A lei para
evitar que o Reino Unido deixe a União Europeia (UE) sem um acordo recebeu
ontem (6 ) a aprovação da Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento
britânico. ( Foto: Agencia Brasil)
Por
Deustche Welle - canal de comunicação internacional da Alemanha
A lei para
evitar que o Reino Unido deixe a União Europeia (UE) sem um acordo recebeu
ontem (6 ) a aprovação da Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento
britânico. Dessa forma, o projeto está pronto para receber o consentimento da
rainha Elizabeth 2ª, o que está previsto para ocorrer na próxima segunda-feira
(9).
A lei
tramitou pela câmara alta do Parlamento britânico (equivalente ao Senado) sem
oposição e sem uma votação formal. Em derrota para o primeiro-ministro Boris
Johnson, a Câmara dos Comuns (câmara baixa) já havia dado seu aval para o
projeto de lei na quarta-feira.
A nova
legislação pode atrasar o divórcio por três meses: o texto determina que
Johnson peça ao bloco europeu que adie o Brexit para 31 de janeiro, a menos que
o Parlamento britânico aprove um novo acordo ou vote por um Brexit sem acordo
até 19 de outubro.
A data
prevista para a saída do Reino Unido da UE é 31 de outubro, já na sequência de
um adiamento da data inicial, que era 29 de março. Johnson vinha defendendo que
o país não solicitasse mais um adiamento.
O premiê
afirmou estar disposto a encarar a saída no fim de outubro, mesmo sem um novo
acordo com os europeus. Também defendeu que essa tática poderia convencer Bruxelas
a oferecer um novo acordo até o fim de outubro.
Johnson
chamou a nova legislação de “a lei da rendição” e disse que o texto destruiu
suas negociações com a UE ao remover a ameaça de saída sem acordo.
Agora,
mesmo com a nova lei que obriga o governo a pedir uma extensão caso um novo
acordo não seja fechado até o fim de outubro, uma nova extensão do prazo ainda
precisa ser aprovada pelos 27 Estados-membros remanescentes da UE.
Na
quinta-feira, Johnson disse que “preferia estar morto numa vala” a pedir a
Bruxelas um novo adiamento.
Oposição rejeita nova eleições
Essa não
foi a única derrota de Johnson nesta sexta-feira. No mesmo dia, líderes dos
principais partidos de oposição na Câmara dos Comuns também deixaram claro que
não apoiarão os planos de Johnson de convocar eleições antecipadas.
Antes da
aprovação da lei do adiamento, havia expectativas de que a liderança do Partido
Trabalhista pudesse vir a apoiar um pleito antecipado assim que a nova
legislação passasse.
Contudo, o
líder trabalhista, Jeremy Corbyn, e representantes de outros partidos
oposicionistas acabaram chegando a um acordo para não apoiar a proposta de
convocar eleições antecipadas. Dessa forma, as bancadas devem ou votar contra o
pedido de antecipação eleitoral de Johnson ou abster-se na votação, que pode
ocorrer na próxima segunda-feira.
Na quarta-feira,
uma moção prevendo eleições antecipadas encaminhada por Johnson já tinha obtido
apenas 298 votos – quantia muito aquém dos 434 necessários (dois terços dos
deputados) para aprovação da medida.
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