Ciro Gomes com Paulo Câmara, governador de
Pernambuco: aliança com o PSB às vésperas do anúncio (foto: Roberto Pereira/SEI)
Ao longo dos últimos dois dias, integrantes do partido
estiveram reunidos em Brasília para amarrar os últimos acordos regionais antes
do anúncio de apoio, no primeiro turno, ao ex-governador cearense, do PDT.
Próximos 15 dias serão decisivos.
Do Correio Brasiliense
Ao longo dos últimos dois dias, integrantes do partido
estiveram reunidos em Brasília para amarrar os últimos acordos regionais antes
do anúncio de apoio, no primeiro turno, ao ex-governador cearense, do PDT.
Próximos 15 dias serão decisivos
Nas últimas 48 horas, durante reuniões dos diretórios e
da cúpula dos partidos em Brasília, os integrantes do Partido Socialista
Brasileiro (PSB) começaram a fechar os últimos pontos de um acordo nacional com
o pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes. A tendência, segundo apurou o
Correio, é que, nas próximas duas semanas, a legenda anuncie oficialmente o
apoio ao ex-governador do Ceará e ex-ministro dos governos Itamar Franco e Luiz
Inácio Lula da Silva.
Na terça-feira, os presidentes dos diretórios regionais
do PSB consideraram que, entre três alternativas — candidatura própria,
neutralidade e apoio a um nome de outro partido que seja cabeça de chapa —, a
saída para manter a força e a unidade partidária é fechar aliança com o Partido
Democrático Trabalhista (PDT), de Ciro. A formação das chapas para as eleições
deve estar definida entre 20 de julho, quando começam as convenções
partidárias, e 5 de agosto, prazo final.
Se a candidatura própria já havia sido descartada com a
desistência do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, a neutralidade — defendida
por uma minoria dentro da legenda — é vista como alternativa arriscada, pois os
diretórios estaduais poderiam ficar livres para firmar acordos próprios,
deixando o comando central do PSB sem controle. A dificuldade é unir o desejo
de todos os estados em prol de um único presidenciável. Para o presidenciável
Ciro, o único entrave ainda é um acordo em Pernambuco, terra do governador
Paulo Câmara. Lá no estado ainda há um flerte entre o PSB e o PT para lançar a
candidatura de Marília Arraes (PT), que também pleiteia o cargo de governadora
do estado, e faz oposição ao projeto de reeleição de Câmara.
Ciro foi ao Recife na terça-feira e se encontrou com
Câmara para tentar adesão do diretório do PSB, um dos mais influentes por
contar com a prefeitura do Recife e com o comando de outros 60 municípios do
estado. Na ocasião, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o
governador de Pernambuco afirmou que Ciro possui “um importante projeto para o
Brasil”. Foi o aceno mais importante do grupo pernambucano em relação a Ciro.
Sobre as chances da proximidade com Ciro enfraquecer
uma possível aliança com o PT, Câmara disse que o PSB olha para o “futuro”.
“Alianças nacionais envolvem reciprocidade”, disse. “A gente sabe do papel do
presidente Lula, mas temos que olhar para o futuro, para as opções que sejam
melhores para o Brasil”. Ciro conversou com Renata Campos, viúva do
ex-governador Eduardo Campos e um dos nomes mais influentes no jogo da legenda.
Petistas
Os petistas — sabendo da força que uma aliança entre o
PSB e o PDT pode gerar no campo da esquerda — tentam minar o acordo de Ciro com
o partido de Câmara. No Distrito Federal, por exemplo, o governador Rodrigo
Rollemberg é o articulador e principal interessado, por ganhar o apoio do PDT,
partido de Joe Valle, presidente da Câmara Legislativa. Entre as unidades
federativas, as principais apostas do PSB estão em Pernambuco, com Paulo
Câmara; DF, com Rollemberg; Minas, com Marcio Lacerda; e São Paulo, com Márcio
França.
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