sexta-feira, 27 de março de 2020

Enquanto autoridades médicas da AMUREL e do mundo são contrárias ao fim do isolamento social, prefeito de Imbituba se alinha ao governador Moises.

"A interrupção abrupta do confinamento atual, sem que os sistemas de saúde estejam preparados para atender a essa epidemia, coloca em risco a vida de milhares de pessoas. Por isso, defendemos a manutenção da quarentena"... 

Entidades e autoridades médicas da Amurel lançam manifesto defendendo o isolamento social como a politica de saúde pública mais adequada no combate à proliferação do coronavírus, a exemplo que acontece em todo mundo.
Enquanto em Imbituba o prefeito do PT/PSB que é presidente da Associação dos Municípios da região da Laguna se alinha ao governo Moises e empresários bolsonaristas que visam somente o lucro e  ganhos na bolsa.

Aqueles que desdenham e boicotam de um jeito ou outro a política de isolamento social, fazendo carreatas, vídeos ou decretando seu fim jogam no genocídio dos menos favorecidos, traem o sistema de saúde pública, sobrecarregando e até inviabilizando-o.

A colocação de lavatórios no centro da cidade de Imbituba mostra que o prefeito trabalha na perspectiva de retomada do trabalho em loja, bares, bancos conforme o decreto do governador sem apresentar contraponto, se mostrando servil e sem identidade politica.

Lamentável Srº Rosenvaldo!!!

Você está levando Imbituba, peço a deus que esteja errado, para proliferação do vírus entre seus munícipes. O exemplo do erro de acabar com a quarentena foi a fala, hoje,  do prefeito de Milão, Itália pedindo desculpa a seu povo por fazer uma campanha na tv pela volta ao trabalho, resultado! 4.000,00 mi mortos em um mês.

Fiquem em casa cidadão e cidadã  acompanhar um bando de loucos é morte é contaminação certa.

Veja na íntegra:

MANIFESTO AOS GESTORES, EMPRESÁRIOS E SOCIEDADE DA AMUREL

Estamos vivenciando a pandemia do novo coronavírus (SARS-Cov 2), causador da COVID-19, sem termos nada semelhante em nossa história pregressa, e cujas evidências e experiências mundiais acrescem diariamente ao conhecimento e ajudam na tomada de decisões difíceis em prol da saúde e vidas humanas. Até o momento, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), houve mais de 461.923 casos de COVID-19 no mundo, com 20.852 óbitos, valores que aumentam a todo instante. A OMS estima que para cada caso confirmado, há mais 10 casos ainda sem notificação. Os casos não notificados podem ser responsáveis por mais de 86% da infecção, conforme análise dos casos da China.

Dentre as medidas mais efetivas mostradas pelos estudos científicos, está o confinamento da população, que sem dúvida gera impactos econômicos, mas que nós, como gestores e profissionais de saúde, defendemos como medida que irá evitar o colapso dos sistemas hospitalares e pouparão muitas vidas.

Vale ressaltar que Tubarão é polo regional de comércio e serviços, e de atendimento em saúde, cidade universitária, com grande fluxo de pessoas de diversos estados brasileiros e de municípios vizinhos, sendo seccionada pela BR-101, rota entre o Aeroporto Humberto Bortoluzzi de Jaguaruna e o Porto de Imbituba. Dada essas características, foi um dos primeiros municípios com registro de transmissão comunitária da COVID-19.

A Associação dos Municípios da Região de Laguna (AMUREL), composta por 18 municípios, tendo Tubarão como sede, tem aproximadamente 370.000 habitantes. Considerando uma estimativa de 80% que entrarão em contato com o vírus (296.000), e que possivelmente 10% sejam sintomáticos (29.600), segundo estudo chinês (Guan et al, 2020 NEJM) 16% apresentarão sintomas graves (4.736), muitos dos quais com necessidade de hospitalização e utilização de medicina intensiva, isso irá gerar sobrecarga nos sistemas de saúde local, sem capacidade suficiente para absorver essa demanda. Hoje, em Tubarão, há 50 leitos de UTI. Devido a história natural da doença, o tempo em UTI é estimado entre 15 e 21 dias, a depender de vários fatores do paciente e sua evolução clínica. Portanto, se o adoecimento da população for simultâneo, obviamente não será possível atender todos os que necessitarem de cuidados médicos, e os profissionais da ponta terão que decidir quem vive e quem morre. Não se pode esquecer que além da pandemia da COVID-19, há outras doenças e agravos que também requerem hospitalização e cuidados intensivos, além da alta transmissibilidade do vírus no ambiente hospitalar.

Para além de poucos hospitais, leitos, vagas em UTI e respiradores, há escassez de equipes de saúde treinadas para lidar com essa morbidade, falta de equipamentos de proteção individual, além da estimativa de que 20% dos casos de coronavírus sintomáticos ocorram entre profissionais de saúde, o que culminará num desfalque ainda maior de recursos humanos especializados.

A Região Sul do Brasil apresenta a maior percentual de idosos em comparação às outras regiões do país, e cerca de 40% da população adulta apresenta alguma doença crônica. Por mais que os dados de outros países revelem que a maior mortalidade ocorra em pessoas acima de 65 anos e/ou com comorbidades associadas, vale ressaltar que a falta de atendimento médico poderá mostrar um cenário diferenciado no Brasil, dada a desigualdade social que enfrentamos. Outro dado relevante, são as condições climáticas favoráveis a sobrevivência do coronavírus e, ainda, não estamos nos meses mais frios do ano, em que a incidência de doenças respiratórias aumenta.

Todo o mundo científico está debatendo sobre a melhor forma de reduzir o impacto econômico e o caos social que o confinamento total, por prazo indeterminado, tem gerado e qual o tempo mínimo que deve ser mantido, a fim de que os sistemas de saúde das cidades estejam preparados para o melhor enfrentamento dessa pandemia, que não tem qualquer similaridade com pandemias anteriores.

A interrupção abrupta do confinamento atual, sem que os sistemas de saúde estejam preparados para atender a essa epidemia, coloca em risco a vida de milhares de pessoas.

Por isso, defendemos a manutenção da quarentena, sendo que devemos analisar esta decisão ao final de cada período. O número de casos notificados está muito abaixo da realidade, pela ausência de testes diagnósticos, o que não revela a magnitude do problema.

COMISSÃO DE MONITORAMENTO

Daisson José Trevisol – Diretor- Presidente da Fundação Municipal de Saúde

Chaiana Esmeraldino Mendes Marcon – Gerente de Saúde

Marcelo César Ribeiro – Gerente de Saúde

Fabiana Schuelter Trevisol – Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde- Unisul/ Hospital Nossa Senhora da Conceição

Nei Euclides Fava – Pro-Vida

Maria Zélia Baldessar – Universidade do Sul de Santa Catarina

Rogério Sobroza de Mello – Médico Infectologista

Fábio Tadeo Teixeira –  Diretor Executivo do Hospital Nossa Senhora da Conceição

Chafic Esper Kallas Filho – Diretor Técnico do Hospital Nossa Senhora da Conceição

Fernando Delgado – Diretor Técnico Hospital Socimed

Andrea Dumont – Hospital Socimed

Kaiser Koch – Unimed


2 comentários:

Nova Imbitubense disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Nova Imbitubense disse...

Vimos a Imbituba passar 4 meses por ano e curtir o verão. Mesmo assim, contrariados, ficamos em casa. Espero que os imbitubenses sigam o conselho da OMS, assim poderemos nos ver outra vez no ano que vem :)