Por Jornal GGN - A
ANEEL quer corrigir os erros grosseiros, que cometeu na metodologia de cálculo
das Bandeiras Tarifárias, impondo elevados aumentos na conta de luz dos
usuários de todo o país, que podem chegar a exorbitantes 37%.
No período de julho a dezembro do ano passado, o
intenso acionamento das usinas térmicas contribuiu para elevar ainda mais o
custo de geração no País. As usinas térmicas utilizam combustíveis
fósseis, o que torna a geração de energia mais cara. O mecanismo das bandeiras
tarifárias, que tem o objetivo de cobrir parte desses custos, não foi
suficiente. Somente no segundo semestre de 2017, as distribuidoras arcaram com
um prejuízo que somado chega à casa dos bilhões de reais, sem a perspectiva de
cobertura na tarifa.
Por causa disso, várias distribuidoras tiveram que
contrair empréstimos nos bancos, para pagar a energia comprada. A ANEEL
resolveu que esses empréstimos agora serão acrescidos nas tarifas, com juros e
correção monetária.
Todas as distribuidoras do Brasil estão sendo obrigadas
a transferir para os consumidores o rombo decorrente da barbeirada da ANEEL,
sendo que 80% desse percentual dos aumentos nas contas de energia é impactado
direta ou indiretamente pelo custo da energia que as empresas foram obrigadas a
compra.
Os reajustes anunciados de forma preliminar para todas
as distribuidoras do Brasil são elevados.
DISTRIBUIDORA/IMPACTO/REVISÃO
CEA
37,36%
COELBA
15,01%
CORSEN
14,88%
CPFL
PAULISTA
15,15%
EMS
09,34%
EMT/CEMAT
08,36%
RGE
SUL
25,34%
CEMIG
25,87%
Custo de energia em 2017
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
implantou as bandeiras tarifárias em 2015 e, desde então, elas vêm passando por
mudanças metodológicas para refletir, da forma mais fiel possível, a realidade
do sistema de geração de energia do país.
A partir de abril de 2015, o acionamento das bandeiras
tarifárias passou a ser definido para todo o Sistema Interligado Nacional com
base no maior valor do custo da última usina a ser despachada. Ou seja, a usina
mais cara em funcionamento naquele momento era utilizada como parâmetro único,
o que gerava distorções.
No final de outubro, a Diretoria Colegiada
da Aneel decidiu por rever a metodologia das Bandeiras Tarifárias para ser
aplicada, em caráter extraordinário, a partir de novembro de 2017, devido ao
alto custo da compra de energia verificada no segundo semestre e ao
descolamento entre receitas e despesas da conta bandeira. Essa nova metodologia
leva em conta a previsão de geração hidráulica e a garantia física das
hidrelétricas.
Metodologia anterior
Nova metodologia (a partir de novembro/17)
O Gráfico 1 demonstra a disparidade entre as receitas e
despesas da conta bandeira, deixando claro o alto custo suportado pelo caixa
das distribuidoras neste período.
Bandeiras de junho a novembro de 2017
Com a metodologia antiga de cálculo
Junho 2017 – verde – sem aumento na conta
Julho de 2017 – amarela – aumento de R$ 1 a cada 100
kWh
Agosto de 2017 – vermelha patamar 1 – aumento de R$ 3 a
cada 100 kWh
Setembro de 2017 – amarela – aumento de R$ 1 a cada 100
kWh
Outubro de 2017 – vermelha patamar 2 – aumento de R$ 5
a cada 100 kWh
Com a nova metodologia de cálculo
Novembro de 2017 – vermelha patamar 2 – aumento de R$ 5
a cada 100 kWh
Dezembro de 2017 – vermelha patamar 1 – aumento de R$ 3
a cada 100 kWh
Janeiro de 2018 – verde – sem aumento na conta
Fevereiro de 2018 – verde – sem aumento na conta
Março de 2018 – verde– sem aumento na conta
Nenhum comentário:
Postar um comentário