Essa é a
primeira vez que pesquisadores encontram água em grande quantidade no planeta
vermelho: o vasto reservatório está localizado próximo ao polo sul de Marte (MARTE
(FOTO: NASA)
Por Revista Galileu
A Agência Espacial Italiana divulgou nesta
quarta-feira (25 de julho) uma das mais importantes descobertas sobre Marte nos
últimos anos: pesquisadores detectaram a presença de abundante quantidade de
água líquida localizada abaixo de uma camada de gelo no polo sul do planeta vermelho.
A caracteristica do local seria semelhante a lagos subglaciais que existem na
Terra, o que dá esperanças aos cientistas de investigarem a possibilidade da
existência de vida.
Até então, os astronômos nunca encontraram um
habitat semelhante em Marte. De acordo com especialistas, esse seria o primeiro
local onde microrganismos como os que existem na Terra poderiam sobreviver.
Ao investigarem uma região de Marte conhecida
como Planum Australe, os cientistas localizaram uma reserva de água líquida com
20 quilômetros de extensão, localizada a 1,5 quilômetro da superfície. Ainda
não foi possível verificar a profundidade do lago, mas ele teria mais de 10
centímetros de profundidade.
A descoberta foi possível graças ao radar
MARSIS, que está a bordo da sonda Mars Express — lançada em 2003 pela Agência
Espacial Europa (ESA) e pela Agência Espacial Italiana. O instrumento é capaz
de enviar ondas eletromagnéticas para abaixo da superfície marciana, recebendo
informações sobre a densidade de determinada região: ao analisarem os dados
recebidos na região de Planum Australe, os cientistas notaram que os pulsos
eram semelhantes aos que existem nas porções de água que ficam abaixo das
camadas de gelo da Antártida ou da Groenlândia, aqui na Terra.
ILUSTRAÇÃO DO TRABALHO DA SONDA
QUE DETECTOU ÁGUA EM MARTE (FOTO: DIVULGAÇÃO/ESA)
Agora, os pesquisadores dedicarão seu trabalho a conhecer as
características do lago e investigar se essa ocorrência é única ou há outras
porções de água líquida ao longo do subsolo marciano. Em relação à possibilidade
da formação de vida extraterrestre, os especialistas afirmam que é necessário
realizar análises mais cuidadosas da região. Inicialmente, sabe-se que há uma
composição química especial para a água manter-se líquida (como a concentração
de elementos como magnésio, cálcio e sódio).
REGISTRO DA SONDA DETECTANDO A PRESENÇA DE ÁGUA (FOTO: DIVULGAÇÃO/ESA)
Há cerca de 4
bilhões de anos, Marte tinha um campo magnético forte, como o da Terra,
que o protegia da radiação emitida pelo Sol. Além disso, acredita-se que água
corria livremente por Marte. Estas duas condições já são um passo gigantesco
para que um planeta seja habitável.
Gradualmente, a atmosfera de Marte foi sendo
afetada por fortes e agressivos ventos solares, não suportados pelo campo
magnético que protegia o planeta. O resultado do processo, que durou bilhões de
anos, tornou o planeta um deserto gelado
e inabitável. Com a descoberta, no entanto, a perspectiva dos cientistas podem
mudar em relação à disponibilidade de elementos que possam abrigar possíveis
formas de vida.
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