Santa
Catarina é a unidade da federação com índice (3,36% do total) de benefícios
suspeitos
Josias de Souza em seu Blog
Fiscalização inédita feita pelo Ministério Público Federal em todo o país detectou a presença 874,1 mil perfis suspeitos no cadastro do Bolsa Família. Isso corresponde a 4,07% do total de beneficiários do programa. Juntas, essas pessoas receberam R$ 3,31 bilhões no período de janeiro de 2013 a maio de 2016. A maioria dos perfis suspeitos (56,21%) é de empresários. São 535 mil donos de empresas. Juntos receberam a maior fatia dos pagamentos sob suspeição: R$ 2,03 bilhões (53,14%).
Fiscalização inédita feita pelo Ministério Público Federal em todo o país detectou a presença 874,1 mil perfis suspeitos no cadastro do Bolsa Família. Isso corresponde a 4,07% do total de beneficiários do programa. Juntas, essas pessoas receberam R$ 3,31 bilhões no período de janeiro de 2013 a maio de 2016. A maioria dos perfis suspeitos (56,21%) é de empresários. São 535 mil donos de empresas. Juntos receberam a maior fatia dos pagamentos sob suspeição: R$ 2,03 bilhões (53,14%).
A Procuradoria da República dividiu os beneficiários
que não se enquadram nos requisitos de pobreza exigidos pelo Bolsa família em
cinco grupos. Depois dos empresários, vêm os servidores públicos, os mortos, os
doadores de campanha eleitoral e os doadores de campanha que também são
servidores públicos. Veja os dados no quadro abaixo, com a respectiva cifra
repassada a cada subgrupo.
Divulgados nesta sexta-feira (11), os dados foram
colecionados graças a uma ferramenta digital desenvolvida pelo Ministério
Público Federal. Chamada de “ferramenta de inteligência”, ela permitiu o
cruzamento de informações extraídas de bases de dados do próprio governo
federal, do Tribunal Superior Eleitoral, da Receita Federal e dos Tribunais de
Contas dos Estados e dos municípios. As informações foram reunidas num site
público, o Raio-X do Bolsa Família. Pode ser acessado aqui.
Os perfis tachados de suspeitos exibem indicadores de
renda incompatíveis com as regras de acesso ao maior programa social do
governo, concebido para socorrer brasileiros em situação de pobreza ou de
extrema pobreza.
Entre junho e setembro deste ano, a Procuradoria
expediu ofícios às prefeituras pedindo informações sobre irregularidades
detectadas e benefícios cancelados. Deu prazo de até 120 dias para o envio das
respostas, que ainda estão chegando. Numa divisão por Estado, a unidade da
federação com o maior índice de benefícios suspeitos é roraima (8,89% do
total). O menor percentual de perfis com potencial de irregularidade foi
detectado no Pará. Repare no quadro abaixo.
No ultimo dia 23 de maio, a Procuradoria comunicou o
resultado de sua inspeção à Secretaria Nacional de Renda e Cidadania, órgão
responsável pelo Bolsa Família. Deu 30 dias para que a repartição informasse
que providências adotaria. Em 2 de junho, procuradores se reuniram com o
ministro Osmar Terra (Desenvolvimento Social) e sua equipe. Vinte dais depois,
o ministério editou portaria criando um grupo de trabalho para propor regras
que aperfeiçoassem a fiscalização do Bolsa Família.
Foi graças a essas providências que o ministro Terra
anunciou dias atrás o cancelamento de 469 mil benefícios e o bloqueio de outros
654 mil.
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