Por Canal meio
O presidente Jair Bolsonaro sancionou na noite de
ontem, com vetos, o Orçamento da União, aprovado pelo Congresso. Os
cortes, detalhados somente
hoje no Diário Oficial da União, atingem principalmente as áreas de pesquisa,
educação, saúde, sustentabilidade e proteção a povos indígenas e quilombolas. A
Fiocruz, por exemplo, perdeu R$ 11 milhões que iriam para pesquisa e
desenvolvimento tecnológico em saúde. Já o programa de saneamento básico rural
teve corte de R$ 40 milhões. O controle de desmatamento perdeu R$ 8,5 milhões.
Não houve veto à verba de R$ 1,7 bilhão para reajuste da área de segurança nem
ao Fundo Eleitoral de R$ 4,9 bilhões.
O poder exercido pelo
Centrão dentro do governo pode ser medido em números. Ao longo de 2021, o
Executivo liberou R$
25,1 bilhões em emendas de parlamentares no Orçamento da União, o
maior volume já liberado, com uma alta de R$ 1,4 bilhão em relação ao ano
anterior, descontada a inflação. Desses, R$ 10,43 bilhões saíram via “orçamento
secreto”, principal ferramenta do governo Bolsonaro para fidelizar sua base no
Congresso. Partidos como PL, PP e Republicanos receberam cerca de 70% da verba
prevista no Orçamento, enquanto legendas de oposição, como o PSOL (31%) ficaram
à míngua. Para se ter uma ideia da disparidade, o valor total de emendas
liberadas em 2019, antes de o presidente voltar para o Centrão, ficou em R$
9,98 bilhões. Para 2022 estão previstos R$ 37 bilhões em emendas, e Bolsonaro
entregou ao ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, principal nome do Centrão no
Governo, o poder
de vetar cortes no Orçamento feitos pela área econômica. (Estadão)
A tentativa do TCU de
saber os ganhos do ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) no período em que
trabalhou para a consultoria americana Alvarez&Marsal esbarra em precedentes do
STF. Advogados da empresa usam três decisões do Supremo segundo as quais o TCU
não pode pedir documento que levem à quebra de sigilos em relações privadas.
Empresas condenadas por Moro na Lava-Jato respondem pela maioria dos lucros da
consultoria na área de recuperações e falências no Brasil, e há suspeita de
conflito de interesses. (Folha)
Empenhado em sair de
um incômodo quarto
lugar nas pesquisas, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) disse ontem que
está estudando com sindicatos uma “nova
geração” da Reforma Trabalhista que leve em conta novas atividades, o home
office etc. “Mas nunca a direção pode ser a precarização do trabalho, como essa
que foi feita”, afirmou. Em entrevista à
Band News, ele também prometeu acabar com a “dolarização da Petrobras”, fez
acenos à Rede de Marina Silva e ainda acusou o presidente Bolsonaro (PL) e o
ex-presidente Lula (PT) de estarem “combinando” fugir dos debates eleitorais.
(Poder360)
Pode ser só intriga de
Ciro, claro, mas, segundo o Painel, o PT tem questionado a quantidade de
debates previstos para este ano. Os dirigentes do partido defendem que empresas
de comunicação formem pools, alegando que o grande número de
debates deixa menos tempo para a campanha. (Folha)
Os líderes evangélicos ainda
não esqueceram o boicote do presidente da Comissão de Constituição e Justiça
(CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), à indicação de André Mendonça ao
STF. E preparam uma vingança.
Eles querem que a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares
Alves, saia candidata ao Senado pelo Amapá este ano, de forma a impedir a
reeleição de Alcolumbre. Em redes sociais, ela reagiu bem à ideia. (Folha)
Para ler com calma. No
sábado comemorou-se o centenário de
um dos mais importantes nomes da esquerda brasileira, o ex-governador Leonel
Brizola (1922-2004), fundador do PDT. Bernardo Mello Franco resgata um depoimento
dado por ele em 1996, no qual lembra a extrema pobreza da infância e como foi
salvo pela
educação. Alfabetizado pela mãe, conseguiu entrar numa escola formal em
troca de trabalho como faxineiro. “Brizola não desperta mais as críticas
apaixonadas do passado. Até adversários o reconhecem como o político brasileiro
mais identificado com a causa da educação.” (Globo)
Diante do temor crescente
de uma invasão
russa à Ucrânia, os EUA determinaram que as famílias dos funcionários
de sua embaixada em Kiev deixem
o país. Moscou nega a intenção de invadir o país vizinho, mas mobilizou
tropas ao longo da fronteira e classifica como ameaça a aproximação entre a
Ucrânia e a Otan. E a dependência do gás fornecido pela Rússia já divide a aliança
militar do Ocidente. O chanceler alemão, Olaf Scholz, pediu “prudência”
na aplicação de sanções a Moscou no caso de a invasão acontecer. (CNN Brasil)
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