terça-feira, 1 de novembro de 2016

Onde está Belchior?


"Desaparecido", cantor chega aos 70 anos de vida no mesmo ano em que “Alucinação”, disco que o projetou, completa quatro décadas

Na data em que completa 70 anos, Belchior, um dos compositores que ajudou a propagar a música nordestina pelas vias do que chamaríamos de Música Popular Brasileira (MPB), é lembrado cada vez mais não só por suas canções “que de uma forma ou de outra estão no coração e na cabeça de muita gente”, como gostava de ressaltar nas entrevistas, mas também por sua ausência dos palcos, das rádios e da mídia em geral.

O artista deixou de fazer shows entre 2007 e 2008, e sua última entrevista para um veículo de imprensa foi concedida em 2009. Desde então, não se teve mais notícias do artista e a pergunta “Onde está Belchior?” tem ecoado em diferentes cantos do país, verbalmente ou escrita em muros e páginas nas mídias sociais, geralmente acompanhada da silhueta característica do músico.

Os 70 anos de Belchior coincidem com o ano que em que “Alucinação”, disco que o projetou, completa 40 anos. Para homenagear o artista, o Portal EBC resgatou entrevistas para rádio e televisão onde Belchior fala de sua vida e obra em diferentes momentos da carreira.

Onde está Belchior?

A pergunta não é exatamente nova, mas ganhou força devido ao maior a hiato da presença do artista junto ao seu público desde 1965, quando começou a se apresentar em festivais de música no Nordeste. Em uma entrevista concedida em 1987 para o programa Terça Especial, da Rádio Nacional FM do Rio, a apresentadora Geisa Herrera repassa ao cantor a pergunta que chegava com frequência dos ouvintes da Rádio: “Onde anda Belchior?”

Realmente, essa pergunta tem me sido feita com uma frequência incrível nos mais diversos lugares. Veja que eu já estou dando a dica de que essa pergunta tem sido feita em lugares diferentes onde eu estou”, brinca.

"Alucinação" - O momento decisivo que o projetaria nacionalmente como compositor



Em 1976, durante a escolha das músicas para o repertório do show “Falso Brilhante”, de Elis Regina, uma fita K7 com canções de Belchior e o telefone do músico chegou às mãos da cantora. Ela havia chamado para trabalhar no show o jovem produtor Marco Mazzola. Com 28 anos, ele acabara de trabalhar em discos de Raul Seixas, Jorge Ben e Gilberto Gil. Um dia ela chamou Mazzola para ouvir aquelas canções e “Velha Roupa Colorida” e “Como Nossos Pais” foram escolhidas para o repertório do show e do disco de Elis que seria lançado posteriormente.

 “Ela me mostrou, fiquei escutando e falei 'mas essas músicas são muito boas'. Aí ela falou que 'cê acha?', me mostrou “Velha roupa colorida” e “Como nossos pais”, e eu falei 'o cara só tem música muito boa'”, lembra Mazzola.

Matéria completa - http://www.ebc.com.br/especiais/belchior-70-anos


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