Por canal meio
O governo Bolsonaro como o conhecemos hoje acaba em pouco mais de três meses.
Não, as eleições não foram antecipadas nem haverá qualquer ruptura
institucional. Acontece que, no início de abril, pelo menos 11
ministros devem deixar o governo para concorrer aos mais variados
cargos nas eleições de outubro. O movimento é normal em anos eleitorais, mas a
debandada deve ser maior que nos governos anteriores e já desperta brigas. Os
partidos do Centrão, como sempre, querem aumentar sua influência no governo,
enquanto futuros ex-ministros ligados diretamente a Bolsonaro, como Anderson
Torres (Justiça) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), preferem
deixar auxiliares na cadeira, de forma a manterem alguma ingerência nas pastas.
(Globo)
O presidente Jair Bolsonaro
foi forçado a interromper suas férias em
Santa Catarina na madrugada de hoje. Não por conta da tragédia humanitária
na Bahia, mas para cuidar da própria saúde. Ele foi internado em
um hospital de São Paulo para exames, segundo o cirurgião Antônio Luiz Macedo,
que cuida do presidente desde o atentado a faca que ele sofreu em setembro de
2018. A suspeita é de uma nova obstrução intestinal, mas Macedo, que está
voltando das Bahamas para o Brasil, diz que ainda é cedo para determinar se
será necessária uma cirurgia. (UOL)
Com ou sem novos ministérios, o Centrão segue com
Bolsonaro. Por
ora. Os partidos que integram o grupo apoiam todos os governos – Bolsonaro
já foi oficialmente da base parlamentar de Lula e Dilma, por exemplo –, mas
nunca tiveram tanto poder nem tanto dinheiro quanto no atual. Quanto mais
enfraquecido o governo, mais caro o apoio do Centrão. Mas, para especialistas,
essa parceria depende da viabilidade eleitoral de Bolsonaro este ano. (Correio
Braziliense)
O Ministério Público Federal já escolheu um adversário a
enfrentar na campanha eleitoral deste ano: o Telegram. Os procuradores
querem impedir a
propaganda eleitoral no aplicativo de mensagens russo sob a alegação de que a
empresa não tem representação no Brasil nem atende às determinações da Justiça
brasileira. Sem os controles de redes como Whatsapp e Twitter contra notícias
falsas e discurso de ódio, o Telegram virou porto seguro para bolsonaristas
enrolados com o Judiciário. O próprio presidente estimula seus
seguidores a migrarem para o aplicativo russo. (Estadão)
Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) parecem
ter perdido
a paciência com as investigações preliminares da Procuradoria-Geral da
República. Desde que assumiu o cargo, o procurador-geral Augusto Aras abriu 412
inquéritos desse tipo, sendo
25 contra o presidente Jair Bolsonaro. Esse é o argumento que o PGR
tem usado para negar as acusações de leniência com o Executivo. Acontece que as
investigações preliminares são procedimentos internos da procuradoria-geral,
sem a supervisão do STF, e podem ser arquivadas por Aras. Pelo menos dois
ministros do Supremo, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes, já tomaram
decisões contra a estratégia de
Aras. Rosa Weber também já enquadrou a
PGR, e a expectativa é que mais ministros aumentem a pressão sobre Aras, que
fica no cargo até 2023. (Folha)
Ao lançar a pré-candidatura do ex-ministro Sérgio Moro ao Planalto, o Podemos
não estava preparado para a campanha online, especialmente para o lado sujo
dela. Agora, como revela a coluna de Guilherme Amado, partido e candidato
procuram um
advogado especializado em combater notícias falsas e ataques em redes
sociais. O Podemos também tenta montar a toque de caixa uma equipe para
campanha virtual, especialmente depois das críticas a vídeos que Moro gravou
respondendo a ataques do ex-presidente Lula (PT) e com uma mensagem de boas
festas ao lado da esposa. Hoje, todo esse trabalho é concentrado em Fernando
Vieira, marqueteiro do partido. (Metrópoles)
Pois é. Segundo Malu Gaspar, Vieira é considerado sem
experiência para uma corrida presidencial, mas o Podemos tem
dificuldade em conseguir um nome mais tarimbado. Marqueteiros de maior
renome não querem fazer a campanha de Moro por conta do tratamento dispensado à
categoria durante a Operação Lava-Jato. “Não vou trabalhar para alguém que fez
de tudo para criminalizar nossa atividade”, resumiu um deles. (Globo)
É cada vez mais caótica a situação do Sudão, o terceiro
maior país da África e um dos mais importantes no Norte do continente. Neste
domingo o premiê Abdalla Hamdok renunciou ao
cargo. Hamdok subiu ao poder num acordo após a derrubada do ditador Omar
al-Bashir há três anos e deveria comandar uma transição democrática, mas
foi deposto por
um golpe militar em outubro. Diante dos crescentes protestos populares, os
golpistas reintegraram o premiê um mês depois, mas a insatisfação das ruas já
havia saído de controle. Ainda não está claro quem controla o governo no
momento. (g1)
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