Passar a manta, em mineirês: passar a
perna durante uma negociação.
Por Luis Nassif
Desde tempos imemoriais, misturaram-se financiamentos
de campanha e financiamento pessoal. Tome-se o caso de Tancredo Neves: a vida
financeira de sua família só ganhou alguma folga após a campanha para
presidente. Ou então, Franco Montoro que, após a campanha para governador,
conseguiu recursos para sair da casa onde morou a vida toda e mudar-se para um
apartamento de boas dimensões. E Fernando Henrique Cardoso que, após a primeira
campanha, conseguiu recursos para se tornar sócio de uma fazenda em Minas
Gerais.
Estamos falando dos políticos mais íntegros.
Nos tempos atuais, há uma maneira simples de separar
quem recebeu recursos para campanha e quem enriqueceu embolsando uma parte:
basta abrir suas contas pessoais.
Os fundos de investimentos de Verônica Serra
resistiriam a uma auditoria por uma firma independente, dessas que, ao
contrário do Ministério Público Federal, não permitem o vazamento de
informações sigilosas? E Serra teria como justificar sua coleção de obras de
arte? Ou então apresentar recibos de aluguel da bela casa que adquiriu, ainda
enquanto Secretário do Planejamento de Montoro, e que dizia a todos que só foi
morar lá devido a um aluguel módico? A propriedade da casa só foi esquentada em
2002, usando como lastro supostas doações da filha Verônica Serra, conforme
consta nas explicações do candidato à época.
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