Por Farol Reportagem
Depois de manter um contrato desde 2011, de homologar
uma nova contração assinada por meio de uma
licitação em julho de 2016 e prorrogar por duas vezes a prestação de
serviços de cópia de documentos até julho deste ano com a Escrimate Comércio de
Materiais de Escritório e Informática Ltda., a Câmara de Vereadores de
Florianópolis resolveu acatar uma recomendação do Ministério Público de Santa
Catarina (MPSC). A empresa é alvo da Operação Falsa Impressão, investigação do
Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do MPSC
desde 2014. O pedido, realizado por meio da 31ª Promotoria de Justiça da
Capital, requereu a abertura de um processo administrativo de inidoneidade
contra a Escrimate, cujos sócios respondem na Justiça por duas ações de
improbidade administrativa.
Uma das ações é justamente sobre o contrato celebrado
em 2011 com o Legislativo da Capital, revelada com exclusividade pelo Farol em
dezembro de 2017, e na qual também foi denunciado o ex-presidente da Casa,
Jaime Tonello (PSD). A outra ação, da qual os sócios da empresa já são réus,
está relacionada com o direcionamento de processos de licitação, segundo o
MPSC, na Prefeitura de Biguaçu e pelo Fundo de Saúde do município da Grande
Florianópolis. Nas duas ações, os bens dos acusados foram bloqueados por
determinação da Justiça.
Por meio de nota enviada ao site e apenas após ser
questionado pela reportagem, o vereador Guilherme Pereira, presidente da Câmara
Municipal de Florianópolis, afirma que “tendo em vista os últimos
acontecimentos envolvendo a Escrimate” resolveu em reunião com a Mesa Diretora,
no último dia 6 de abril, acatar recomendação.
“No sentido de abertura de um processo administrativo
com vista apurar possível inidoneidade da empresa. Uma comissão será composta
para acompanhar todo procedimento. A comissão que é soberana e constituída por
três funcionários efetivos da casa terá prazo determinado para apuração dos
fatos. O presidente reitera seu compromisso com a verdade e a transparência”,
completa o comunicado da assessoria de Comunicação da Câmara. A recomendação
chegou nas mãos do presidente do Legislativo no último dia 3 deste mês.
Procurado pelo Farol, o advogado da Escrimate, Leonardo Tatim, afirmou que não
tinha conhecimento do pedido e que não ia se pronunciar sobre o caso.
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