Reportagem
acompanha incógnita por duas semanas grupos de extrema direita ativos no
WhatsApp
Grupos de
mensagens negam Holocausto ,
louvam de Hitler a Enéas e propagam nazismo
Reportagem
acompanha incógnita por duas semanas grupos de extrema direita ativos no
WhatsApp
O diálogo
ocorreu no grupo Fascismo Vive, criado no último dia 10 de agosto e que até a
última quinta (22) reunia 80 participantes.
Além dos
líderes nazifascistas, são louvadas figuras como o integralista Plínio Salgado
(1895-1975), o ditador português Antonio Salazar (1889-1970) e o deputado
federal Enéas Carneiro (1938-2007).
Criado em
20 de maio deste ano, o grupo Recrutamento Fascista tinha 87 integrantes na
semana passada. Entre seus motes estão"antissionismo, contra tudo e todos
que propagam e financiam o Estado de Israel" e"antiglobalismo, contra
toda agenda da ONU e toda degeneração imposta pela putada internacional".
A negação
do genocídio dos judeus na Segunda Guerra é um tema constante. Textos de
negacionistas como o gaúcho de origem alemã Siegfried Ellwanger Castan
(1928-2010) e o francês Robert Faurisson (1929-2018) circulam livremente.
Há ainda
montagens da Estrela de David, símbolo do judaísmo, com imagens de ratos, e
figurinhas da bandeira de Israel queimando. "Sieg Heil", saudação
nazista que significa"Viva a Vitória", é um cumprimento comum.
Linha
parecida segue o Corrente Nacionalista. Criado no último dia 6 de agosto e com
201 participantes, define-se como um"grupo nacionalista da Terceira
Política", termo utilizado pela extrema direita para se distinguir dos
liberais capitalistas e dos comunistas.
Membros que
ousem postar algo que destoe do pensamento geral do grupo são prontamente
expelidos.
"A
culpa não é do governo Bolsonaro! E sim dos grandes poderosos políticos,
empresários, militares! Infelizmente o governo Bolsonaro trabalha sob pressão
todo dia!", disse o usuário Ferreira, do grupo Integração.
Roque se
diz admirador de Mussolini e Hitler por pregar ordem e disciplina. "Hitler
foi o único que teve coragem de defender a Europa. Hoje só vemos
degeneração", diz ele, que vê"contradições" nos relatos de
historiadores sobre o genocídio."Só mostram uma versão, não os dois lados
da moeda", afirmou, sem expandir seu raciocínio.
"Temos
que separar o que é liberdade de expressão do que é algo que possa incitar a
violência. Não queremos banalizar a questão", diz Rony Vainzof, secretário
da entidade.
Segundo
Octávio Aronis, diretor de Segurança da Conib, a entidade tem informado à
polícia sobre casos específicos de incitação à violência, dependendo do grau de
agressividade. A Conib também apoia ação no Supremo para derrubar o artigo 19
do Marco Civil da Internet, que limita a responsabilidade das plataformas
digitais por conteúdo gerado por terceiros.
Vilhena se
inclina, contudo, pela visão mais comum nos EUA, de permitir o debate por pior
que seja, a menos que exista um perigo real e imediato de ato de violência.
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