É
gravíssima a reportagem publicada hoje pela “Folha de S.Paulo” e o “The
Intercept Brasil” com o título “Conversas de Lula mantidas sob sigilo pela Lava
Jato enfraquecem tese de Moro”.
Brasília
É
gravíssima a reportagem publicada hoje pela “Folha de S.Paulo” e o “The
Intercept Brasil” com o título “Conversas de Lula mantidas sob sigilo pela Lava
Jato enfraquecem tese de Moro”.
A
reportagem revela que Moro, policiais federais e procuradores da República
agiram para interferir no processo político a fim de evitar a nomeação de Lula
para a Casa Civil no governo Dilma e contribuíram para radicalizar o ambiente
político no país, tramando a queda da então presidente do PT do poder.
Leiam a
reportagem e os diálogos na íntegra no final deste texto. Procuradores celebram
estratégia política e ilegal. Sem humanidade, chamam Lula de “9”, numa
referência pejorativa aos nove dedos do presidente, que perdeu um deles em
acidente de trabalho. Deixam claro que seguiram orientações de “Russo”, apelido
de Moro, que agiu como acusador e não juiz na Lava Jato. Todos demonstram ter
ciência de que praticavam ilegalidades e alguns zombam disso no Telegram. Neste
episódio, vazaram o que interessava para manipular a opinião publica, criar
mobilizações nas ruas contra o governo e envenenar o debate político.
Moro,
agentes da PF e procuradores mantiveram em segredo diálogos de Lula com o então
vice-presidente Michel Temer na busca de um entendimento para evitar o
impeachment. Esconderam também toda a hesitação do petista em aceitar ser
ministro da Casa Civil. Quem acompanhou os bastidores de verdade e tinha
informação na época sabe que o motivo principal daquela articulação era tentar
salvar o governo, não obter foro privilegiado no STF.
Mas a Lava
Jato, ciente disso, manipulou a opinião pública e mudou o rumo da história do
país para que chegássemos hoje ao governo Bolsonaro. Até agora, muita gente
dizia que a Lava Jato contribuiu para o impeachment. Essa reportagem mostra que
a Lava Jato atuou para que Dilma fosse derrubada e jogou ilegalmente para
prender Lula. Isso não é papel do sistema judicial. É uma forma de corrupção
grave. Autoridades públicas têm compromisso com a lei que os criminosos não
possuem.
Se as ações
de Moro, delegados da PF e procuradores da República são um combate legal à
corrupção, o país está frito. Está nas mãos de um estado paralelo que persegue
inimigos políticos. Ontem foi Lula. Amanhã serão os críticos desses messiânicos
que abusaram do seus poderes.
Se o
Supremo Tribunal Federal, a Procuradoria Geral da República, o Conselho Nacional
de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e o Congresso tinham
dúvidas de que precisam tomar providências para investigar e punir crimes e
abusos de poder das estrelas da Lava Jato, a reportagem de hoje elimina
qualquer hesitação ou objeção a uma resposta dura da parte de nossas
instituições.
Leiam
a reportagem.
Vejam os diálogos da Lava Jato sobre conversas de
Lula. Leiam os resumos de conversas grampeadas de
Lula com Temer e aliados.
Tirem suas
conclusões se são métodos de um Judiciário, Ministério Público e Polícia
Federal de uma democracia plena ou de uma república de bananas. A lei e o
jornalismo devem valer para todos. A Vaza Jato está dando uma contribuição ao
combate à corrupção no Brasil. Só não enxerga quem não quer.
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