O surfista
pode ser outro
Material apreendido pela Polícia Federal no dia 11 de fevereiro, na 23ª
fase da operação Lava Jato, chamada Acarajé, na residência do presidente da
Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa Silva Júnior coloca a cidade de
Imbituba na rota da operação Lava-Jato.
Na planilha aparece o nome do ex-prefeito de Jaison Cardoso e do partido PSDB seguidos
do codinome “Surfista” e ao lado do nome "Surfista" consta o valor de R$ 300 mil,
sendo divididos em três parcelas nas datas de 1º e 8, além de 12 de setembro.
Não há especificação de ano no documento.
Mas
segundo comentários nos meios políticos, pode haver uma grande surpresa na
verdadeira identidade do codinome “SURFISTA” que aparece na lista da Odebrech.
A
quem diga que Surfista não é Jaison, mas
sim uma figura política e empresarial importante de Imbituba. Cabe
Polícia Federal desvendar o mistério.
A
Operação Lava Jato também se dirige a cidade Juliana onde o Terminal Pesqueiro
de Laguna foi citado na delação do ex-executivo da Odebrecht, João Borba Filho.
O
site G1SC repercutiu a matéria, veja na íntegra:
Borba Filho diz que empreiteira
pagou R$ 33,6 mil para 5 codinomes. Segundo delator, obras estavam atrasadas e
ele deveria ‘resolver a situação’.
Odebrecht: Porto de Laguna é mencionado em delação
Do G1SC
O Terminal Pesqueiro de Laguna foi citado na delação do
ex-executivo da Odebrecht, João Borba Filho. Ele diz que, em 2004, as obras no
local estavam atrasadas e sem responsáveis, e que ele foi designado “para
resolver a situação”. Segundo o delator, R$ 33.600,00 teriam sido pagos a cinco
codinomes, que o delator diz não saber quem são.
De acordo com Borba Filho, muitos contratos da
Odebrecht foram paralisados em 2004 na região Sul e essas obras ficavam sem
responsáveis, apenas com “equipe de segundo escalão cuidando da parte
burocrática”.
“Essas obras paralisaram porque tinham muitos
pagamentos de faturas, de serviços efetuados que não foram pagos. Então, houve
um determinado momento, um acordo, provável, que quando saíssem esses
pagamentos, seria devido àquelas pessoas um valor percentual do recebimento. No
Porto de Laguna houve esse pagamento de R$ 33.600,00”, confirma o delator.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), à
qual o porto é conveniado, informou que só poderá se manifestar sobre o caso na
próxima segunda-feira. A Codesp é responsável pelo porto de Laguna desde o
início da década de 1990. O administrador do Terminal Pesqueiro, o tubaronense
Evandro Almeida, informou que gerencia o local há seis meses e que “não está a
par do que aconteceu no passado”.
Segundo um engenheiro do Terminal Pesqueiro de Laguna,
as obras da Odebrecht foram realizadas de 2001 a 2008 para abertura do molhe da
barra, de modo a facilitar o acesso das embarcações ao terminal.
Pagamento de R$ 33.600,00 para cinco codinomes
João Borba Filho diz na delação que não sabe quem são
as pessoas que supostamente receberam o dinheiro: “Ao porto de Laguna foi
implementado o pagamento R$ 33.600,00 para codinomes que eu não identifiquei,
que eu não consigo lembrar, que eu não consigo identificar essas pessoas. Mas
na linha de colocar meu registro de tudo que eu lembro, desde esse ocorrido em
2004 posso afirmar que o meu papel foi dizer para empresa que realmente houve o
recebimento e que fosse programado o pagamento conforme tinha sido acordado lá
atrás”.
Apesar de não identificar os donos dos codinomes, Borba
Filho menciona os cinco que teriam recebido o pagamento. Cada um deles teria
recebido um valor diferente que totalizam os R$ 33.600,00. “Os codinomes eram
Alemão: R$ 10.500; Figueirense: R$ 10.400; Lagoa: R$ 2.600; Operador local: R$
7.500 e Operador: R$ 2.600 referentes ao recebimento de uma fatura no valor
bruto de R$ 555 mil”, afirma o delator.
No vídeo, o procurador questiona o delator sobre a
possibilidade de os codinomes serem os mesmos que aparecem em diferentes
delações ou se há a possibilidade de diferentes pessoas terem o mesmo codinome,
mas Borba Filho não soube responder: “Não sei precisar. O meu foco era saber
que a fatura foi recebida e providenciar que aquele pagamento daquele acordo
fosse feito”, esclarece.
Codinomes aparecem em trocas de e-mails
Para esclarecer, o procurador questiona: “Então essas
pessoas, esses codinomes foram beneficiados cada qual com esses valores que o
senhor mencionou por ocasião dessa fatura, da quitação dessa fatura?”
O delator responde: “Desse recebimento. Exatamente”. E
complementa: “Esses codinomes, eles aparecem citados numa informação minha e do
Benedicto Júnior dizendo que houve realmente o recebimento que constatei na
obra e que o valor acordado lá é esse número. Tem uma citação no e-mail que até
coloquei como dado de corroboração. Esse e-mail foi trocado com Benedicto
Júnior, no sistema Drousys, não tem o meu nome”.
Segundo a delação, os pagamentos foram realizados.
“Esses pagamentos foram efetuados, foram realizados pela equipe do Hilberto e
eu não tenho, não sei afirmar a forma que foram feitos, mas constatei na época
que havia tido recebimento e que aqueles codinomes estavam sendo beneficiados
com esse valor aí de os R$ 33.600,00”, afirma Borba Filho.
O procurador pergunta: “E o senhor não sabe como feito
o contato para que o dinheiro chegasse a essas pessoas? Se foi procurado o
senhor?””
O delator responde: “Não sei dizer. Não me foi
procurado. Eu fui encaminhado pelo Benedicto para resolver a situação porque lá
estava sem responsável porque a obra estava paralisada, não tinha na época um
diretor de contrato”.
Ele é novamente questionado: “O senhor tinha que
informar se houve o pagamento da fatura?” E responde: “A gente tinha que checar
a quem deveria e se houve mesmo o recebimento”, conclui. A delação não deixa
claro se o pagamento para os codinomes era uma condição para que as obras no
porto de Laguna fossem retomadas e se elas foram retomadas após o suposto
pagamento.
Outro Alemão
Em outra delação, o deputado estadual Jean Kuhlmann é
mencionado com o codinome de Alemão. Nesta quinta-feira, a assessoria do
deputado informou que outras pessoas são mencionadas com o mesmo codinome nas
delações e que o parlamentar era candidato a vereador na época, não possuindo
relações com Laguna.
Em uma rede social, o deputado declarou: “O sr. Borba
Filho não cita qualquer nome, muito menos o meu. Além disso, é absurdo ter meu
nome associado a pagamentos realizados em 2004 e relativos ao Porto de Laguna.
À época, eu era vereador e concorria à reeleição em Blumenau. As duas cidades
nada têm a ver uma com a outra, geográfica e politicamente. Eu era filiado ao
PFL e opositor do governo municipal blumenauense e federal, então administrados
pelo PT”, afirmou.
Fonte: G1SC
Foto: Alesc
Nenhum comentário:
Postar um comentário