ligada ao Major Olímpio e a família Bolsonaro e autoridades do Paraguai:
Leros venderia a energia excedente a valor mais alto e racharia o
"lucro". Explica ai Majorolimpio!
Novos documentos detalham negociação entre Paraguai e
grupo brasileiro
Por Janaína Figueiredo do O Globo
Informações publicadas nesta terça-feira pelo jornal
ABC Color do Paraguai afirmam que executivos do grupo brasileiro Léros
realizaram pelo menos duas viagens em aviões privados ao país em abril e junho deste
ano. Em ambas viagens, afirmou o jornal paraguaio, estava presente o empresário
Alexandre Giordano , suplente do senador Major Olímpio (PSL-SP) , e, segundo o
jornal, todos estariam envolvidos numa negociação secreta com a Ande (a
Eletrobras do país) para comprar energia do Paraguai produzida pela
hidrelétrica de Itaipu , algo que está atualmente proibido.
O ex-presidente da Ande Pedro Ferreira, no entanto,
afirma que o Paraguai reivindicava que a ata diplomática assinada em maio com o Brasil —
e cancelada em 1º de agosto pelo governo paraguaio —
incluísse um "ponto 6", pelo qual o país poderia passar a vender
energia diretamente no mercado livre brasileiro. O vice-presidente do país
vizinho, Hugo Velázquez, disse no Congresso que, nessa expectativa, houve um
chamamento a empresas brasileiras interessadas.
O ex-presidente da Ande Pedro Ferreira, no entanto,
afirma que o Paraguai reivindicava que a ata diplomática assinada em maio com o
Brasil — e cancelada em 1º de agosto pelo governo paraguaio — incluísse um
"ponto 6", pelo qual o país poderia passar a vender energia
diretamente no mercado livre brasileiro. O vice-presidente do país vizinho,
Hugo Velázquez, disse no Congresso que, nessa expectativa, houve um chamamento
a empresas brasileiras interessadas.
Segundo documento divulgado pelo ABC, a proposta da Léros,
que confirmou ao GLOBO seu interesse pela energia do Paraguai e sua relação com
Giordano, mas negou qualquer tipo de negociação secreta, foi apresentada em 27
de julho passado. Na carta, o grupo oferece, segundo o ABC, US$ 31,5 por
megawatt/hora. Em caso de vender a energia a um terceiro, diz a carta, seria
por um valor de US$ 35 por megawatt/hora e a metade da diferença em relação ao
valor de US$ 31,5 seria dividida em partes iguais. Ou seja, ambos seriam
beneficiados.
Informações do ABC indicam que houve uma primeira
viagem em 9 de abril passado, num voo particular num avião Embraer 500 Phenom.
O jornal diz que viajaram Giordano, o executivo da Léros Adriano Tadeu
Deguirmendjian Rosa, um advogado chamado Cyro Dias Lage Neto e um quarto
passageiro identificado como Emannuel Silva Nascimento. O avião teria saído de
Foz de Iguaçu e retornado no mesmo dia. Uma segunda viagem, indicou o ABC,
aconteceu em 25 de junho, com os mesmos passageiros.
Desde que veio à tona o escândalo de Itaipu, que quase
provocou o impeachment do presidente Mario Abdo Benitez, circulam no Paraguai
versões sobre uma negociação secreta entre a Ande e o grupo Léros. Essas
versões indicam que a negociação teria ocorrido em paralelo às negociações
entre Brasil e Paraguai para definir novos termos pelo pagamento da energia
produzida por Itaipu.
Foi selada uma ata diplomática em 24 de maio passado
(já que não houve acordo entre os técnicos dos dois países), em Brasília, na
qual o Paraguai aceitava comprar mais energia cara de Itaipu (e menos da
chamada energia excedente, que é mais barata), como pedia o Brasil. Isso levou
a oposição do país a acusar o presidente, seu vice e seu ministro da Fazenda de
traição à pátria e pedir o impeachment. Por falta de votos, o pedido não
prosperou.
Em meio à crise política no Paraguai, a mídia local
divulgou mensagens de WhatsApp entre um advogado que disse ter representado o
vice-presidente Hugo Velázquez nas negociações com o Brasil. Nessas mensagens,
que o advogado enviou ao ex presidente da Ande, Pedro Ferreira, é mencionada
uma negociação com um grupo brasileiro. Em declarações a jornalistas
paraguaios, o advogado disse que Giordano participou de uma reunião em Cidade
do Leste e que nessa reunião se apresentou como senador e disse ser representante
do governo brasileiro.
Ao GLOBO, Giordano confirmou essa viagem ao Paraguai,
mas negou que tenha se apresentado como representante do governo.
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