segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

GOVERNO BOLSONARO COMO O CONHECEMOS HOJE ACABA EM POUCO MAIS DE 3 MESES


 Por canal meio

O governo Bolsonaro como o conhecemos hoje acaba em pouco mais de três meses. Não, as eleições não foram antecipadas nem haverá qualquer ruptura institucional. Acontece que, no início de abril, pelo menos 11 ministros devem deixar o governo para concorrer aos mais variados cargos nas eleições de outubro. O movimento é normal em anos eleitorais, mas a debandada deve ser maior que nos governos anteriores e já desperta brigas. Os partidos do Centrão, como sempre, querem aumentar sua influência no governo, enquanto futuros ex-ministros ligados diretamente a Bolsonaro, como Anderson Torres (Justiça) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), preferem deixar auxiliares na cadeira, de forma a manterem alguma ingerência nas pastas. (Globo)

O presidente Jair Bolsonaro foi forçado a interromper suas férias em Santa Catarina na madrugada de hoje. Não por conta da tragédia humanitária na Bahia, mas para cuidar da própria saúde. Ele foi internado em um hospital de São Paulo para exames, segundo o cirurgião Antônio Luiz Macedo, que cuida do presidente desde o atentado a faca que ele sofreu em setembro de 2018. A suspeita é de uma nova obstrução intestinal, mas Macedo, que está voltando das Bahamas para o Brasil, diz que ainda é cedo para determinar se será necessária uma cirurgia. (UOL)

Com ou sem novos ministérios, o Centrão segue com Bolsonaro. Por ora. Os partidos que integram o grupo apoiam todos os governos – Bolsonaro já foi oficialmente da base parlamentar de Lula e Dilma, por exemplo –, mas nunca tiveram tanto poder nem tanto dinheiro quanto no atual. Quanto mais enfraquecido o governo, mais caro o apoio do Centrão. Mas, para especialistas, essa parceria depende da viabilidade eleitoral de Bolsonaro este ano. (Correio Braziliense)

O Ministério Público Federal já escolheu um adversário a enfrentar na campanha eleitoral deste ano: o Telegram. Os procuradores querem impedir a propaganda eleitoral no aplicativo de mensagens russo sob a alegação de que a empresa não tem representação no Brasil nem atende às determinações da Justiça brasileira. Sem os controles de redes como Whatsapp e Twitter contra notícias falsas e discurso de ódio, o Telegram virou porto seguro para bolsonaristas enrolados com o Judiciário. O próprio presidente estimula seus seguidores a migrarem para o aplicativo russo. (Estadão)

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) parecem ter perdido a paciência com as investigações preliminares da Procuradoria-Geral da República. Desde que assumiu o cargo, o procurador-geral Augusto Aras abriu 412 inquéritos desse tipo, sendo 25 contra o presidente Jair Bolsonaro. Esse é o argumento que o PGR tem usado para negar as acusações de leniência com o Executivo. Acontece que as investigações preliminares são procedimentos internos da procuradoria-geral, sem a supervisão do STF, e podem ser arquivadas por Aras. Pelo menos dois ministros do Supremo, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, já tomaram decisões contra a estratégia de Aras. Rosa Weber também já enquadrou a PGR, e a expectativa é que mais ministros aumentem a pressão sobre Aras, que fica no cargo até 2023. (Folha)

Ao lançar a pré-candidatura do ex-ministro Sérgio Moro ao Planalto, o Podemos não estava preparado para a campanha online, especialmente para o lado sujo dela. Agora, como revela a coluna de Guilherme Amado, partido e candidato procuram um advogado especializado em combater notícias falsas e ataques em redes sociais. O Podemos também tenta montar a toque de caixa uma equipe para campanha virtual, especialmente depois das críticas a vídeos que Moro gravou respondendo a ataques do ex-presidente Lula (PT) e com uma mensagem de boas festas ao lado da esposa. Hoje, todo esse trabalho é concentrado em Fernando Vieira, marqueteiro do partido. (Metrópoles)

Pois é. Segundo Malu Gaspar, Vieira é considerado sem experiência para uma corrida presidencial, mas o Podemos tem dificuldade em conseguir um nome mais tarimbado. Marqueteiros de maior renome não querem fazer a campanha de Moro por conta do tratamento dispensado à categoria durante a Operação Lava-Jato. “Não vou trabalhar para alguém que fez de tudo para criminalizar nossa atividade”, resumiu um deles. (Globo)

É cada vez mais caótica a situação do Sudão, o terceiro maior país da África e um dos mais importantes no Norte do continente. Neste domingo o premiê Abdalla Hamdok renunciou ao cargo. Hamdok subiu ao poder num acordo após a derrubada do ditador Omar al-Bashir há três anos e deveria comandar uma transição democrática, mas foi deposto por um golpe militar em outubro. Diante dos crescentes protestos populares, os golpistas reintegraram o premiê um mês depois, mas a insatisfação das ruas já havia saído de controle. Ainda não está claro quem controla o governo no momento. (g1)

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