Todo
ano a mesma novela
Todos os anos a comunidade da cidade de Jaguaruna e
região sofrem com a burocracia, a falta de sensibilidade e incompetência de órgãos
ambientais, defesa civil nacional e o estado. Esses órgãos não planejam
deixando milhares de pessoas da região que sobrevivem da pesca sob constante pressão
e aflição.
Moradores estão mobilizados e questionam porque não abrem
a barra.
Leia matéria completa no Jornal Notisul
Moradores do Balneário Camacho realizaram uma
manifestação em prol das obras de desassoreamento e enrocamento da barra. Ação
beneficiaria os pescadores
Barra do Camacho: Comunidade reivindica desassoreamento
Por notisul
Mais de duas mil famílias dependem diretamente da barra
do Camacho, em Jaguaruna, para o sustento, com a entrada de crustáceos e peixes
vindos do mar para a lagoa pelo canal. Além do sustento por meio da pesca, a
barra aberta proporciona um incremento no turismo e prevenção de cheias na
bacia do Rio Congonhas, que abrange os municípios de Jaguaruna, Tubarão, Laguna
e Treze de Maio.
Os pescadores do local estão preocupados com o
assoreamento do canal e, neste sábado, lideranças e moradores da comunidade
participaram da manifestação em prol do desassoreamento Norte e enrocamento da
barra do Camacho. Na ocasião, a rodovia SC-100 ficou fechada por cerca de uma
hora, como forma de conscientizar as autoridades sobre a importância da obra
para a região.
De acordo com o vereador Wilson Teodoro, representante
da comunidade, a obra é fundamental para a continuidade do setor pesqueiro e
manutenção do balneário. “Hoje, dependem da barra mais de duas mil famílias,
que vivem diretamente da pesca e necessitam dela aberta”, afirma.
O prefeito Edenilson Monitini da Costa também
participou da mobilização e frisou que a obra está estimada em cerca de R$ 800
mil, que são pleiteados junto ao governo do Estado e Defesa Civil. “A barra
aberta é uma grande indústria sem chaminé, geradora de emprego e renda à nossa
região. É de interesse de todos, pois fortalece a economia. A nossa luta é para
que consigamos, após a abertura, fazer a contenção da parte faltante dos
molhes, assim ela vai permanecer aberta, evitando o assoreamento”, explica.
Pedido foi apresentado à Defesa Civil Nacional
O coordenador de Proteção e Prevenção de Desastres da
Defesa Civil Nacional, Hampel Vieira, esteve na comunidade no último mês para
conhecer os detalhes da obra tão aguardada pelos pescadores. Possíveis entraves
por parte da APA da Baleia-Franca podem dificultar a obra. A equipe técnica da
Amurel documentará as consequências de um possível fechamento do canal, assim
como os recursos necessários para a dragagem. Segundo o coordenador Nacional da
Defesa Civil o projeto é emergencial e os trâmites tendem a ser mais rápidos.
“Vamos dar o máximo de nós para que este projeto possa ser avaliado e tenha sua
aprovação de forma rápida”, ressaltou Hampel. Durante a visita, o coordenador
recolheu dados técnicos para a inclusão da proposta, que ainda não tem data
para ser executada.
Desassoreamento e enrocamento da barra
A retirada dos bancos de areia do canal facilitará o
intercâmbio entre as águas do Oceano com as lagoas do Camacho e de Garopaba do
Sul. Desta maneira, possibilitará o aumento da salinidade no interior das
lagoas e a entrada de peixes e crustáceos. A pesca na região fomenta a economia
no Estado. Só a região de Jaguaruna e Laguna produzem mais de 400 toneladas de
camarão por ano e mais de duas mil toneladas de peixe, que somam cerca de R$ 4
milhões. A abertura do canal também garante maior segurança para a agricultura,
pois em época de cheias, com a vazão da água para o mar, o canal da barra faz
toda a diferença ao manter as lavouras fora de perigo nas enchentes. Depois da
retirada dos bancos de areia, a intenção é concentrar esforços nas obras
complementares, como o prolongamento dos molhes e o enrocamento (proteção de
pedras) que segue até a ponte sobre a barra do Camacho.
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