"É equivocado dizer que não está claro se o
partido está ou não com Bolsonaro. Isso está pacificado dentro do partido. O
Novo não vai estar com Bolsonaro", afirmou Ribeiro. "Sempre vamos
respeitar a opinião dele (Amoêdo), mas não vejo que o Novo perdeu sua
identidade. O partido tem uma marca muito forte. Essa identidade construída lá
atrás não se perdeu, ao contrário de outros partidos que você nunca sabe como
vão se posicionar em determinadas matérias. O momento que estamos vivendo hoje
é conturbado em função das eleições de 2022", disse ele. Filiado ao Novo
desde 2015, Ribeiro assumiu a presidência nacional da sigla em março do ano
passado, quando Amoêdo deixou voluntariamente o cargo.
Ribeiro acusa Bolsonaro de "estelionato
eleitoral", o que, segundo ele, justifica o distanciamento do Novo do
presidente. "Durante o primeiro ano e meio (de mandato), o Novo votou
muito com o governo em função das pautas econômicas. A agenda econômica era muito
próxima. Parte do discurso do Bolsonaro foi muito parecido com o nosso. Desde
então, ele mostrou ter cometido um grande estelionato eleitoral. Grande parte
das questões econômicas está vindo à revelia do presidente. Ele, muitas vezes,
trabalha contra", afirmou o dirigente. "Na bancada (do Novo) tem
alguns mais e outros menos críticos, mas não considero que ela seja
bolsonarista."
'Renovação'
Questionado sobre a decisão do diretório nacional
do Novo de vetar a volta de Amoêdo à Executiva do partido, Ribeiro disse que é
preciso "criar novas lideranças". "Quando o João saiu (em março
do ano passado), nós tivemos uma conversa franca e ele me disse que o partido
precisava de renovação e que queria mais espaço para se posicionar. Eu continuo
com essa avaliação. Continuo com a mesma ideia de que o Novo precisa criar
novas lideranças. Não foi porque não gosto dele ou sou contra o João."
Para o dirigente, embora Amoêdo demonstre uma preocupação "genuína"
com o partido, a visão dele sobre como o Novo deve ser conduzido "talvez
não seja a mesma do diretório nacional".
Ribeiro defende uma candidatura única de terceira via.
"É o momento de os partidos lançarem candidatos. Tem que se lançar com
espírito republicano e, lá na frente, sentar todo mundo à mesa e ter um candidato
único. Vamos trabalhar para liderar esse processo, mas não teremos a vaidade de
ir até o fim sem sentar para conversar."
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