Decisão final ocorrerá em
abril.
Pescadores artesanais do sul de Santa Catarina estão
preocupados com a notícia de interdição da pesca da tainha para a indústria Pesqueira em 2019, por ultrapassar a cota em mais de 2 mil toneladas.
Alegam que no fim da história as ovelhas que nada fizeram de errado são degoladas. Referem-se à intenção dos órgãos ambientais
e o governo Bolsonaro impedirem a safra da tainha em 2019. Os artesanais estão em alerta.
O
Sintrapesca – Sindicato de Trabalhadores nas Empresas de
Pesca emitem comunicado questionando estudos dos órgãos ambientais que basearam
a possível interdição da pesca da tainha em 2019.
Veja a seguir:
Pesca
da tainha corre o risco de ser impedida
Com informações de SITRAPESCA
A semana começou com um grande impasse no setor
pesqueiro catarinense. As reuniões da Câmara Técnica da Tainha, instituída no
seu Comitê Permanente de Gestão e Uso Sustentável dos Recursos Pelágicos das
Regiões Sudeste e Sul (CPG Pelágicos SE/S) terminaram sem acordo sobre a safra
de 2019.
Órgãos ambientais do governo insistem em cobrar o
limite ultrapassado da cota de 2018 - o que inviabilizaria a safra deste
ano.
Isso porque no ano passado adotou-se o sistema de cotas
de captura para as frotas controladas, sendo 2.221,17 toneladas para frota de
cerco e 1.196,01 toneladas para o emalhe anilhado, totalizando 3.417 toneladas.
Ocorre a pesca industrial ultrapassou este em limite em mais de duas mil
toneladas.
"O controle não foi feito pelos órgãos ambientais de maneira adequada. Sem o controle e a comunicação em tempo real sobre os números de captura, muitos barcos vieram pra terra sem que seus mestres soubessem que o limite havia sido atingido", explica o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Pesca de Santa Catarina (Sitrapesca) Henrique Pereira.
Enquanto os representantes do setor pesqueiro tentam
fazer com que o governo entenda a importância econômica da pesca da tainha para
Santa Catarina e explica as fragilidades de um sistema de controle
ultrapassado, técnicos do Instituto Chico Mendes de Preservação da
Biodiversidade (ICMBio) insistem em cobrar a cota ultrapassada e inviabilizar a
safra da tainha de 2019.
" Vamos seguir lutando, mas esse sistema de cotas
só irá funcionar se for individualizado, por barco, e com coleta de dados em
tempo real como já sugerimos", defende Pereira.
A próxima reunião da Câmara Técnica da Tainha deve
acontecer em Abril, em Brasília.
Anúncio do presidente assunta pescadores
Além dos impasses relativos à tainha, dois anúncios do
presidente Jair Bolsonaro em sua conta no Twitter que demonstram a intenção de
diminuir os esforços da pesca no Brasil, estremeceram o setor industrial.
Acostumado com o descaso do governo federal há anos, os
pescadores temem cada vez mais por sua atividade.
Nos posts publicados durante o final de semana, o presidente revela a intenção de compensar as perdas econômicas do setor pesqueiro, incentivando a pesca esportiva e o turismo de mergulho.
Nos posts publicados durante o final de semana, o presidente revela a intenção de compensar as perdas econômicas do setor pesqueiro, incentivando a pesca esportiva e o turismo de mergulho.
Hoje, apenas nos barcos industriais, a pesca emprega
mais de 6 mil pessoas em Santa Catarina. Diminuir os incentivos ao setor deve
gerar um impacto imensurável à economia catarinense.
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