Jornal GGN - Apesar de todos os delatores da Operação
Lava Jato, convocados pela própria força-tarefa, isentarem o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva no caso do triplex no Guarujá, no segundo dia de
audiências nesta quarta-feira (23), Sérgio Moro antecipou juízo contra Lula.
"Mais uma vez, a defesa foi interrompida, impedida
de fazer os questionamentos na forma que a lei processual penal estabelece e,
por isso, nós fizemos os devidos protestos. Chegou num momento, inclusive, em
que o próprio juiz Sergio Moro antecipou juízo de valor, fez o novo pré
julgamento no curso da audiência, que foi objeto de registro pela defesa",
disse o advogado Cristiano Zanin Martins.
Na audiência, foram ouvidos os delatores Pedro Corrêa,
Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, que negaram a realização de qualquer
reunião com o ex-presidente, em que ele tenha solicitado ou recebido vantagem
indevida, e também qualquer relação de Lula com o triplex no litoral paulista.
"Nenhuma das testemunhas arroladas pelo próprio
Ministério Público Federal confirmou a tese acusatória. O que nós estamos vendo
aqui é que aquela obsessão em incriminar o ex-presidente Lula está ruindo
através dos próprios delatores da Lava Jato. Fica claro que Lula não praticou
qualquer crime", continuou Zanin.
Entre os depoimentos mais esperados estava o do
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Como testemunha
de acusação contra Lula, deveria acusar o ex-presidente em seu 207º depoimento.
No final da audiência, a defesa de Lula fez cinco
perguntas sequenciais a Costa:
- Tem conhecimento que o ex-presidente Lula solicitou
vantagem indevida em razão do caro?
- Tem conhecimento que o ex-presidente Lula aceitou
promessa de vantagem indevida em razão do cargo?
- Tem conhecimento que o ex-presidente Lula recebeu
vantagem indevida em razão do cargo?
- Tem conhecimento que a OAS, por seus executivos Léo
Pinheiro e Agenor de Medeiros, teria oferecido vantagem indevida em razão do
cargo ao ex-presidente Lula?
- Tem conhecimento que os executivos Léo Pinheiro e ou
Agenor Medeiros teriam prometido vantagem indevida em razão do cargo ao
ex-presidente Lula?
A resposta de Paulo Roberto Costa para todas as cinco
perguntas foi repetidamente: "Não tenho esse conhecimento".
Durante a audiência, o ex-executivo da Petrobras também
negou que teve qualquer reunião sozinho com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, sobre qualquer conversa a respeito de atividades fraudulentas e negou
que tenha sido alguma vez chamado de "Paulinho" por Lula, como
amplamente divulgou a imprensa.
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