Ministro
da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez. Foto Agência Brasil.
Por Adriana Vasconcelos - Os Divergentes
A escola sem partido foi uma das bandeiras apresentadas
por Bolsonaro durante a campanha presidencial. O eleitor que votou nele, sabia
exatamente disso. Até aí, tudo certo.
Mas diante da mensagem encaminhada pelo ministro da
Educação, Ricardo Veléz Rodriguez, obrigando as escolas brasileiras a filmar alunos
cantando o hino nacional e lendo mensagem política do governo, que repete
slogan de campanha de Bolsonaro, a tese da escola sem partido quase caiu por
terra.
Os eleitores mais apaixonados de Bolsonaro, assim como
os petistas do passado, saíram em defesa do governo sem qualquer reflexão
crítica. Alguns, inclusive, entraram em cena para ironizar os críticos à ordem
unida do MEC.
“Cantar o hino nacional em escolas não pode! E fumar
maconha e bater em professor pode?”, provocaram alguns defensores do governo
Bolsonaro. A questão não é cantar ou deixar de cantar o hino
nacional em escolas, mas permitir que o slogan da campanha presidencial do PSL,
partido do presidente Bolsonaro, seja defendido e repetido nas escolas.
Quase 24 horas depois da ordem dada, o ministro da
Educação percebeu o erro e retirou o slogan de campanha do texto encaminhado as
escolas.
Ou a escola sem partido vale para todas ideologias ou
não vale para nenhuma. Sem essa igualdade de tratamento, o MEC corre o risco de
perder o discurso e a bandeira de campanha.
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