domingo, 8 de julho de 2012

Dia Internacional do Cooperativismo

“Podemos crescer não somente pela individualidade, mas em conjunto cooperando com todos pelo bem maior”.

O Dia Internacional do Cooperativismo (DIC), comemorado anualmente no primeiro sábado do mês de julho, é uma data para a reflexão sobre a grande responsabilidade do trabalho das cooperativas para o fortalecimento de valores como a igualdade e a preocupação com o semelhante. Além disso, as cooperativas são o caminho para construir um mundo melhor - através do acesso a oportunidades de trabalho, poupança e crédito, saúde, habitação e serviços sociais, educação e formação.
 A prática cooperativista existe há mais de dois mil anos, mas o cooperativismo organizado como uma doutrina econômica surgiu na Inglaterra, em 1844.

Nesse ano, foi fundada a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale, por um grupo de tecelões de Manchester, que buscavam uma alternativa econômica para atuarem no mercado, competindo com o capitalismo selvagem que gerava um crescente desemprego desde a Revolução Industrial.

Sua principal finalidade era a pessoa, não o lucro, motivo pelo qual a criação dessa pequena cooperativa mudou os padrões econômicos da época, dando origem ao movimento cooperativista, definido como nova forma de entender o cidadão, o trabalho e o desenvolvimento social.

Visto que, num sistema cooperativista, os ganhos econômicos e financeiros são utilizados em prol do bem comum dos cooperados, a própria entidade se fortalece. A distribuição de renda numa cooperativa é justa, baseada em sólidos princípios democráticos, fato que estimula não só o espírito de solidariedade, como também a autogestão e a auto-educação, indispensáveis ao indivíduo, além de eliminar a competição gananciosa, como a que existe entre trabalhadores de empresas comuns.

O princípio do cooperativismo - "um homem, um voto" - traduz a essência do sistema: cada pessoa vale pelo que é e não pelo que tem. Baseado nisso, cada cooperado tem direito a um voto na sociedade, independentemente do número de cotas que possui na cooperativa, pois as decisões devem representar a vontade da maioria.

Perante a cooperativa, todos são iguais; é inaceitável qualquer tipo de discriminação política, social, religiosa ou racial.
Embora a cooperativa não vise lucro, tem receitas e despesas, como toda organização econômica, podendo ter perdas ou lucros. As perdas são cobertas mediante um rateio efetuado entre os cooperados; os lucros são distribuídos igualmente entre todos.

Como o cooperativismo é uma proposta social complexa, cada cooperativa deve colaborar com outras, para solucionar problemas comuns.

As cooperativas são, na verdade, uma forma civil, isto é, não-trabalhista, conforme define a lei nº. 5.764, de 16/12/1971, e a própria Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): independentemente do ramo de atividade da cooperativa, não se estabelece o vínculo empregatício entre o cooperado e a cooperativa, nem entre o cooperado e o tomador de serviços daquela.

A Constituição de 1988, no parágrafo 2º. Do artigo 174, afirma que o governo estimulará e apoiará a criação e o desenvolvimento de cooperativas e de outras formas de associativismo, embora independam de autorização, pois é vedada a interferência estatal em seu funcionamento, de acordo com o artigo 5º., inciso XVIII, da Constituição.

Neste terceiro milênio, o trabalho em cooperativa pode ser uma resposta a dois grandes problemas do mundo globalizado: o desemprego e a má distribuição de renda. Mas a cooperativa não deve ser vista como uma solução mágica, e sim como um caminho mais justo e digno. O Dia Internacional do Cooperativismo é festejado no primeiro sábado de julho de cada ano, desde 1923, numa confraternização de todos os países ligados à Aliança Internacional de Cooperativismo (ACI).

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