De acordo
com o levantamento, o crescimento do IDHM do país, apesar do cenário econômico
adverso no pós 2010, é reflexo da “robustez” da rede de proteção social
existente no País
Pesquisa revela crescimento durante governo Dilma
Levantamento divulgado nesta terça feira (22) pelo
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) – o Radar IDHM (Índice
de Desenvolvimento Humano Municipal)- mostra que no período entre 2011 e 2014
os principais indicadores socioeconômicos de desenvolvimento humano no Brasil
registraram tendência de crescimento, apesar dos primeiros sinais de desaceleração
e estagnação da economia a partir de 2010.
Segundo o levantamento, de 2011 a 2014, o IDHM do
Brasil teve crescimento contínuo a uma taxa média anual de 1%, inferior à
observada entre 2000 e 2010, que foi de 1,7%. Todas as três dimensões que compõem
o IDHM – educação, renda e longevidade – apresentaram crescimento contínuo no
período 2011-2014.
O subíndice referente à dimensão educação cresceu a uma
taxa anual de 1,5%, superior à do IDHM, do mesmo modo que o subíndice de renda,
com crescimento anual de 1,1%. Já o subíndice de longevidade evoluiu a uma taxa
de 0,6% por ano. “Tanto no caso do IDHM, quanto dos subíndices de educação e
longevidade, a taxa média de crescimento anual no período 2011-2014 foi
inferior à observada no período 2000-2010. Apenas no caso do subíndice de renda
ocorreu o inverso e a taxa média de crescimento anual foi maior no período
2011-2014”.
De acordo com o levantamento, o crescimento do IDHM do
país, apesar do cenário econômico adverso no pós 2010, é reflexo da “robustez” da
rede de proteção social existente no País. “O leve avanço do IDHM no início da
década de 2010 pode estar relacionado com a natureza dos dados considerados,
que propositadamente têm sensibilidade diferente ao desempenho da economia, e
com a rede de proteção social existente no país. Dessa forma, a população
brasileira não sofreu grandes impactos no período devido à robustez dos
programas sociais, que ofereceram apoio em dimensões básicas da vida humana,
como saúde, educação e renda”, afirma o levantamento.
Educação
Em relação à educação, os dados analisados mostram uma
taxa média de crescimento anual dos indicadores relativos à frequência escolar
e de frequência nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio
inferior à observada entre os censos de 2000 e 2010. “Esse crescimento pouco
expressivo dessas taxas alerta para a necessidade de as políticas públicas
buscarem reforçar o aumento da frequência escolar, com menor defasagem
idade-série, dos jovens e adolescentes de 15 a 17 anos (anos finais do ensino
fundamental) e de 18 a 20 anos (ensino médio)”, diz trecho da pesquisa.
Um dos pontos destacados pelo levantamento no indicador
de educação é a estagnação no percentual de pessoas com 18 anos ou mais e
ensino fundamental completo, que registrou taxa de crescimento de 0,5% ao ano
(de 2011 a 2014), significativamente inferior ao último período
intercensitário, quando a taxa foi de 3,3% ao ano.
“Em números absolutos, essas pessoas somavam 60,1% em
2011 e 61,8% em 2014. Também chama a atenção a taxa de crescimento lenta do
percentual de pessoas com 18 a 20 anos com ensino médio completo, de 2,4% de
2011 a 2014 (contra 5,1% de 2000 a 2010). Em números absolutos, esse percentual
passou, em 2011, de 48,4% para 52%, em 2014. Na faixa etária de 15 a 17 anos apenas
61% tinham ensino fundamental completo em 2011. Em 2014, esse número alcançou
65,5%, ainda muito longe do ideal”, diz o Radar IDHM.
Regiões metropolitanas
Na avaliação de 60 indicadores para o Distrito Federal
e nove regiões metropolitanas, o Radar IDHM mostra que todas apresentaram
tendência de aumento do IDH, com destaque para Curitiba (0,035), Recife (0,025)
e Rio de Janeiro (0,025). Entre as que apresentaram os menores avanços estão as
regiões metropolitanas de Belém (0,006), Fortaleza (0,013), Belo Horizonte
(0,018) e São Paulo (0,018).
Analisando os dados da Pnad, o Radar IDHM concluiu que
São Paulo junta-se ao Distrito Federal na faixa do muito alto desenvolvimento
humano, reforçando a centralidade desses espaços na rede urbana brasileira,
resultado da concentração de infraestrutura social e urbana.
Na conclusão do levantamento, o Pnud diz esperar que os
resultados do Radar IDHM “estimulem o desenho e a implementação de políticas
públicas que contribuam para gerar avanços na realidade social e econômica do
país, com redução das desigualdades socioespaciais e ampliação das
oportunidades de inclusão social, visando ao bem estar da população
brasileira”.
Link curto: http://brasileiros.com.br/doldC
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