O Rio
de Janeiro nunca soube a procedência de todas as balas que matam quase 1.500 pessoas por ano. Agora sabe.
Por Cecilia Olliveira no The Intercept.
O Rio de Janeiro nunca soube a procedência de todas as
balas que matam quase 1.500 pessoas por ano. Agora sabe. No ano passado, durante
100 dias, nós começamos um trabalho jornalístico inédito: rodamos por 27
bairros da cidade nos instantes posteriores a trocas de tiros e coletamos do
chão 137 cápsulas de munição para responder, afinal, de onde vêm as balas que
empilham corpos pela cidade das operações sanguinolentas e dos inquéritos
intoxicados?
Encontramos ainda quentes os cartuchos do mesmo lote de
fabricação que matou Marielle Franco, mas não só. Também estavam pelas vielas
munições fabricadas na China, nos EUA, na Rússia, na Bósnia – a maior parte
delas é proibida no Brasil. Além de munição de última geração produzida por
fábricas globais, achamos ainda, surpreendentemente, cápsulas fabricadas quatro
décadas atrás na Bélgica, onde pode-se ver nitidamente a marcação da
Beba na Fonte> The Intercept.
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