O bem mais valioso que
Bolsonaro preza, diz Cristina, é a liberdade dos filhos. A proposta a ser
desenvolvida, então, seria a anistia aos 01, 02 e 03 em troca da carta de
renúncia. Mas, para anistiar, tem que ter a condenação. Participam do governo,
hoje em dia, militares com atuação direta na intervenção no Rio de Janeiro e,
portanto, conhecedores dos meandros das milícias, que poderiam convencê-lo da
inevitabilidade da condenação dos filhos.
Por Luis Nassif
Há tempos, Maria Cristina Fernandes, do Valor, se
consolidou como (na minha opinião) a melhor analista política da imprensa. Não
se perde em considerações supérfluas, sempre traz um olhar diferente sobre os
fatos, baseado em uma seleção critérios da fatos.
Em sua coluna de hoje, “A
carta de renúncia”, mata a charada. Depois de mostrar o descontentamento
das Forças Armadas com a irresponsabilidade de Jair Bolsonaro, alinha as
hipóteses de afastamento dele, quase todas traumáticas, se seguindo o rito
normal. Bolsonaro já não governa, atenta contra princípios básicos de saúde,
não tem nem 10% de apoio no Congresso. Mas, ainda assim, o impeachment é ritual
complexo.
A Rússia teve problemas semelhantes com Boris Yeltsin,
um presidente alcóolatra e irresponsável que estava destruindo o país. Foi
convencido a renunciar em troca da anistia a seus filhos.
O bem mais valioso que Bolsonaro preza, diz Cristina, é
a liberdade dos filhos. A proposta a ser desenvolvida, então, seria a anistia
aos 01, 02 e 03 em troca da carta de renúncia.
Mas, para anistiar, tem que ter a condenação.
Participam do governo, hoje em dia, militares com atuação direta na intervenção
no Rio de Janeiro e, portanto, conhecedores dos meandros das milícias, que
poderiam convencê-lo da inevitabilidade da condenação dos filhos.
A esperança, portanto, está na aceleração das
investigações do Ministério Público Estadual (MPE) e da Polícia Civil do Rio de
Janeiro. Não haverá a menor dificuldade em concluir as investigações sobre as
estripulias dos filhos, desde negócios menores, as “rachadinhas”, até as
tentativas posteriores em vários novos negócios obscuros, conforme vários
indícios divulgados pelo GGN, passando pelas suspeitas de envolvimento com a
morte de Marielle.
A hora que quiser, o MPE-RJ poderá comprovar que Carlos
Bolsonaro estava no condomínio da família, no mesmo momento em que se reuniam
os dois assassinos de Marielle, preparando-se para cometer o crime. E que,
antes de se autodenunciar – no vídeo em que mostrou as ligações registradas no
sistema de telefonia do condomínio – assegurara que estava na Câmara Municipal.
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