Tatyane Mendes – Portal Metrópoles
Uma pesquisa lançada na
última semana pelo site Prazerela revelou que apenas 17% das mulheres
brasileiras conseguem gozar durante a penetração. A grande fonte de prazer,
segundo 60% das entrevistadas, está na estimulação externa do genital, ou seja,
na masturbação.
Os dados mostram ainda que
74% das mulheres disseram ter orgasmos sempre que se masturbam, enquanto apenas
36% têm orgasmos frequentes nas relações sexuais. Além disso, quando se
masturbam, 70% das mulheres gostam de tocar diretamente no clitóris, sendo que
67% usam apenas as mãos e 21% se estimulam com algum vibrador.
Quando perguntadas sobre a
forma que elas têm mais prazer, 27% apontaram ser quando o parceiro faz sexo
oral; 22% quando são tocadas o clitóris; e 19% quando se masturbam sozinhas.
Participaram da pesquisa 1.370 mulheres. O perfil predominante foi de mulheres
heterossexuais, monogâmicas, entre 21 e 40 anos, solteiras, com predominância
da região Sul e Sudeste.
As principais dúvidas e
dificuldades em relação à intimidade sexual, de acordo com as entrevistadas, é
que elas ainda se sentem pressionadas a chegar ao orgasmo durante a
penetração. “Esse é um dado social que reforça a nossa cultura falocêntrica.
Por outro lado, vai contra a anatomia feminina: o orgasmo pela penetração
vaginal é raro pois se trata de uma região pouco inervada”, explica Mariana
Stock, idealizadora da pesquisa.
“Numa concepção
social de que sexo é igual à penetração, a libido da mulher é diretamente
afetada uma vez que a grande maioria delas não sente prazer ao serem
penetradas. Por isso, pesquisas comparam a satisfação sexual entre mulheres
heterossexuais e mulheres bissexuais e homossexuais deixam claro que mulheres
que se relacionam com mulheres estão muito mais satisfeitas. Mas, isso não é
para assustar os homens. Pelo contrário, está na hora deles perceberem que têm
um corpo inteiro para transar e tirar um pouco o foco da penetração”, finaliza
Mariana.
A educadora sexual Karol
Rabelo aponta que a palavra masturbação ainda causa muito bloqueio nas
mulheres. “Não só por questões religiosas, mas por impedimento ao se tocar. É
uma prática que as ajudam a entender as reações do corpo e orientar o/a
parceiro/a a como estimulá-la melhor, mas poucas mulheres tem essa liberdade
com o próprio corpo, até pela forma como foram criadas”, explica.
Apesar dessas dificuldades,
Karol afirma que se masturbar é muito importante para o autoconhecimento e para
entender o processo pelo qual o corpo passa. “Nosso organismo oscila muito,
ainda mais por questões hormonais, então nossa sensibilidade está sempre
diferente. Os estímulos parecem diversos em determinados momentos do mês e da
vida”, argumenta.
Ela ainda revela que existem
exercícios que servem tanto para quebrar o entrave quanto para mulheres que já
tem a liberdade de se tocar, mas mesmo assim querem compreender melhor. Uma
prática simples é, durante o banho, se ensaboar com sabonete líquido e deslizar
a mão facilmente pelo corpo. “Parece simples, mas isso ajuda a entender as
reações do corpo e tira aquela ideia de ser algo sexual, porque a masturbação
às vezes causa repulsa e isso vai ajudar a quebrar a barreira aos poucos”,
ensina.
Karol também recomenda tirar
um tempo para se conhecer melhor, mesmo que sejam só dez minutos. Colocar uma
música relaxante, fechar os olhos, estar num local confortável e usar
vibradores podem ajudar a estimular o corpo.
A educadora sexual ainda
acrescenta que é essencial conhecer um pouco da anatomia do corpo, para saber
como excitá-lo. “A grande maioria não sabe sobre o próprio clítoris, acha que é
só o botãozinho bem acima extremamente sensível, mas o clítoris fica em toda
parte frontal da vulva”.
Seis dicas para
dar um boost na masturbação
1) Massageie o ponto externo do clítoris, que vai ser o estopim para a excitação. Vale alternar os sentidos para cima e para baixo, em círculos e com maior intensidade;
2)
Continue a massagem seguindo para a parte inicial da entrada do canal vaginal;
3)
Introduza o dedo no canal vaginal e massageie a região;
4)
Com os dedos dentro da vagina, faça um gancho. Facilita encontrar o ponto G,
que é a região mais esponjosa;
5)
Faça um movimento de vai e vem com os dedos, na velocidade que for confortável,
percebendo as reações do corpo;
6)
Use óleos vibratórios para aumentar a excitação. Já excitada é mais fácil para
a mulher se estimular.
Coluna Pouca Vergonha – Portal Metrópoles
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