Em transe é assim que se sente a comunidade
universitária da Universidade Federal de Santa Catarina com a prisão de seu líder
maior, o reitor Luís Carlos Cancellier de Olivo.
Amigos e pessoas que conhecem de perto o reitor confiam
em sua inocência e se manifestam na rede em apoio a Cancellier e a UFSC.
Foi nesta direção o depoimento do consagrado jornalista
Laudelino José Sardá sobre a operação da PF e tudo que ela representa.
Leia
na integra:
Por Laudelino José Sardá
Não dá pra ficar calado!
AFINAL, PARA ONDE CAMINHAMOS?
A prisão do reitor da UFSC pela PF enseja duas
perguntas: "o professor, na qualidade de ordenador de despesa da
instituição, precisava ser preso ? O reitor, que reinstituiu o diálogo na
Universidade, se negaria a comparecer a uma audiência com o delegado da PF?
Afinal, o que justificou a sua detenção?
Os brasileiros - e o reitor da UFSC também está nesta
corrente - aplaudem as ações destinadas a combater a corrupção, enraizada nas
estruturas públicas brasileiras. Contudo, não podemos correr o risco de destruir
todos os tecidos das instituições por ações movidas apenas pelo tambor
retumbante das operações.
O desenvolvimento humano e a preservação das
instituições de sustentação à Nação precisam ser rigorosamente enriquecidos, de
forma que a sociedade não fique refém ou impulsionada por tendências radicais,
como se vê hoje. As instituições - incluindo a PF, MP e Tribunais - precisam se
comprometer com a separação do joio do trigo. O Brasil não precisa ser
reconstruído e nem acorrentado. O risco de lhe provocar um abalo sísmico de
natureza político-policial pode custar muito caro à democracia, que exige tempo
à sua sedimentação, como ocorreu na Europa, América do Norte e mais recente na
Ásia. A oxigenação dos organismos públicos, com a punição dos verdadeiros culpados
pela corrupção epidêmica, não pode implicar na fragilização das instituições,
sob pena de as soluções institucionais serem impostas pelas baionetas.
Até que prove o contrário, confio no reitor da UFSC,
que admiro e respeito, pelo tirocínio de um gestor do diálogo, da ética.
A manchete no site do jornal Notícias do Dia, com foto
do reitor - "Reitor da UFSC é preso em operação da Polícia Federal por
suspeita de desvio de recursos da universidade", detona uma brilhante
carreira desse profissional, advogado, professor e jornalista. E a PF poderia
ter evitado isso, até porque o reitor não poderia ser colocado sob a ótica
desmensurada e leviana de muitos usuários da mídia social, que o colocam nas
jaulas de Geddel, Cunha, Palocci, Dirceu, Joesly, etc. etc.
E a UFSC? E o que vai sobrar para a Nação dessa
lipoaspiração político-administrativa brasileira? Como estarão as instituições
de fomento da democracia em 2022?
Pensem, meus amigos, a democracia é o regime que
alicerça o respeito e a dignidade humana.
Afinal, para onde caminhamos?
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